CRÍTICA | Lembra

Direção: Leonardo Martinelli
Roteiro: Leonardo Martinelli
Elenco: Isis Mendes Távora, Viniele Lopes, entre outros
Origem: Brasil
Ano: 2018


A Mostra "Novos Rumos" que acontece no Festival do Rio 2018 é uma ótima oportunidade para jovens cineastas que iniciam no mercado. É uma oportunidade  de apresentar o seu trabalho, que na grande maioria das vezes é repleto de ideias e estéticas ousadas, abordando temas contemporâneos. O curta-metragem brasileiro Lembra é o tipo de obra cinematográfica que se encaixa totalmente dentro dessa definição.

O filme mostra o cotidiano de uma jovem através das imagens de seu celular. A montagem realizada por Lucas Stuvok (Bigodes Inglórios) e Pedro de Aquino (Vidas Cinzas), divide o quadro em três telas de telefone. Se principio a linguagem pode parecer confusa em determinados momentos, aos poucos se mostra fundamental para exemplificar como funciona as memórias nos tempos atuais,  onde a constante enxurrada de informações recebidas e registradas pela jovem diariamente, se torna algo intrínseco à sua geração.

Por trás de toda essa aparente superficialidade do dia-a-dia da protagonista, há ainda um contexto político social que critica a intervenção militar no Rio de Janeiro, representada aqui através de um filtro de celular, evidenciando a influência do mundo virtual na sociedade atual.

Foto: Leonardo Martinelli

Estreante no Festival do Rio, o cineasta Leonardo Martinelli (Vidas Cinzas) esteve presente na exibição do filme ao público e se mostrou contente pela presença da obra em um evento de tamanha importância e que dá abertura para produções que apresentam novas percepções e linguagens  cinematográficas. 

E é justamente o conceito e linguagem de Lembra que deixa o espectador com aquele gostinho de "quero mais", algo costumeiro em todo bom curta-metragem. É o olhar do jovem filtrado através da câmera de um celular, e exposto na grande tela para o mundo observar.

"Nosso filme fala sobre a questão da memória, a questão de lembrança, e como isso se entrelaça com a questão política contemporânea brasileira. E, infelizmente, é um filme atual e acredito que vai continuar atual por um tempo..."

Bom

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