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Direção: Marti Noxon
Roteiro: Marti Noxon
Elenco: Lily Collins, Keanu Reeves, Alex Sharp, Lili Taylor, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2017
|
O Mínimo Para Viver é o novo longa que entrou no catálogo da Netflix para trazer uma nova luz aos distúrbios
alimentares. Trata-se do primeiro filme dirigido por Marti Noxon, que já trabalhou como produtora de episódios de Buffy, Mad Men, e várias outras séries grandes. Noxon também é a responsável pela adaptação de Objetos
Cortantes, livro de Gillian Flynn que virou série de TV, com estréia ainda
esse ano pela HBO.
A obra trata de distúrbios alimentares como anorexia, bulimia e compulsão alimentar. Essas doenças assolam milhares de pessoas, tanto na sua saúde física, quanto mental. Ou seja, mais uma vez a Netflix causa falatório ao produzir conteúdo original que trata de tabus dos quais a sociedade não está acostumada a discutir de forma tão aberta.
A protagonista é Ellen (Lily Collins), uma jovem
de 20 anos que sofre de anorexia e vive em um ciclo de entradas e saídas em
diversas clinicas de reabilitação. Ellen tem uma visão distorcida da sua doença
e, por isso, divulga suas opiniões na internet de
forma agressiva. Isso acaba causando o famoso trigger¹ em uma garota que a acompanha seus posts no Tumblr, fazendo com que ela tire a própria vida.
¹ Trigger é uma expressão em inglês que é usada para fazer referência a imagens, textos ou opiniões que possam causar reações de extrema aversão em pessoas que estejam passando por situações similares, o que pode causar sérias recaídas.
¹ Trigger é uma expressão em inglês que é usada para fazer referência a imagens, textos ou opiniões que possam causar reações de extrema aversão em pessoas que estejam passando por situações similares, o que pode causar sérias recaídas.
Ellen tem pais separados e vive com a
madrasta, mas ainda que tenha um bom relacionamento com a irmã, não tem um pai presente.
Sua mãe, por outro lado, se retira da equação pois não consegue mais lidar com a
doença da filha.Todos esses fatores são estabelecidos no início da trama
para que o espectador possa ver o tipo de convívio que Ellen enfrenta e como
isso influencia na sua doença e na sua forma de encarar sua real situação.
Mesmo que sua madrasta não saiba exatamente como ajudá-la, ela coloca Ellen em uma
clínica de reabilitação com métodos não muito convencionais de tratamento. A clínica é liderada pelo
médico interpretado por Keanu Reeves (Matrix).
Quando entra na rotina da clínica de reabilitação, ela conhece
outros jovens tão problemáticos quanto ela e é nesse momento que o filme fala
apenas com o público mais jovem, talvez de forma proposital, afim de atingi-los
de forma mais eficaz.
Existe um distinto ar jovial na parcela do filme que se
passa na clínica, com cenas que desenvolvem os laços de amizade e romance entre
os personagens, fazendo com que a mensagem perca força. Mesmo permeada pela doença que todos enfrentam, a obra se torna branda e a direção se torna distante. O ultimo ato, inclusive, utiliza de metáforas para concluir sua mensagem. Ellen precisa chegar perto da morte para enxergar suas atitudes de forma clara e aceitar, não só a ajuda, mas também a presença de todos a sua volta.
É inegável que o O Mínimo Para Viver faz um bom trabalho ao retratar a realidade das pessoas que
passam por distúrbios alimentares, mostrando que a doença não é exclusiva entre mulheres
jovens e que, também, não precisam ser representadas por pessoas magérrimas. Existe aqui todo tipo de gente passando pelo mesmo problema, e isso é um belo acerto. Não existe glamour
nas representações mais drásticas da doença, mas faltou um pouco mais de coragem em retratar a mente dessas pessoas funcionando. O filme se apoia muito no grupo de
reabilitação, mas não temos um aprofundamento dos personagens para saber quem são aquelas pessoas. Uma visão mais bem trabalhada, com certeza enriqueceria a mensagem passada.
Crédito: Gilles Mingasson / Netflix |
Lily Collins (Okja) perdeu peso para a interpretar sua personagem, o que certamente trouxe um ar mais
impactante a doença. Outro ponto importante é
que a atriz também já sofreu de distúrbios alimentares no passado, o que ela descreve em sua biografia. Ao receber o roteiro do filme, disse que o papel foi um desafio, já que sabe que uma abordagem correta é importante. O mesmo aconteceu
com a própria diretora, que já lidou com distúrbios alimentares e alcoolismo ao
longo de sua vida. A cineasta precisou revisitar situação similares tirar seu projeto do papel.
O Mínimo Para Viver é um filme necessário, assim como já aconteceu esse ano com 13 Reasons Why, que falou sobre suicídio e
Dear White People, que trouxe uma excelente discussão sobre racismo. Produções como essas são sempre bem-vindas para abrir discussões pertinentes. Algum dia os tabus irão acabar e as conversas serão mais abertas. Um dia chegamos lá, tenho certeza.
Bom |
Se você quiser conferir a crítica em vídeo que fiz sobre o
filme, segue abaixo:
Críticas
Keanu Reeves
Lily Collins
Marti Noxon
Netflix
O Mínimo Para Viver
Pamela Santos
To The Bone
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