Teorias sobre o desfecho de Game of Thrones


 

SPOILERS! 

Uma das maiores séries dos últimos anos caminha para seu ato final. Com a chegada da penúltima temporada a pergunta que fica cada vez mais latente é: qual será o final de Game of Thrones? O mundo complexo criado por George R.R. Martin nos dá o prazer de especularmos teorias e hoje, apontaremos um possível desfecho para o épico produzido pela HBO.

Como todo espectador atento sabe, a série sempre deu pistas sutis do que pode acontecer no futuro. Por exemplo, depois de ser usado na Batalha de Blackwater, o fogovivo era frequentemente mencionado – principalmente nas duas últimas temporadas –, onde a história do Rei Louco era constantemente repetida. O paralelo entre passado e presente se deu no último episódio da sexta temporada, quando Cersei Lannister (Lena Headey) usa o arsenal de fogovivo para explodir seus inimigos dentro do Grande Septo de Baelor.

No décimo episódio da terceira temporada, logo após o Casamento Vermelho, Bran Stark (Isaac Hempstead-Wright) conta a história do Cozinheiro Ratazana (Rat Cook) da Patrulha da Noite. Em uma visita do Rei a Nightfort (umas das fortalezas da Patrulha), ele matou o príncipe e o serviu numa torta para o próprio pai. Os Deuses o transformaram em um rato gigante que sempre está faminto e acaba por devorar seus filhotes. A punição, entretanto, não foi pelo assassinato ou por ter servido o filho do Rei numa torta, mas sim porque o cozinheiro matou um convidado dentro de sua casa, algo que os deuses não podem esquecer. A pequena cena, que passou despercebida, era uma das sutis dicas sobre o futuro de Walder Frey (David Bradley).


Tendo isso em mente, tomamos como verdade que nem mesmo os diálogos mais simples de Game of Thrones devem ser ignorados. E logo no primeiro episódio da nova temporada temos o que pode ser uma pista para uma das principais teorias finais da série: a Muralha irá cair? 

Como Benjen Stark (Joseph Mawle) explica para Bran no décimo episódio da sexta temporada, a Muralha não é só gelo e pedra, ela também possui propriedades mágicas que têm o poder de afastar os mortos. Durante o primeiro episódio dessa nova temporada essa informação é citada diversas vezes. Em uma delas, Sansa Stark (Sophie Turner) chama a atenção de Jon Snow (Kit Harington) para ameaça dos Lannister, argumentando que entre eles e o Rei da Noite ainda existe a Muralha enquanto nada os separa de Cersei e sua sede por poder. 

A principal menção, entretanto, fica por conta de Sandor “Cão de Caça” Clegane (Rory McCann) e sua visão no fogo:

“Gelo. Uma muralha de gelo. A muralha. É onde a muralha encontra o mar. Há um castelo lá. Há uma montanha. Parece uma flecha. Os mortos estão passando. Milhares deles”.


O lugar descrito pelo Cão de Caça é citado no episódio por Jon Snow: Atalaialeste do Mar, onde se localiza um dos castelos da Patrulha da Noite. Jon acredita que o lugar mais passível de ataque é Atalaialeste pois a última investida dos Caminhantes Brancos foi em Durolar – trata-se do castelo da Patrulha mais perto deste local. É pensando nessa ameaça que o Rei do Norte envia Tormund (Kristofer Hivju) e os selvagens para onde a Muralha encontra o mar. Com a prévia do quinto episódio intitulado Eastwatch (Atalaialeste), sabemos que Bran tem uma visão com os Outros marchando no local, dando mais força a teoria de que o segredo para atravessar a Muralha talvez esteja por aquelas redondezas. 

Assim como era esperado o retorno do exército dos mortos, o herói que uma vez os venceu também ressurgirá. Diversas lendas com nomes diferentes são citadas no decorrer da série, mas Azor Ahai e o Príncipe Prometido são os que aparecem com mais frequência. Principalmente mencionado por Melisandre (Clarice Van Houten), a história de Azor Ahai aconteceu há mais de 8 mil anos, durante a Longa Noite quando os Outros dominavam o mundo. Diz a lenda que Azor Ahai teve duas tentativas frustradas antes de finalmente conseguir temperar a espada que seria capaz de acabar com os Caminhantes Brancos. Para isso foi necessário um sacrifício de sangue: durante 100 dias e 100 noites Azor Ahai forjou sua espada e para finalizar o trabalho, atravessou a lâmina pelo coração de sua mulher, Nyssa Nyssa. A espada, chamada Luminífera, saiu flamejante e foi com ela que o mundo foi salvo da Longa Noite.


No universo de Game of Thrones, acredita-se que outro alguém surgirá para livrar o mundo da nova ameaça do Rei da Noite. Uma forte candidata é Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) que cumpre praticamente todos os indícios para ser a reencarnação de Azor Ahai. Entretanto, acredito que o verdadeiro herói capaz de acabar com os Caminhantes Brancos seja Jon Snow. Além de atender a maioria dos pontos necessários para ser o príncipe prometido, o recém descoberto Targaryen ainda é o único que realmente leva a sério a ameaça de uma nova Longa Noite. Com uma possível aliança entre Dany e Jon – reforçada nos dois últimos episódios da série – e após Melisandre confirmar a Khaleesi que tanto ela quanto o Rei do Norte têm um papel para desempenharem juntos, não é absurdo pensar que o sacrifício de sangue exigido para se tornar o messias do Deus Vermelho seja matar a Mãe dos Dragões

George R.R. Martin afirmou em entrevista ao The Observer que o final de seu épico não seria um "apocalipse horrível”, mas sim algo agridoce – citando como exemplo a obra de J.R.R. Tolkien:

“(O Senhor dos Anéis) termina com vitória, mas é uma vitória agridoce. Frodo nunca mais é o mesmo, e ele vai embora para as Terras Imortais, enquanto os outros seguem suas vidas”.

Mesmo sendo arrasador, este é o final que mais me parece "correto" para os padrões que o universo fantástico de Game of Thrones apresenta. Sentirei uma pitada de remorso caso o palpite seja certeiro, mas levando em conta algumas sutis peças do quebra-cabeça e o que foi dito em entrevistas, tanto por Martin, quanto pelos produtores da série, creio que Game of Thrones não caminha para um destino tão diferente deste. Mas no fim, até que se prove o contrário, tudo não passa de mera teoria.


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