CRÍTICA | O Incrível Hulk

Direção: Louis Leterrier
Roteiro: Zak Penn
Elenco: Edward Norton, Liv Tyler, Tim Roth, William Hurt, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2008


Hulk, o gigante verde corpulento, forte, resistente e que age das mais diversas formas, quando colocado sob pressão. Caso você tenha esquecido, o personagem já teve um filme, em 2003, quando o diretor Ang Lee (O Segredo de Brokeback Mountain) tentou revitalizar o personagem, com Eric Bana (Falcão Negro em Perigo) no papel principal, mas que não fez tanto sucesso, ainda que tenha alguns admiradores. Eis que, em 2008, um novo longa foi lançado, dando sequência ao sucesso de Homem de Ferro, que havia tomado o mundo de assalto naquele ano.

Na trama, Bruce Banner (Edward Norton) está isolado faz 5 anos na busca por uma cura para sua condição. Escondido na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, ele trabalha fabricando refrigerantes e aprende técnicas de respiração meditativa para ajudar a manter seu controle emocional, algo que fez com que ele não se transformasse por cinco meses. Após um acidente que envolve o sangue de Banner, o General Ross (William Hurt) consegue localizá-lo, enviando uma equipe liderada pelo capitão Emil Blonsky (Tim Roth) para capturá-lo. O que, claro, acaba levando o protagonista a se transformar em Hulk novamente. 

O Incrível Hulk (The Incredible Hulk) possui um tom mais sério, diferente de grande parte dos filmes da Marvel Studios, muito em função da influência de Edward Norton (Clube da Luta) no roteiro, ele que é fã assumido da série de TV do gigante esmeralda. O ator trouxe credibilidade a seu Bruce Banner, um homem com traumas emocionais, abalado por se transformar em uma criatura, remoendo a decisão de se exilar de todos que ama para que eles não sofram com as consequências de seus atos incontrolados. Destoar dos demais filmes do MCU não é algo ruim, mas revisitar o filme hoje em dia causa um pouco de estranheza, pois trata-se da obra que menos conversa com os demais longas.

Foto: Universal Pictures / Marvel Studios

As cenas de ação são muito boas, especialmente quando vemos Banner se transformar em Hulk. Os movimentos do verdão são plásticos e fazem você acreditar que um homem franzino se transforma naquela criatura, mesmo que os efeitos digitais, vez ou outra, deixem a desejar, especialmente na batalha entre Hulk e Abominável.

O roteiro, que a todo momento era reescrito durante as gravações, tenta misturar um pouco da primeira aparição do Hulk nos quadrinhos, ao mesmo tempo que tenta introduzir o máximo de personagens que pode no pouco tempo de tela que possui. Talvez se saísse melhor  se apostasse em uma trama contida e coesa, sem "atirar para todos os lados", o que não o credencia como um dos grandes exemplares da Marvel Studios, ainda que não seja um filme ruim.

Falando do elenco coadjuvante, Liv Tyler (Armageddon) é uma boa Betty Ross, mas acaba soando deslocada, talvez por nunca mais ter aparecido nesse universo cinematográfico. Tim Roth (Os Oito Odiados), por sua vez, não convence como um soldado de elite, ainda que seu talento faça ser crível que ele é perigoso. Já Tim Blake Nelson (Colossal), apesar de viver Samuel Sterns, um personagem importante do universo do Hulk, acabou não sendo aproveitado desde então, muito em razão dos problemas entre Marvel e Edward Norton.

Foto: Universal Pictures / Marvel Studios

O resultado pouco satisfatório em bilheteria e crítica, atrelado ao fato de atualmente o personagem estar se saindo melhor em filmes onde sua participação coadjuvante se destaca, fica difícil imaginarmos que veremos um novo filme solo do Hulk tão cedo. No fim, O Incrível Hulk mostra-se irregular, ainda que tenha conseguido cumprir com o objetivo de dar continuidade ao universo cinematográfico que estava sendo criado.

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