CRÍTICA | Rogue One: Uma História Star Wars

Direção: Gareth Edwards
Roteiro: Chris Weitz, Tony Gilroy, John Knoll e Gary Whitta
Elenco: Felicity Jones, Diego Luna, Alan Tudyk, Donnie Yen, Ben Mendelson, Riz Ahmed, Mads Mikkelsen, Forest Whitaker, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2016


Durante anos os fãs se perguntavam como a Estrela da Morte havia sido planejada com uma falha que poderia desencadear uma explosão de dentro para fora da estação espacial? Esse "micro" detalhe costumava passar batido por boa parte das pessoas, mesmo assim, irritava algumas outras. Desse furo de roteiro e da vontade de se contar a história dos rebeldes que roubaram os planos da maior arma do Império Galático, é que nasceu Rogue One: Uma História Star Wars.

Seis anos haviam se passaram desde a extinção da Ordem Jedi e o surgimento de Darth Vader. Nesse tempo o Imperador Palpatine transformou República em Império, e a galáxia encontra-se em ditadura, escravidão e opressão. Inicia-se então uma busca por pessoas que possam contribuir para a construção de uma arma suprema. Galen Erso (Mads Mikkelsen) é recrutado a força pelo diretor Orson Krennic (Ben Mendelson) para completar o projeto da Estrela da Morte, em um evento que leva ao assassinato de sua esposa e a fuga de sua filha, Jyn Erso (Felicity Jones). Treze anos depois, Jyn é liberta pela Rebelião de um cativeiro Imperial, que planeja usá-la para rastrear seu pai e depois matá-lo para impedir a construção da arma. Ela então é enviada para o planeta Jedha, com o oficial rebelde Cassian Andor (Diego Luna) e seu droide imperial reprogramado, K-2SO (Akab Tudyk).

Acho que nunca o termo "guerra" foi levado tão a sério na franquia Star Wars quanto aqui. A ambientação lembra bastante filmes como O Resgate do Soldado Ryan (1998), ou mesmo minissérie  The Pacific (2010). Especialmente no que diz respeito a épica "batalha final" das forças rebeldes contra o Império.

Foto: Lucasfilm

O grande trunfo de Rogue One são seus personagens. Jyn Erso consegue ser um raio de esperança dentro de um mar de incertezas, medo e ódio. K-2SO é um droide cheio de personalidade, sarcástico, irônico, e que se mostra até mais humano que muita gente. Chirrut (Donnie Yen), mesmo com sua deficiência, sabe se impor, especialmente em ambientes hostis, de conflitos intensos, onde nos são exigidos muito mais do que apenas cinco sentidos. Ele acredita na Força e que os Jedi ressurgirão.
outros

É possível também ponderar que chegamos a um patamar onde os efeitos digitais estão cada vez mais próximos da realidade. Vemos, por exemplo, a reconstituição facial de Moff Tarkin, uma vez que o ator original faleceu em 1994. Seu rosto é bem expressivo e executado, mas o mesmo não podemos dizer da reconstituição de Carrie Fisher, que tem sua breve aparição na cena final. Faltou maior cuidado e refinamento para se obter um melhor resultado.

Outro personagem que volta a ativa é Darth Vader, novamente dublado por James Earl Jones (O Rei Leão). Em certo momentos vemos a sua humanidade e fragilidade, resultado de seu último combate com Kenobi. Aliás, a cena final onde Vader mata vários rebeldes em sala escura, com apenas a iluminação de seu sabre de luz vermelho, é capaz de trazer um medo até então não apresentado em nenhum outro filme da franquia.

Nesse ponto, a trilha sonora executada por Michael Giacchino (LOST) ajuda a compor a emoção de cada cena, seguindo a cartilha do mestre John Williams (A Lista de Schindler). O teor épico há tanto estabelecido permanece, porém a entonação é voltada para algo mais bruto, trazendo tensão ao espectador, já que o conflito permeia todo o filme.

Foto: Lucasfilm

No fim, Rogue One é um filme divertido, tenso e que demonstra que a saga está tomando novos rumos, saindo de sua zona de conforto e se aventurando em outros gêneros do cinema. Existem defeitos naturalmente, mas eles são suprimidos dentro do possível. O desafio era grande, e o resultado de ligar as duas trilogias já estabelecidas foi bem sucedido. Não é o melhor longa da saga, mas certamente figura em um top 5.

Bom

A todos que curtiram as críticas especiais de Star Wars nos últimos 2 meses, agradeço pela audiência e aproveito a oportunidade para deixar minha sincera homenagem à Carrie Fisher, que nos deixou no ano passado. Sentirei muitas saudades, Princesa General Leia Organa, líder da Aliança Rebelde.

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