Breaking Bad - S05E13 - To'hajiilee


[spoiler alert]
Faltando agora 3 episódios para o fim, Breaking Bad não precisa provar mais nada a ninguém. Ainda assim, ao fim de To'hajiilee, 3 fatos martelavam a minha cabeça sem parar:

1. BrBa nunca entrega 2 episódios irregulares em sequência. Nunca! E como isso é reconfortante.
2. Todo fã de BrBa que passa bem após episódios como esse, pode-se considerar em plena saúde cardíaca. 
3. Michelle MacLaren é a melhor diretora que BrBa possui. E grandes diretores não faltam a série.

S05E13 começou de forma amena. Vimos Todd em seu laboratório de metanfetamina, acompanhado de sua trupe formada pelos neonazistas e a insegura Lydia. Obviamente seu produto não seria igual ao de Heinsenberg, e a mudança de cor ratifica isso de forma arrasadora.


As cores aliás, como de costume, representam muito na série e aqui traçam uma interessante "brincadeira" na cena pré-créditos. Durante o divertido flerte entre Todd e Lydia, notem (na imagem acima) a caneca que a morena segura, com a bandeira americana desenhada e os dizeres "these colors" (essas cores). Não a toa Todd veste vermelho e Lydia azul, num óbvio contraste de figurinos. Se havia ficado alguma dúvida de que a moça simpatizou com a investida do jovem, ela se extingue ao vermos Lydia caminhando para seu carro vermelho. O carro de Todd, simetricamente estacionado ao lado do veículo da moça, claro, é azul. E quais são as cores predominantes na bandeira norte-americana mesmo?



Créditos passados, se eu havia criticado o roteiro do episódio anterior pelas soluções simplistas que havia apresentado, o mesmo não posso dizer desse To'hajiilee. O plano de usar Brock para atingir Jesse foi mais um golpe baixo de Walt, mas que acabou sucumbindo para a genial armação de Hank. A forma como as peças foram se encaixando não poderia ter ocorrido de forma mais fluída. A tensão foi crescente. Quando vemos Walter abrir seu celular e correr desesperado por sua fortuna, nós espectadores já fomos tomados pelo desespero junto ao protagonista. E esse desespero só foi aumentando.

Essa sensação não só é explicada pelo roteiro, mas pela cenografia em si. Na cena em que o químico se reúne com os assassinos é possível perceber isso. Trajado de preto e envolto em sombras, Heinsenberg barganha suas condições para que Pinkman seja morto. O resultado? Mais uma rodada de "cozimento" ao lado de Todd que, por sua vez, está envolto pela cor vermelha do abajur (coloração que remete a perigo e que já vinha acompanhando o personagem ao longo de todo episódio). Assim, através da composição de cena e da fotografia,  a série nos passa a sensação de que a ameaça é constante e iminente.



O que nos leva ao encerramento eletrizante que presenciamos (e confesso que por estar ainda atordoado, nem mesmo consigo formular minha review como de costume). Foi um carrossel de emoções (com o perdão do clichê que o termo carrega). Temi pela vida de Hank como nunca, talvez mais do que quando o mesmo fora atacado pelos irmãos Salamanca. Isso em muito se deve a cena premissa que havia mostrado o policial eufórico ao telefone com Marie, ambos emocionados por terem conseguido prender Heinsenberg.

Também foi emocionante ver Jesse e Walt frente a frente, após as recentes descobertas. Era perceptível no rosto de Pinkman o misto de medo/choque e empolgação ao ver o antigo parceiro ser dominado por Hank. Por mais que sua sede por vingança seja grande, a cena lhe causou grande impacto, como a todos nós. No entanto, nada me emocionou mais que o protagonista dessa excepcional série.

Ao longo de cinco temporadas aprendemos a amar e a odiar Walter White. E é justamente no fato de conseguirmos ainda, de alguma forma, simpatizar com um personagem que se tornou um monstro, que mora o brilhantismo de Breaking Bad. Foram dois singelos momentos, que me fizeram me emocionar profundamente. O primeiro quando Walt, de forma melancólica, observa Skyler e Walter Jr. juntos no lava-rápido, conversando e interagindo como mãe e filho. E o segundo, momentos depois, quando percebe que não há mais saída (pois sequer cogita atacar Hank) e resolve se render. Walter então chora percebendo que seu império ruiu, mas algo muito pior que isso virá a seguir: seu filho descobrirá quem ele se tornou. E ouso dizer que talvez, por um momento, ele tenha se arrependido das decisões que tomou.


Claro que depois o tiroteio mudou muita coisa e que o final nos martiriza até a próxima semana. Mas, convenhamos, podia ser pior. Podia ter encerrado quando os neonazistas começam a atirar. Sem sabermos se Hank foi ou não atingido. Imaginam? Prefiro não.

Até semana que vem!

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Comentários

  1. Fiquei surpreendido comigo mesmo torcendo para que o Hank não morra naquela reta final, mas também não quero que o Walter e o Jesse morram ou seja, Breaking Bad ainda vai me fazer sofrer muito nesses 3 episódios finais.

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