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Direção: Brian Robbins
Roteiro: Steve Koren
Elenco: Eddie Murphy, Kerry Washington, Clark Duke, Cliff Curtis, Jill Basey, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2012
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Há
quanto tempo Eddie Murphy não protagoniza uma boa comédia? O ator que, merecidamente,
já foi ícone do gênero, não entrega a seu público um filme digno de seu status
desde 2003, quando protagonizou o simpático A Creche do Papai (ainda não assisti ao recente Roubo nas alturas, mas, pelo que disseram
na época do lançamento, sua participação não foi lá essas coisas). Sem contar
seu trabalho como dublador na séria animada Shrek, o intérprete se dedicou a obras pouco criativas como O Grande Dave (2008), ou de humor
duvidoso, por vezes ofensivo, como Norbit
(2007). O que esperar então deste As Mil
Palavras, lançado direto para home video
no Brasil?
Na
trama, Eddie Murphy é Jack McCall, um agente bem sucedido e falastrão, que é
capaz de qualquer coisa para fechar um negócio. No entanto, ao negociar a
publicação do livro de um líder espiritual que tem feito sucesso com o público,
o protagonista acaba vítima de uma espécie de “maldição”, na qual tem sua vida atrelada
ao bem estar de uma árvore mágica (!!) que, a cada palavra pronunciada por
McCall, perde uma folha. O que acontece a seguir não é difícil de adivinhar,
mas nem por isso a obra perde seu apelo.

Brian
Robbins, que dirigiu as duas comédias de pouco sucesso citadas no 1º parágrafo
desse texto, conduz o roteiro de Steve Coren de forma competente, porém sem
grande destaque. A obra, aliás, pode ser considerada uma releitura de O Mentiroso (1997), sucesso protagonizado
por Jim Carrey. Troque apenas a profissão do herói (advogado/agente) e sua
limitação imposta (o primeiro não podia mentir, esse deve conter as palavras),
o que resta é a vindoura lição de moral, típica dos filmes de comédia familiar
norte-americanos, e a trilha sonora que beira o sentimentalismo exacerbado, induzindo
o espectador à emoção no terceiro ato da história. No entanto, ainda que a falta
de originalidade seja nítida, o filme não perde força. É mais do mesmo, porém
honesto em sua proposta.
O
palco é preparado para que Eddie Murphy brilhe. O ator, até onde a trama
permite, aproveita de sua fala rápida e de seu carismático sorriso para
entreter o espectador. E quando chega a hora de economizar as palavras, usa
de suas habituais caras, bocas e trejeitos para fazer rir, e nisso, é muito bem
sucedido, como há tempos não vinha sendo. E se esse é o grande trunfo do longa,
não menos importante é o elenco de apoio, que conta com Kerry Washington (do
vindouro Django Livre) como a esposa
do protagonista e Allison Janney (Juno) como a chefe do mesmo. O destaque, porém, é de
Clark Duke (Kick-Ass), que está impagável
como Aaron Wiseberger, auxiliar de McCall e aprendiz de agente. Suas cenas com seu
patrão rendem os momentos mais inspirados do filme e em nada devem ao veterano
ator.
Por
fim, posso afirmar que As Mil Palavras
marca o retorno de Eddie Murphy as boas comédias. Uma obra que pode ser assistida em família e que, certamente, só não foi lançada nas salas de Cinema nacionais por conta
do fraco momento na carreira do ator. Ainda que não apresente nada de novo (o
gênero em si há tempos não inova), às vezes é bom termos uma boa dose de nossos
atores favoritos fazendo aquilo que melhor sabem fazer. No caso de Murphy,
entreter e fazer rir.
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Bom |
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