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Postado por
Cesar Augusto Mota
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Direção: André Moraes
Roteiro: Ana Maria Moretzsohn e Patrícia Moretzsohn
Elenco: Leandro Hassum, Manuela Kfouri, Guilherme Rodio, entre outros
Origem: Brasil
Ano: 2018
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Basta conhecer um pouco do cinema brasileiro para saber que ele vem se reinventando, mas no que tange ao gênero comédia, o espectador mais crítico tem se cansado do que tem visto, com longas que não se sustentam sem o abuso de piadas de cunho sexual e situações que beiram ao histrionismo. Não Se Aceitam Devoluções, protagonizado por Leandro Hassum (Dona Flor e Seus Dois Maridos) e dirigido por André Moraes (Entrando Numa Roubada), aposta em uma mescla de drama e comédia, não sendo tão bem sucedido em nenhum dos dois.
Trata-se de uma refilmagem do longa mexicano Não Aceitamos Devoluções (No se aceptan devoluciones, 2013), dirigida e protagonizada por Eugenio Derbez (Como se Tornar um Conquistador), e que também serviu de base para o filme francês Uma Família de Dois (Demain tout commence, 2016), protagonizado por Omar Sy (Intocáveis). Ou seja, temos aqui o caso típico de uma história que atingiu em cheio o público de seu país de origem, passando a ganhar refilmagens ao redor do mundo.
A trama nos apresenta a Juca Valente (Hassum), um homem descompromissado e sedutor, disposto a usar sempre a mesma cantada manjada para tentar levar o maior número possível de beldades para a cama: "Sabia que você é umas das sete maravilhas do mundo?". Um dia sua vida vira de cabeça para baixo quando Brenda (Laura Ramos), uma ex-ficante, aparece em sua casa com Emma, uma bebê de um ano de idade e que ele terá que cuidar dali para frente. Desesperado, Juca passa a enfrentar a missão mais importante de sua vida: criar sua filha.
A trama nos apresenta a Juca Valente (Hassum), um homem descompromissado e sedutor, disposto a usar sempre a mesma cantada manjada para tentar levar o maior número possível de beldades para a cama: "Sabia que você é umas das sete maravilhas do mundo?". Um dia sua vida vira de cabeça para baixo quando Brenda (Laura Ramos), uma ex-ficante, aparece em sua casa com Emma, uma bebê de um ano de idade e que ele terá que cuidar dali para frente. Desesperado, Juca passa a enfrentar a missão mais importante de sua vida: criar sua filha.
Foto: Fox Film do Brasil |
O roteiro se limita a premissa já vista nas versões anteriores, sem apresentar novidades e abusando do uso de clichês. O ritmo dos acontecimentos é demasiadamente acelerado, com situações que beiram o absurdo e a incoerência, como a cena do pulo do alto de um prédio ou mesmo o salto de motocicleta por cima de seis ônibus. A inteligência do espectador não é apenas testada, mas subestimada em certos momentos. E para não dizer que nada se salva, o ponto de virada utilizado na reta final da trama chama a atenção, sendo um dos poucos elementos que sensibilizam o espectador, ainda que ele não garanta que o filme seja lembrado após sair da sala de exibição.
A tentativa de mesclar a comédia com drama é interessante, mas não ocorre de forma eficiente, muito em função de seu protagonista. Hassum tenta passar um semblante mais sério nos momentos em que trabalha como dublê, ou quando seu personagem se vê ameaçado por Brenda, porém, não consegue transmitir veracidade, falho na tentativa de se desvencilhar de sua veia cômica e de tentar fazer graça com suas expressões faciais exageradas.
Laura Ramos (Viva Sapato!), por sua vez, nos apresenta uma Brenda que mais lembra uma personagem de dramalhões mexicanos, que abusa da emoção e do choro, com pouca sutileza dramática. Já Manuela Kfouri (As Aventuras de Poliana), que representa a pequena Emma aos 7 anos, tem atuação digna e dentro do que o roteiro pede, sendo um contraponto para o protagonista, ainda que fique presa ao seu universo limitado.
Laura Ramos (Viva Sapato!), por sua vez, nos apresenta uma Brenda que mais lembra uma personagem de dramalhões mexicanos, que abusa da emoção e do choro, com pouca sutileza dramática. Já Manuela Kfouri (As Aventuras de Poliana), que representa a pequena Emma aos 7 anos, tem atuação digna e dentro do que o roteiro pede, sendo um contraponto para o protagonista, ainda que fique presa ao seu universo limitado.
Foto: Fox Film do Brasil |
Não Se Aceitam Devoluções é um longa que aborda temas interessantes como paternidade, solidão, abandono e a luta por um lugar no mundo, ainda que não seja bem sucedido em sua abordagem, muito em função do roteiro raso, atuações exageradas e doses de humor forçadas. Um longa que trazia certa curiosidade por adaptar uma história de sucesso mundial, mas que fica devendo, lamentavelmente.
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