CRÍTICA | Star Wars: Uma Nova Esperança

Direção: George Lucas
Roteiro: George Lucas
Elenco: Mark Hamill, Carrie Fisher, Harrison Ford, Alec Guinness, Peter Cushing, James Earl Jones, entre outros
Origem: EUA
Ano: 1977


Se na época em que Star Wars foi lançado, alguém falasse que a obra revolucionaria a indústria do cinema como a conhecíamos, muitos virariam as costas e diriam que este alguém estaria louco. De fato, muita gente teve justamente essa postura na ocasião. Hoje, 40 anos depois, vemos que o jogo mudou completamente e todos (ou quase) endeusam George Lucas.

Lucas não tinha produções polpudas no seu currículo. Havia lançado apenas 2 longas-metragens: THX-1138 (1971), uma obra bastante experimental, e Loucuras de Verão (American Graffiti, 1973), filme que  figura a lista das 10 produções de baixo orçamento mais rentáveis da história do cinema. Essa posição o credenciou a realizar Star Wars, a obra que faria seu nome ser disseminado em todo o mundo.

A história começa quando Darth Vader (David Prose, voz de James Earl Jones) embosca uma nave espacial que está transportando a princesa Leia Organa (Carrie Fisher), que é procurada pelo Império Galáctico, não apenas por ser uma das líderes da Aliança Rebelde, mas também por portar os planos da maior arma de destruição do Império, a famigerada Estrela da Morte.

Crédito: Lucasfilm

Leia então insere os planos em uma unidade dróide conhecida como R2-D2 (Kenny Baker). Junto dele, outro dróide, C-3PO (Anthony Daniels), adentra em um modulo de escape, onde partem para o distante planeta Tatooine. Lá, os dróides são capturados e postos à venda, e seus destinos acabam nas mãos de Luke Skywalker (Mark Hamill) Ao limpar R2, Luke descobre a mensagem de Leia, que é endereçada a Obi-Wan Kenobi (Alec Guinness), e aí nossa história começa.

A obra costumeiramente é  rotulada como um faroeste estelar, onde temos batalhas entre bem e mal, pessoas com morais ambíguas, caçadores de recompensas, entre outros aspectos, que foram reforçados nos demais filmes da saga.

Os efeitos visuais são muito bem realizados, em uma época onde a computação gráfica nem sequer sonhava em existir. O texto rolando na abertura acabou se tornando icônico e acabou sendo parodiado inúmeras vezes por outras produções. Até mesmo o efeito dos sabres de luz, apesar de não soarem tão convincentes para novas gerações, captavam o espirito de uma aventura interestelar, semelhante a uma luta de espadas digna de Os Sete Samurais (1954), outra grande influência de Lucas.

A direção de arte produziu naves em miniatura que fizeram com que as cenas no espaço se tornassem críveis até hoje, pois mesmo com um visual relativamente datado, a riqueza de detalhes impede qualquer crítica. O interior das naves é repleto de luzes, câmaras, botões luminosos, pois assim pensavam os criadores de obras de ficção cientifica. Algo que também é visto na vestimenta de Vader, imponente, sombria e bastante opressora. Ao ouvir a icônica respiração robótica abafada pela capacete, fica claro que o personagem não está para brincadeira.

Crédito: Lucasfilm

O elenco era composto, em sua grande maioria, por nomes relativamente inexperientes. Mark Hamill (Kingsman: Serviço Secreto) era estreante na época, Carrie Fisher (Meus Vizinhos São um Terror) era desconhecida, apenas Harrison Ford (Blade Runner 2049) havia atuado em algumas produções, mas nada muito relevante. Ainda sim, esse time conseguiu fazer o espectador sentir empatia e querer saber e torcer por seus destinos. Os únicos nomes de peso no elenco eram de Peter Cushing (No Coração da Terra), conhecido por seus papéis em filmes de terror, e Alec Guinness, vencedor do Oscar de melhor ator por A Ponte do Rio Kwai (1957).

A montagem, que alterna um ritmo lento, que dá foco para desenvolver os personagens e detalhar as suas intenções, e um ritmo acelerado que dá enfase as cenas de ação, estabelece uma fórmula que iria se seguir por toda a franquia. Vale o destaque para a grande batalha na Estrela da Morte e a luta de sabre de luz entre Vader e Kenobi.

E claro que não poderia deixar de falar da impecável trilha sonora. O mestre John Williams (A Lista de Schindler) é o responsável por todas as trilhas da saga. Aqui, ele havia ficado conhecido por seu trabalho em Tubarão (1975), de Steven Spielberg, que, por sua vez, é amigo de George Lucas e os apresentou. Essa parceria gerou uma das trilhas mais icônicas da história do cinema.

Muita gente continua a endeusar O Império Contra-Ataca, por ter uma quantidade maior de ação, efeitos ainda mais extravagantes e personagens que começavam a ter mais desenvolvimento, mas arrisco dizer que o melhor filme, na minha opinião, é Uma Nova Esperança, já que é ele quem estabelece tudo que veríamos dali em diante, obviamente de forma mais refinada.

Crédito: Lucasfilm

O Episódio IV é o alicerce que acabaria por moldar o rumo da ficção cientifica por anos. Inspirou e inspira uma legião de fãs até hoje, se tornando um dos filmes revitalização a indústria cinematográfica. Um marco histórico, que nunca poderá ser ignorado.

Ótimo

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