Mad Men 7x11 | Time & Life


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Vocês se recordam do primeiro frame do primeiro episódio de Mad Men? Uma singela e eficiente explicação do significado do título da série, os tais "Homens Loucos" da publicidade na Avenida Madison, que se auto apelidaram dessa forma. Isso talvez explique o sentimento dos sócios da Sterling Cooper & Partners ao serem absorvidos pela McCann.

Como diria Capitão Nascimento, nossos protagonistas "caíram pra cima" ao serem convidados a assumir as maiores contas do ramo da publicidade. E foi lindo ver como a empolgação do anuncio de cada conta fazia os olhos dos sócios brilharem (exceto Joan, vítima do machismo), afinal, eles amam o que fazem, ainda que não quisessem abrir mão da agência pela qual tanto batalharam. A tentativa de migrar para Los Angeles foi louvável, fazendo lembrar os melhores momentos da quarta temporada da série, e, como Joan bem disse, eles "morreram lutando".

Se me permitem ser nostálgico, gostei particularmente da forma sutil como o episódio mostrou o carinho entre Roger e Joan, tanto no momento em que ele recebeu a notícia ao telefone - quando ela carinhosamente o abraça -, como quando se despediram no bar. Me fez lembrar do tempo em que eram amantes, e foi bacana perceber como surgiu um respeito mútuo dessa relação. O mesmo podemos dizer da relação de amizade e confiança de Don e Roger, que sempre garantiu grandes momentos.


O 7x11 foi exímio em resgatar elementos do passado sem soar piegas ou clichê, mas, acertadamente, trazendo um tom conclusivo que será importante para o desfecho de Mad Men. Lembrem-se que não estamos assistindo uma novela, em que todas as tramas e subtramas precisam necessariamente ser resolvidas no último capítulo. E esse cuidado com a sua narrativa é o que faz desse seriado uma das melhores coisas que a televisão norte-americana já fez em sua história.

Um bom exemplo foi o momento em que Pete e Peggy conversam em sua sala. Foi para a antiga amante que Campbell recorreu quando precisou desabafar, curiosamente após vê-la abraçar uma criança. O abandono do filho que tiveram juntos é um peso que ambos carregam constantemente, mesmo que não aparente na maioria das vezes. Obviamente Peggy é quem mais sofre com a decisão, como pudemos comprovar em seu desabafo com Stan, numa emocionante cena de Elisabeth Moss, outra relação de amizade muito bonita que acompanhamos ao longo das temporadas.

Ainda sobre Pete Campbell, foi bacana vermos como é sua atual relação com Truddy. Mesmo separados, ele não hesita em defender a honra da ex-esposa, que prontamente afirma que Pete "não aceita um 'não' como resposta". E se pararmos para analisar a construção e evolução do personagem, levando em conta a primeira temporada da série (quando era um garoto mimado odiável), perceberemos que ele foi uma das maiores riquezas dessa estória.

Para finalizar, vale citar mais um belo e melancólico fim de episódio, quando vemos Don e Roger falando sem serem ouvidos para toda uma equipe que agora teme por seus empregos. Talvez o tempo deles tenha, enfim, terminado.

"Este é o começo de algo... Não o fim."

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