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Postado por
Cesar Augusto Mota
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Filmes que retratam a violência baseada em fatos são bastante comuns em nosso país. Henrique Goldman (Princesa) dirigiu um deles, Jean Charles (2009), cinebiografia de um brasileiro que teve uma passagem trágica por Londres, quando foi confundido com um terrorista. O contexto era o da busca por melhores oportunidades na vida, que acabou ceifada precocemente e de forma brutal. Goldman então retorna com esse Em Nome da Morte, mais uma história de luta por afirmação, de um homem pobre que busca ascender de classe social da maneira rápida e cruel.
O roteiro, também de Goldman, conta a história de Júlio Santana (Marco Pigossi), jovem que mora em uma chácara no interior do Tocantins, sem esperança de progresso, pois se mostra pouco produtivo, bastante criticado por aqueles que o cercam, sem se interessar pelos negócios da família. No entanto, dotado de boa pontaria, recebe uma oferta de seu tio Cícero (André Mattos), um militar, que lhe oferece a oportunidade de morar na cidade grande. O trabalho não é propriamente na Polícia, apesar do mesmo receber uma farda da corporação. Na opinião de Cícero, a vestimenta impõe respeito para que ninguém suspeite de nada, já que o sobrinho a partir de agora se tornaria pistoleiro de aluguel.
Foto: Primeiro Plano |
A personalidade do protagonista é trabalhada de forma sistemática, como um anti-herói dotado de bom coração e que enfrenta diversos obstáculos, principalmente psicológicos, para se manter firme em seu propósito. Temas como amadurecimento, fé e ética são trabalhados de maneira dinâmica, fazendo com que a obra torne-se relevante. Na visão de Cícero, "deve-se servir sempre o melhor para conseguir futuros serviços" e "Deus é o responsável por tirar a vida das pessoas e não as armas". Há caminhos curiosos para a constituição desse "código de ética" deturpado, e acompanhar tal construção é o principal atrativo do longa.
A estética visual também se mostra interessante, como no uso do letreiro branco com fundo preto, anunciando a contagem de corpos. Tal recurso ajuda não apenas a mostrar a passagem de tempo, mas também contribui para o ritmo da trama, com uma narrativa episódica. O ciclo de Júlio se dá de maneira cíclica, com dificuldade do personagem central em sair do contexto no qual se inseriu, em um paradoxo entre expectativa e realidade.
O trabalho de maquiagem, figurino e fotografia também contribuem para a ideia aqui estabelecida, principalmente quando vemos a mudança social do protagonista e de Maria (Fabiula Nascimento), esposa de Júlio. A inserção da personagem, aliás, desenvolve uma subtrama que influencia diretamente na narrativa principal, trazendo mais peso e responsabilidade para cada decisão de Julio, permitindo um desfecho impactante e improvável para a obra.
O trabalho de maquiagem, figurino e fotografia também contribuem para a ideia aqui estabelecida, principalmente quando vemos a mudança social do protagonista e de Maria (Fabiula Nascimento), esposa de Júlio. A inserção da personagem, aliás, desenvolve uma subtrama que influencia diretamente na narrativa principal, trazendo mais peso e responsabilidade para cada decisão de Julio, permitindo um desfecho impactante e improvável para a obra.
Foto: Primeiro Plano |
Retratar um mundo sombrio existente dentro de nossa sociedade, bem como as metáforas traduzidas com banhos de sangue, são pontos relevantes e realizados de forma cuidadosa por Henrique Goldman. O cineasta se preocupa ainda em conduzir um debate entre o que é certo ou errado, moral ou imoral, ético ou antiético, aprofundando o valor da educação e do grau de impunidade existente em nosso país. O Nome da Morte é um suspense eficiente, com um importante papel social, e que merece ser conferido.
Ótimo |
André Mattos
Augusto Madeira
Cesar Augusto Mota
Cinema Brasileiro
Críticas
Fabiula Nascimento
Henrique Goldman
Marco Pigossi
Matheus Nachtergaele
O Nome da Morte
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