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Postado por
Daniel Oliveira
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Direção: David O. Russell
Roteiro: David O. Russell e Eric Warren Singer
Elenco: Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Jeremy Renner, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2013
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Com um elenco como esse fica difícil errar, mas o fato é que O. Russell perde a oportunidade de dirigir sua obra-prima definitiva. Os problemas de ritmo ficam claros no decorrer da projeção, dando a impressão de que algumas cenas poderiam ter ficado na sala de edição sem fazer grande falta (um bom exemplo é a recorrente piada de pesca no gelo entre DiMaso e seu superior imediato). A obra é como uma montanha russa, começa com um 1º ato lento e difícil, engrena e empolga em seu 2º ato, mas volta a diminuir o ritmo e o interesse do espectador em seu 3º ato, ainda que tenha uma conclusão satisfatória e condizente com a trama contada. Fica a impressão de que o diretor gostou tanto do roteiro que tinha em mãos (co-escrito pelo próprio), que sentiu-se compelido a edita-lo o mínimo possível.


Trapaça, no entanto, é uma obra rica no que diz respeito a vários conceitos básicos do Cinema, destacando-se a fotografia, que remete diretamente a década em questão e nos passa a perfeita ilusão de que a obra poderia ter sido filmada naquela época. Toda a direção de arte, figurino, maquiagem e penteados também merecem destaque, pois trata-se de um trabalho primoroso visto em tela, propositalmente exagerando as figuras caricaturais que são aqueles personagens.

E se o longa-metragem ganhou a importância que ganhou, é preciso creditar o estelar elenco que fez jus aos nomes impressos no poster e entregaram interpretações fascinantes, cada um deles. Ainda que tenha sido o único a não ser indicado pela Academia, Jeremy Renner (Os Vingadores) constrói um personagem carismático, que nos conquista com o olhar, algo que mostra-se extremamente importante para a narrativa, visto que Carmine, apesar de seus desvios de caráter, precisa ser querido pela platéia, assim como é para o protagonista. Também entre os coadjuvantes estão Bradley Cooper (As Palavras) que vive um agente de temperamento explosivo e instável absolutamente crível, assim como Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes: Em Chamas), que continua esbanjando enorme talento e beleza. A atriz vive uma esposa dissimulada, fútil a sua maneira, mas manipuladora como todos os outros que a cercam. O que nos leva aos protagonistas da obra.

Amy Adams (O Mestre) está fascinante como Sidney. Com um sotaque britânico que a acompanha por grande parte da projeção, a atriz esbanja confiança e presença em tela, ofuscada apenas pela metamorfose humana chamada Christian Bale. O ator está quase irreconhecível fisicamente como Irving. Engordou mais de 18 quilos para o papel e adota a todo momento uma postura curvada, aparentando fragilidade, que é reforçada pelos óculos que insistem em escorregar de seu rosto, criando um maneirismo que o acompanha durante toda a projeção. Seu protagonista é um golpista nato, uma mente pensante, mas um covarde por natureza, daqueles que não é capaz de mexer um dedo quando um homem corteja sua mulher ou quando outro bagunça seu penteado. A composição de Bale aliada a natureza do personagem, acaba por fazer com que sintamos dó do mesmo em determinado momento, e isso é fantástico.
Contando ainda com uma trilha sonora marcante e uma ótima e divertida participação especial de Robert De Niro (A Família), Trapaça mostra-se um ótimo filme, atrapalhado por decisões que o impediram de se tornar uma obra-prima. Mas se pensarmos que nem todo longa-metragem precisa ser perfeito para ganhar nosso apreço, e esse parece ser um ótimo exemplo, a obra promete sobreviver por um bom tempo na memória dos cinéfilos, as indicações a premiações não me deixam mentir.
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Ótimo |
Amy Adams
Bradley Cooper
Christian Bale
Críticas
Daniel Oliveira
David O. Russell
Jennifer Lawrence
Jeremy Renner
Trapaça
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Comentários
#AmericanHustle
ResponderExcluirOi Daniel,
ResponderExcluirSua crítica me deixou com mais vontade ainda de ver o filme, imagino que com um elenco desses não tem como dar errado mesmo, mesmo com essas falhas do roteiro, pelo tema e pelo elenco, espero realmente que valha muito a pena. Mas preciso assistir o Lobo de Wall Street primeiro, dessa semana não passa.
Abs,
Fabiana
Entre O Lobo de Wall Street e esse, dê prioridade para O Lobo. É excelente. Mas esse também vale o ingresso do cinema!
ExcluirObrigado por sempre visitar o blog e deixar seus comentários Fabiana!
Abraços!