5 Filmes de Máfia Indispensáveis


Listar filmes de máfia indispensáveis é uma tarefa fácil para qualquer cinéfilo, tendo em vista que ao longo das décadas tivemos grandes obras desse subgênero, ainda que o termo “indispensável” seja subjetivo. Para esse post resolvi adotar um critério simples: não listarei 2 filmes de um mesmo diretor, ou seja, escolhi a obra que considero a mais emblemática daquele cineasta. Eventualmente listarei uma ou outra obra que também merece ser vista, afinal ninguém é de ferro, não é mesmo?

Vale lembrar também que o termo “filmes de máfia” é relativo, uma vez que nem sempre a obra retrata a máfia italiana em si. Nessa lista vocês identificarão obras que a rigor pertencem a outras vertentes do mundo criminoso, mas que se enquadram no mesmo subgênero cinematográfico. E se eu esqueci de citar algum longa que é indispensável para você, por favor, cite nos comentários! Pode ser que eu não tenha assistido ao filme, e não sou louco de recusar uma boa indicação cinéfila. Vamos lá?



Obviamente não podemos falar de filmes de máfia sem citar o maior deles. A trilogia O Poderoso Chefão (The Godfather) figura nessa lista como um único longa, já que se trata da ascensão, consolidação e declínio de Michael Corleone. A saga da família ítalo-americana é cultuada até hoje, tida por muitos (inclusive eu) como o maior longa-metragem já feito. Lendas vivas do cinema atuaram aqui, como Marlon Brando, Al Pacino, Robert De Niro, Robert Duvall, John Cazale, James Caan, Diane Keaton, isso sem falar no cultuado diretor Francis Ford Coppola, que ainda viria a filmar clássicos como Apocalypse Now e Drácula de Bram Stoker. Aqui a máfia italiana é retratada de forma romântica, quase fabulesca, apaixonante. Inesquecível.


Brian De Palma tem algumas obras-primas em sua filmografia e Os Intocáveis (The Untouchables) certamente é uma delas. O longa romantiza o período da lei seca nos Estados Unidos, especificamente os anos em que Al Capone (aqui vivido por Robert De Niro) ascendeu ao posto de chefão do crime de Chicago. O bacana é que vemos uma história real contada pelos olhos de Eliot Ness (Kevin Costner), um agente do Tesouro Americano que liderou a caçada ao gângster ítalo-americano ao lado de seus companheiros, apelidados de “intocáveis”. Sean Connery ganhou seu Oscar de melhor ator coadjuvante ao interpretar o oficial Malone, já a trilha sonora de Ennio Morricone é de dar vontade de bater palpas a cada peça. De Palma ainda retrataria o submundo criminoso anos depois com O Pagamento Final, assim como já o tinha feito com Scarface, ambos com Al Pacino, ambos filmes pra se ver antes de morrer.


Notoriamente conhecido por seus westerns spaghetti, Sergio Leone saiu de sua zona de conforto para filmar uma obra que se tornaria um verdadeiro clássico do cinema. No auge da imigração italiana em Nova York, quatro garotos de ascendência judaica cometem pequenos delitos para driblar a pobreza e conseguir se divertir. Com o tempo seus crimes vão tomando maiores proporções até que se tornam perigosos mafiosos da cidade. Era Uma Vez na América (Once Upon a Time in Amaerica) lida com uma história de amizade através de décadas, entrelaçada com a criminalidade característica daquela Nova York. Além da apurada direção de Leone, o longa conta ainda com uma belíssima trilha sonora de Ennio Morricone e com um elenco encabeçado por Robert De Niro e James Woods. Um filme fantástico, mas prepare-se, o épico tem aproximadamente 4 horas de duração.


Possivelmente o longa-metragem mais conhecido de Martin Scorsese (e olha que ele tem muitos filmes conhecidos), Os Bons Companheiros (Goodfellas) é também o 4º filme da lista com Robert De Niro no elenco, o que explica para os mais jovens o porquê de o ator ser tão cultuado por seu passado cinematográfico. A história do garoto que sempre sonhou em ser mafioso e acaba se tornando um é contada de maneira frenética por Martin Scorsese, com sua montagem e narração em off que se tornou uma de suas características mais marcantes. Os personagens não são da máfia, mas sim capangas que trabalham para ela, o que tira todo o glamour que estamos acostumados a presenciar nesse tipo de história. O filme foi uma das inspirações para a criação da série The Sopranos e acabou sendo um marco na carreira de Joe Pesci, que ganhou um Oscar de melhor ator coadjuvante por seu personagem Tommy DeVito. Scorsese voltou a falar sobre outros tipos de máfia em filmes como Cassino e Os Infiltrados, no caso, a máfia de Las Vegas e a máfia irlandesa, respectivamente.


O mais recente longa-metragem dessa lista é o que mais se difere dos demais, talvez pela ausência de um diretor ítalo-americano na direção (Sam Mendes é britânico), porém, é indiscutivelmente um grande longa. Estrada Para Perdição (Road to Perdition) - que é uma adaptação de uma graphic novel – narra uma história que se passa dentro da máfia irlandesa na década de 30. Tom Hanks vive um mafioso que trabalha para o chefão local vivido pelo grande Paul Newman (em seu último papel à frente das câmeras), e se vê numa situação limite quando seu filho presencia um assassinato do bando. Trata-se de uma grande direção de Sam Mendes, num filme de fotografia impar, por vezes contemplativo e com uma trilha sonora competente de Thomas Newman. Uma ótima alternativa ao gênero que encontrava-se saturado com exemplares inferiores aos citados nessa lista. Recomendo.

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