CCXP 2016 | Emoção, magia e AZUL!

Foto oficial do evento por Daniel Deák

Vamos então ao meu terceiro dia de Comic Con Experience 2016. Essa foi a primeira vez que estive no evento em um fim de semana, visto que ano passado conseguimos cobertura apenas para quinta e sexta-feira, e já de início vi que poderia passar algum aperto devido ao aumento de pessoas que se dirigiam para lá. Decidi chegar bem cedo na fila do auditório Cinemark, afinal a primeira atração seria o painel da Evanna Lynch, a Luna da saga Harry Potter. Nesse dia o transporte oficial do evento alterou os ônibus públicos para fretados, e a diferença estava nítida quando cheguei. Havia uma baita fila para os ônibus, atrasando meu planos de chegar as 6:30 da manhã no local. Acabei chegando as 7:00, quando a fila já dava 7 voltas! O fandom de Harry Potter passou a noite no local, então calculem. A dica que deixo é, se você quer muito ver um artista no painel do auditório principal, chegar muito cedo é inevitável. Tipo, cedo mesmo (dormir lá é uma hipótese, dependendo do convidado). Só assim você garante um bom lugar no auditório, com uma ótima vista para o seu convidado favorito. Isso vale para os 4 dias de CCXP, mas principalmente no sábado e domingo.

As 9:00 da manhã adentrei ao auditório e escolhi ficar do lado direito, mais uma vez, já que os melhores locais já estavam ocupados. Por sorte a vista ainda era ótima e a companhia também, pois encontrei a Michelle Louise e a Pamela Santos novamente. Vamos então ao resumão dos painéis do terceiro dia.

Evanna Lynch adentrou o palco as 10:00 da manhã e o povo enlouqueceu. O fandom de Harry Potter compareceu em peso, como já era previsto, e fizeram uma baita festa com a presença da atriz. Evanna me pareceu ser uma garota muito simpática e também muito tímida. Arriscou um “olá” e um “tudo bem?”, que levaram o pessoal à loucura. Ela ficou tão surpresa com a recepção que disse: “Vocês sabem que eu não sou uma popstar? Se soubesse que seria assim, teria feito uma canção”. A atriz é fã do livros da saga desde os 8 anos e para ela, entrar no elenco dos filmes foi a realização de um sonho. Num momento muito engraçado, ela contou que tentava não estragar tudo durante as gravações, para não ser demitida. Nesse momento, ela e a Aline Diniz (que mediava o painel), do Omelete, começaram a ter uma conversa informal sobre a saga, falando de suas casas preferidas, seus personagens preferidos e etc. Foi basicamente um painel de fã para fã, literalmente.


Aline perguntou se ela tinha alguma dica para alguém que busca ser atriz ou ator e ela prontamente respondeu: “Esforce-se muito, leia bastante e esteja envolvida nas histórias. A indústria do cinema não é tão legal quanto aparenta, é preciso lembrar que você é um artista, e ficar perto de pessoas que acreditam em você". Evanna ainda disse que ama Game of Thrones e também contou sobre sua reação à morte de Dumbledore nos livros: “Quando Dumbledore morreu, chorei mais do que quando meus avós faleceram. Quis desistir dos livros! A história de Snape também é muito tocante, ele que faz o maior sacrifício". No encerramento, ela disse que voltaria fácil para a saga: “Voltaria com 100% de certeza! Só tenho que comprar creme para rugas para não parecer tão velha”. E deixou o palco com uma tremenda salva de palmas.

Em seguida foi a vez de David Wenham. Efusivo, o ator falou sobre como foi a entrada para o elenco de O Senhor dos Anéis e 300, sempre demonstrando muito bom humor. Também comparou filmar em locação e em tela verde, de como foi importante para a saga do anel filmar em cenários reais, especialmente para a Nova Zelândia. Contou um pouco sobre o seu papel no novo Piratas do Caribe e também em Punho de Ferro, a próxima série da parceria Marvel/Netflix. Evidentemente sem poder entrar em muitos detalhes, "com medo de ser torturado pela Marvel", brincou. O painel foi encerrado com todos em pé, imitando o tradicional rugido espartano em referência ao seu personagem em 300.

Depois veio a pré-estreia de Moana: Um Mar de Aventuras, que só estreará nos cinemas brasileiros em janeiro de 2017. Escrevi uma review sobre o que achei do longa, você pode ler clicando AQUI. Os diretores do filme apareceram explicando todo o processo de criação, das viagens a Fuji, Samoa e Taiti, aprendendo sobre toda a cultura local e transferindo isso para a animação. Foi mostrando o processo do único desenho feito a mão na obra, a tatuagem que fica no peito de Maui. Vale citar a exibição do já tradicional curta-metragem antes da atração principal. Chama-se Trabalho Interno (Inner Workings) e foi escrito e dirigido pelo brasileiro Leonardo Matsuda, que já trabalhou no processo de animação de Detona Ralph, Operação Big Hero, entre outros. O curta mostra um homem insatisfeito com o seu trabalho e tudo o que seus órgãos internos fazem para que ele possa realizar os seus sonhos.


O painel seguinte foi o da Paris Filmes, que abriu suas atrações com o novo filme dos Power Rangers. Dacre Montgomery (ranger vermelho), Ludi Lin (ranger preto), Naomi Scott (ranger rosa) e R.J. Cyler (ranger azul) entraram no palco muito empolgados, especialmente R.J. Cyler. Admito que não esperava muito da participação deles, mas fui surpreendido fortemente pelo carisma de todos, principalmente, claro, o ranger azul que, sempre que respondia uma pergunta, terminava dando um grito de “AZUL!”. Ludi Lin, disse que é uma grande responsabilidade interpretar esses personagens, principalmente para o Brasil, que tem uma legião de fãs apaixonados pela série. Dacre Montgomery, aliás, era o único que não assistia o seriado na infância: “Eu sou da Austrália e não fui um garoto de TV até os 11 anos. A série também não era famosa por lá, infelizmente". Outro momento bacana foi quando todos disseram “é hora de morfar!”, em português. E, claro, o ranger azul se destacou fazendo uma performance muito engraçada que foi aclamada pelo público com os gritos de “azul, azul, azul”. Depois dessa painel admito que a vontade de ver o filme aumentou, souberam vender o peixe. Se vai ser ruim ou não, aí é outra história. E se você quiser ver o vídeo do AZUL, está logo abaixo.

O próximo convidado foi Danilo Gentili, que veio falar do seu filme Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola. No palco também esteve Carlos Világran, imortalizado como o Quico, do seriado Chaves. É claro que ele não se aguentou e começou a fazer os trejeitos do personagem, deixando o público extasiado. Világran ainda teve uma bonita atitude e pediu 1 minuto de aplausos, em vez do tradicional 1 minuto de silêncio, para as vítimas da tragédia do avião da Chapecoense. O painel então foi encerrado com um pequeno trecho do filme, que mostrava a participação especial de Fábio Porchat.

E então se deu inicio a sessão Youtubers. Primeiro veio Christian Figueiredo para anunciar o filme inspirado em seu livro, Eu Tô Loko, que tem estreia prevista para 2017. Eu não sei quem está interessado em saber da adolescência de qualquer pessoa. Talvez outros adolescentes, mas enfim... em seguida Rafinha Bastos subiu ao palco, acompanhado de Felipe Castanhari, Cauê Moura, Paulinho Serra e o diretor do longa Internet: O Filme que basicamente reunirá diversos youtubers em um mesmo projeto.


O próximo painel era o da Universal Pictures e foram exibidos trailers de Fragmentado (novo filme de M. Night Shyamalan), A Grande Muralha (com Matt Damon e Pedro Pascal), Penetras 2: Quem dá Mais? (com Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch), além de um making of de Velozes e Furiosos 8 Também foi anunciado um filme live action do Pica Pau, para 5 de outubro de 2017, com um pequeno teaser (não, eu não estou mentindo). O último longa apresentado foi Sing: Quem Canta Seus Males Espanta, uma animação dos mesmos criadores de Meu Malvado Favorito. Vanessa Camargo, será uma das dubladoras e estava presente pra falar do processo de dublagem e também anunciar que assistiríamos 20 minutos exclusivos do filme. COMO ODEIO VER FILME INCOMPLETO! Agora tô morrendo de curiosidade pra saber o que vai acontecer com determinada personagem. Vou ter que ir no cinema. Malditos. Pra efeito de curiosidade, Sandy também está dublando uma personagem.

O painel da Marvel Comics, anunciando seus lançamentos e futuros projetos, pra mim foi marcado pelo senhor que não estava afim de estar ali. Alan Davis respondia curto e grosso à todas as perguntas e passou a impressão de que não via a hora de ir embora dali. Acho isso triste, mas enfim.

Dando Vida a Rogue One: Uma História Star Wars foi a atração seguinte, e teve no palco a participação de Brian Herring. Pra quem não sabe, é ele que controla o BB-8. Nas palavras do mesmo: “Sabe a primeira cena dele correndo? Sou eu ali o controlando, não é computação gráfica!” Ele comentou e mostrou diversos personagens que vão aparecer no novo spin-off da saga. Perguntaram qual foi o personagem mais difícil de fazer e ele respondeu que foi um controlado por 17 pessoas (!), mas que não podia dar mais detalhes. Descobriremos quando assistirmos ao filme. Fiquei curioso!


Para encerrar o dia, o painel que todos esperavam desde as 10:00 da manhã: James FUCKING Gunn foi chamado ao palco e já veio fazendo uma live no Facebook, mostrando a recepção do público brasileiro. Uma recepção calorosa, com muitas palmas e gritos de “James Gunn! James Gunn”.

O cineasta é muito simpático e carismático. Contou como foi fazer uma HQ modesta se transformar em todo esse sucesso, fruto de um ótimo trabalho de direção e elenco. Primeiro foi apresentado um novo trailer Guardiões da Galáxia Vol. 2, em 1ª mão para a CCXP, que inclusive mostra um pouco da participação de Sylvester Stallone no longa. Em seguida foi mostrado um trecho do filme, em que Baby Groot tem que salvar Rocket e Yondu da prisão, uma cena sensacional, aliás, que só tinha passado para o público da San Diego Comic Con. Nessa hora o povo foi a loucura e James Gunn foi ovacionado de forma alucinante, tudo tremia. O diretor então não se conteve e decidiu se abrir emocionalmente, ao dizer: “Essa é a melhor Comic Con que já participei na vida!”.

Gunn ainda elogiou muito Michael Rooker, que interpreta Yondu. Disse que desde seus filmes independentes eles estão juntos e que o personagem terá grande destaque no Vol. 2. Para finalizar, foi exibido mais um trailer, este lançado mundialmente logo depois da CCXP, com a cena em que Baby Groot quer apertar o botão da bomba que explode tudo.

Com certeza esse foi o melhor painel do dia. Caloroso, com o diretor totalmente à vontade e afim de participar. Ele disse que está refilmando algumas cenas, mas mesmo assim veio ao Brasil para apresentar conteúdo exclusivo para os 3.500 que estavam presentes. Uma noite histórica! Ele ainda finalizou dizendo: “Ver a reação de vocês a isso me emociona. Obrigado do fundo do coração! Amo vocês!”. Nós que agradecemos, James!

E assim acabou o terceiro dia. No próximo texto termino minha cobertura da Comic Con Experience com o quarto dia, mais cosplayers, coletiva de Sense8 e a minha primeira pergunta feita num painel!

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