CRÍTICA | Busca Implacável

Direção: Pierre Morel
Roteiro: Luc Besson e Robert Mark Kamen
Elenco: Liam Neeson, Maggie Grace, Famke Janssen, entre outros
Origem: França
Ano: 2008


Foi curioso o motivo que me levou a assistir Busca Implacável (Taken). Ainda que soubesse da existência do filme, nunca tinha tido vontade de assisti-lo, até me dar conta da estreia de Busca Implacável 2 (Taken 2) nos cinemas. Afinal, o original fez tanto sucesso que mereceu uma continuação? Pensando bem, nem sempre continuações são sinônimos de bons filmes predecessores (a “saga” Crepúsculo que o diga). Mas resolvi dar uma chance a obra, possivelmente por admirar o trabalho de seu ator principal.

Liam Neeson interpreta Bryan Mills, um agente aposentado da CIA, que tem sua filha sequestrada por criminosos albaneses que traficam mulheres pela Europa. O pai, que estava ao telefone com a jovem no momento do crime, jura vingança e sai em uma caçada desenfreada em busca da filha desaparecida. A sinopse sugere todos os elementos para uma boa ação, e a obra em nenhum momento a fica devendo.
 
O diretor francês Pierre Morel conduz o filme de forma veloz e com ação ininterrupta, lançando o telespectador junto ao protagonista de cena em cena, sem tempo para respirar. Essa escolha de direção reflete diretamente na duração do longa-metragem, que é curto (93 minutos), funcionando em sua proposta, mas explicita alguns furos no roteiro escrito por Luc Besson e Robert Mark Kamen (dupla que também escreveu “O Quinto Elemento”). Em uma cena, por exemplo, o protagonista participa de uma perseguição pelas ruas de Paris, envolvendo criminosos e a polícia da capital francesa. Quando a ação termina, o personagem sai caminhando tranquilamente entre os carros e, já na cena seguinte, aparece em outro local, como se nada tivesse acontecido, sem ter sofrido nenhuma consequência dos atos que cometeu. Outro problema de roteiro, acentuado pelo ritmo frenético da obra, é a facilidade com que as situações são resolvidas. Soluções por vezes simplistas, que obrigam o telespectador a elevar a suspensão de descrença.
  
Se pudesse apontar o principal motivo para o sucesso do filme, diria que ele se chama Liam Neeson. O ator vive Mills com uma eterna precaução e desconfiança, que são frutos herdados de sua antiga profissão, e são características que acabam afastando o personagem de seus familiares. Ainda que distante, ele nutre um amor imenso por sua filha, que é comprovado ao vermos o mesmo preparando, com todo carinho, um álbum de fotografias para presenteá-la. Neeson, em poucas cenas, nos faz acreditar na importância que a jovem exerce em sua vida, causando comoção no espectador ao assistir o momento do sequestro e sua incapacidade momentânea de ajuda-la. E se na dramaticidade o interprete se destaca, o mesmo pode se dizer das cenas de ação, que soam bastante convincentes e bem realizadas. No elenco de apoio temos Maggie Grace (a Shannon de LOST) e Famke Janssen (a Jean Grey de X-Men) como filha e ex-esposa do astro principal, respectivamente. Ambas têm um desempenho competente, e que em nada compromete a obra. Os demais coadjuvantes estrangeiros soam estereotipados e exagerados, como já é de costume nesse tipo de narrativa.

No fim, Busca Implacável foi uma grata surpresa, pois diverte, tem boas cenas de ação e alguns momentos marcantes. E se o que me motivou a assistir a obra foi a curiosidade pelo lançamento de uma sequência, termino de escrever essa crítica curioso para assistir a Busca Implacável 2, esperando que a premissa seja justificável e empolgue como em sua primeira parte.

Bom

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