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Postado por
Daniel Oliveira
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Como todo bom cinéfilo, adoro explorar filmes de nacionalidades diferentes, longas distantes do eixo norte-americano ou brasileiro, cujas produções são de mais fácil acesso em nossas salas de cinema. Gosto particularmente do cinema francês, pela sensibilidade e fidelidade com que retratam o cotidiano. É claro que a sonoridade da língua francesa e as locações belíssimas de um país que tenho muita vontade de conhecer, contribuem para essa paixão.
Dito isso, gostaria de recomendar para vocês 5 bons filmes franceses recentes que considero indispensáveis para qualquer cinéfilo. Obras de diferentes gêneros e temáticas que exemplificam o que escrevi acima. Vamos lá?
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Ferrugem e Osso (De rouille et d'os, 2012)
Inicialmente o que me chamou a atenção para Ferrugem e Osso foi seu título e pôster promocional. A arte de Marion Cotillard abraçada as costas de Mathias Choenaerts em um close-up, de alguma maneira me chamou para o filme, e fiquei feliz de tê-lo assistido. A obra narra uma história de amor improvável entre um homem que faz bicos de segurança para se sustentar e uma treinadora de baleias num parque aquático. Eles se conhecem em uma balada, onde o primeiro trabalha, e veem suas trajetórias transformarem a vida um do outro. Procure assistir ao longa sem saber muito da trama, pois ela pode lhe reservar gratas surpresas. A cena de Cotillard frente a frente com uma orca no tanque d’água, assim como a cena do banho de mar, são particularmente são memoráveis.
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Intocáveis (Intouchables, 2011)
Curiosamente, o segundo nome que lhes trago também fala sobre relações improváveis. Sucesso mundial de público, Intocáveis é uma obra de puro coração, onde um negro imigrante e pobre acaba firmando um elo de amizade com um homem branco, tradicional e rico. A ocasião surge através de uma oportunidade de emprego em que Driss (Omar Sy) é contratado para ser o novo cuidador de Philippe (François Cluzet), um milionário tetraplégico amargurado. Pode até parecer clichê, a história da fera que aos poucos é domada ao ser apresentada a um novo mundo, um novo estilo de vida, mas o carisma e a relação dos personagens tras a essa obra o algo a mais que tantos outros sonham empregar a seus filmes e nem sempre conseguem.
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O Passado (Le Passé, 2013)
Assisti O Passado durante o 41º Festival Sesc Melhores Filmes (você pode conferir minha crítica clicando AQUI), e que grata surpresa tive. A obra trata também sobre relacionamentos, porém dessa vez o término de casamento, a tentativa de fazê-lo da forma mais madura possível, e o impacto que isso causa em todos a nossa volta, especialmente nossos familiares. Evidentemente tudo que se passa em tela pode ser aplicado a nossa realidade, e essa é sua grandeza. Extremamente bem dirigido por Asghar Farhadi (do premiado A Separação), o longa retrata o cotidiano de forma absolutamente natural, trazendo longos diálogos que nos prendem a todo momento. Evito falar da trama em si, pois essa carrega alguns segredos essenciais, mas a cena da lágrima no hospital é uma das coisas mais belas que já vi numa sala de cinema. Assistam.
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Azul é a Cor Mais Quente (La vie d'Adèle, 2013)
Outro filme que atingiu uma boa parcela de público e que trago a esta
lista. Longe de ser apenas um filme LGBT, como muita gente o rotulou, Azul é a Cor Mais Quente trata de amadurecimento, da transição da vida adolescente para a
vida adulta, a descoberta da sexualidade. Se todos esses temas já são difíceis
na vida de qualquer um, imaginem como deve ser se apaixonar por alguém do
mesmo sexo, como acontece com Adèle no filme. Não há nada de anormal em ser
homossexual, no entanto, o olhar preconceituoso de grande parte da sociedade
certamente traz dilemas pesados a quem, ainda jovem, se descobre atraído pelo
mesmo sexo. A obra trata de todos esses temas, e isso, por si só, a transforma em um longa extremamente relevante. Uma dica: não vejam esse filme num almoço de domingo em família, pois algumas cenas de sexo
podem fazer você querer se esconder debaixo do tapete.
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A Pele de Vênus (La Vénus à la fourrure, 2013)
Roman Polanski (O Pianista) é um dos raros cineastas de sua geração que continuam filmando em alto nível. Trata-se de um diretor que atrai minha atenção para qualquer novo projeto que esteja lançando, e com A Pele de Vênus (seu trabalho mais recente) não foi diferente. Filmado em um único cenário (o palco de um teatro) e com apenas 2 nomes no elenco (Emmanuelle Seigner e Mathieu Amalric), o longa narra a história de uma atriz que chega atrasada para um teste de elenco e tenta, de todas as formas, convencer o diretor da peça a escolhê-la como protagonista. Trata-se de um filme de roteiro, de interpretações, de posicionamento de câmeras primorosos e de algumas boas surpresas. Polanski no seu melhor.
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