5 Vezes Que Comediantes Arrasaram Em Filmes Dramáticos


Os melhores atores são aqueles que apresentam versatilidade, ou seja, que conseguem trabalhar em vários gêneros cinematográficos diferentes. Um bom exemplo são os comediantes, que muitas vezes são vistos com menos seriedade por fazerem filmes "menores", mas que muitos provaram ser uma suposição totalmente errada. Além de saber fazer rir e chorar, alguns humoristas tentam mostrar que são mais versáteis do que o público pensa, ou espera. Sendo assim, reuni algumas grandes performances de comediantes em filmes de drama.


Ben Stiller

A Vida Secreta de Walter Mitty (The Secret Life of Walter Mitty, 2013)


Talvez os primeiros filmes que vêm em mente ao ouvir o nome Ben Stiller sejam as comédias mais rasas como Zoolander, Entrando Numa Fria ou Uma Noite no Museu. No entanto, com uma vasta carreira que inclui créditos também como roteirista, diretor e produtor, ele vai muito além desses papéis.

Dirigido e estrelado pelo próprio Stiller, A Vida Secreta de Walter Mitty chama a atenção por trazê-lo em um papel diferente do que estamos habituados. Convencionou-se que ele é um péssimo ator, mas isso está muito longe da realidade.

Walter Mitty é um personagem complexo, de vida pacata e emprego comum, completamente dedicado à família e ao trabalho, que sonha em conhecer o mundo e ter uma relação amorosa digna de cinema, mas isso fica apenas na sua imaginação, que é ilustrada de forma fantástica pelo filme. É difícil não se emocionar com a jornada de Mitty, que apresenta uma bela solução final.


Eddie Murphy

Dreamgirls: Em Busca de Um Sonho (Dreamgirls, 2006)


Eddie Murphy, o comediante superstar que não fez muitos dramas, abriu uma exceção para a adaptação musical da Broadway, dirigida por Bill Condon (Sr. Holmes). Por Dreamgirls, Murphy ganhou um Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar pelo papel de Jimmy Early, um cantor volátil de R&B, que tem uma fortuna que está desaparecendo conforme seus companheiros de produtora crescem cada vez mais. Como Jimmy, o ator interpreta um homem com talento e paixão, mas que também tem uma camada de obstinação que ele raramente mostra. É um trabalho impressionante, que mostra que o ator deveria tentar fazer algo parecido novamente.


Jim Carrey

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças 
(Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004)


Em uma reviravolta de circunstâncias, os projetos dramáticos de Jim Carrey (O Mundo de Andy) têm sido melhor recebidos do que suas comédias atualmente. O filme em questão, Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, que tem um dos roteiros mais originais de Hollywood, não se distancia disso, e é, na verdade, uma belíssima declaração de amor. 

O inusitado na trama é a possibilidade real de que pessoas possam simplesmente apagar da memória lembranças indesejáveis, sempre que quiserem. O que termina acontecendo com Joel (Carrey), que decide eliminar sua ex-namorada, Clementine (Kate Winslet), de sua memória, após descobrir que ela já havia feito o mesmo.

A descoberta da importância de manter as memórias vivas é feita de forma sutil e no decorrer do próprio filme. Outro ponto importante é o formato com o qual a história é narrada, utilizando a bizarrice do fato de uma pessoa estar em sua própria mente lutando contra suas memórias. Toda essa narrativa não atingiria metade da sua eficácia, não fossem as atuações de Carrey e Kate Winslet (Titanic), que se entregam aos papéis. Neles só enxergamos seus personagens e, acima de tudo, pessoas que facilmente poderiam viver entre nós. 


Whoopi Goldberg

A Cor Púrpura (The Color Purple, 1985)


Whoopi Goldberg (Ghost: Do Outro Lado da Vida) se tornou uma sensação na Broadway dos anos 80 com um show em que interpretava vários personagens, mostrando seus dotes de comédia e drama. Na adaptação de Steven Spielberg (Jogador Nº1) do livro de Alice Walker, Goldberg é a heroína Celie, uma mulher com uma alma profundamente abusada que começa a entender que, quanto mais luta, maior é seu poder e valor. Ver Celie transformar sua timidez em confiança, é como assistir Whoopi interpretando várias pessoas diferentes, amando todos os seus defeitos e esperanças.


Robin Williams

Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, 1989)


Por último, não podia deixar de citar um dos maiores comediantes (e atores) de todos os tempos. Estudante da prestigiada Juilliard School, Robin Williams fez filmes bem diversificados ao longo de sua carreira, porém, o melhor uso de suas habilidades foram em obras dramáticas como Sociedade dos Poetas Mortos ou O Pescador de Ilusões (The Fisher King, 1991). 

Quem não se sentiu compelido a subir na mesa e homenagear o inspirador professor John Keating proferindo “Oh, Captain, my Captain”? Contratado para ensinar literatura inglesa em uma escola só para garotos, ele acaba ensinando a toda uma geração o significado da expressão em latim Carpe Diem (aproveite o dia), e a importância de seguir os próprios sonhos. É um dos papéis mais lembrados do ator, e que lhe rendeu mais uma indicação ao Oscar.

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