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Postado por
Nathalia Bottino
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Após causar o impacto econômico de R$ 200 milhões no mercado de entretenimento e atingir marcas expressivas em sua edição de estreia, o Rio2C – Rio Creative Conference voltou ainda mais forte em 2019. Sucessor do RioContentMarket e destinado a profissionais e entusiastas do mercado criativo, o evento reúne executivos das principais empresas de produção de conteúdo, além de cientistas, figuras midiáticas e artistas nacionais e internacionais. É um grande encontro de negócios do setor audiovisual que convida artistas, profissionais experientes e também estudantes e aspirantes ao mercado a discutirem sobre as novas tendências do mercado.
O Rio2C se divide em três campos: mercado, conferência e festival, sendo os dois primeiros voltados especificamente para os empreendedores e profissionais da indústria criativa, e o terceiro oferecendo experiências, oficinas e painéis a estudantes, universitários e jovens recém-formados, ávidos por inspiração, informação e networking.
Destinado à realização de negócios e desenvolvimento de conteúdo, a divisão Mercado oferece aos profissionais do audiovisual, inovação e música a oportunidade de apresentarem e venderem suas ideias às diversas empresas inscritas no evento, que já acumula em seu histórico uma série de negociações bem-sucedidas.
Na área de Inovação, empreendedores apresentam suas propostas de startups nos campos de inteligência artificial, realidade virtual, apps, iot, robótica, blockchain e plataformas digitais, para uma banca de mentores influentes do mercado, bem como um público de investidores anjos e de venture capital do segmento.
Nos últimos dois dias, o Rio2C abriu suas portas para o público em geral com uma série de atrações, incluindo palestras, bate-papos, oficinas com profissionais da indústria criativa, lançamentos de produtos e encontros nos bastidores dos fãs com seus ídolos, além do XR Arcade, uma imersão no mundo da realidade virtual, onde foram exibidos conteúdos produzidos pelos mais importantes estúdios do mundo, e o Gamethon e a Maratona Maker.
No âmbito musical, o Rio2C realizou ainda o Festivalia, maior encontro de festivais independentes do Brasil, com shows de alguns dos mais promissores e incensados artistas e bandas do país, promovendo a interação e a troca de experiências entre os diretores e programadores dos eventos.
Além de ampliar a atuação nos segmentos de audiovisual, inovação e música, a segunda edição do evento, proporcionou novos espaços dedicados às áreas de neurociência e criatividade e de conteúdo e marcas, com a participação de alguns dos mais prestigiados nomes dos respectivos setores.
Uma das grandes novidades desta edição foi o Brain Space, área dedicada a novas percepções sobre o funcionamento do cérebro humano e novas oportunidades de se entender um grande conjunto de funções mentais – da tomada de decisões à criatividade expressa nas artes, ciências e tecnologia, proporcionando ao público uma imersão fascinante sobre como as tecnologias atuais são capazes de potencializar a percepção e interação entre os indivíduos e entre humanos e máquinas.
A Casa das Marcas promoveu um mergulho no promissor universo de conteúdo para marcas, estabelecendo um ponto de encontro de diretores de criação, redatores, planners, produtores, roteiristas, influenciadores, artistas, executivos de marketing, de mídia e do entretenimento.
A EXPO é um espaço de conteúdo e ativações de marcas e parceiros que ocupa o térreo da Cidade das Artes. A área Empresas Globo reuniu Globo, Globosat, Globo Esporte, GloboPlay e Som Livre em um único local, para experiências e programação com roteiristas, diretores, cenógrafos, figurinistas, além de pocket shows com artistas da Som Livre, trazendo bate-papos incríveis com grandes profissionais do grupo: Marcos Caruso falou sobre a arte de atuar; o roteirista Lucas Paraizo discutiu sobre a arte da escrita, Ana Vilela e Filipe Het fizeram um pocket show; além também de jornalistas e apresentadores que conversaram sobre sua forma de trabalhar.
Entre os destaques do evento estão Charlie Brooker e Annabel Jones, criador e produtora da premiada série britânica Black Mirror, Ted Sarandos, diretor de conteúdo da Netflix, o guitarrista, compositor e arranjador Heitor TP, responsável por trilhas sonoras de filmes de Hollywood, e Louis Black, co-idealizador e diretor do festival SXSW.
E pelo segundo ano consecutivo, o Rio2C mostrou a ambição de ir além e se tornar uma das principais vitrines da música brasileira. Com apoio do curador Zé Ricardo (Rock in Rio), o festival investiu no formato pitching e abriu espaço para que artistas se apresentarem aos grandes nomes do mercado.
Foto: Rio2C 2019 |
Bastante comum no meio, pitch é vender uma ideia a investidores, clientes ou parceiros a partir de uma apresentação rápida de um produto ou negócio. A partir disso, a expectativa é de que os músicos sejam convidados para festivais, incluídos na programação de rádios ou arrolados por gravadoras.
A palestra de destaque que encheu os olhos dos profissionais de audiovisual do país foi a do ator Wagner Moura com o diretor de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos, que enxerga a relação do Brasil com a plataforma como uma verdadeira história de amor. Segundo ele, este é só o começo pois este é um dos maiores centros criativos do mundo, e a conexão emocional que os brasileiros têm com a Netflix é muito forte. A ideia é de contar grandes histórias brasileiras, fazer grandes filmes, para o mundo.
A gigante do streaming vai continuar investindo por aqui, com mais 30 produções originais já anunciadas, entre filmes, documentários e séries, por aqui nos próximos anos. Após Narcos abrir portas para as séries de idiomas estrangeiros ao público anglófono, a língua vem deixando de ser uma barreira para se tornar mais uma ferramenta na produção de conteúdos originais.
Este espírito inovador da Netflix não é mera coincidência. Como Moura apontou, a empresa tem um pé no ultra-tecnológico Vale do Silício, berço da Google e do Facebook, e outro em Hollywood, o que a transforma em uma companhia como nenhuma outra no mercado, fazendo com que a tecnologia aprimore a narrativa.
O fato é que o feedback dos usuários é fundamental para que a Netflix se mantenha no topo da cadeia alimentar do streaming, cada vez mais congestionada pela recente aparição de outras plataformas, como o Amazon Prime, o Hulu e o que está por vir - Disney+, entre muitos outros competidores da líder da indústria. Mas a cada vez maior quantidade de concorrentes não tira o sono de Sarandos, como brincou Wagner, muito pelo contrário, aliás, argumentou o diretor de conteúdo. Ele relatou que a competitividade é bom para o mercado, os desafia a seguir em frente, sempre em busca de se superar.
Com certeza, apesar da época em que o país se encontra, teremos bons investimentos no audiovisual brasileiro nos próximos anos. E devemos agradecer por existir eventos como o Rio2C para impulsionar mais a nossa indústria da tecnologia e inovação. É uma conferência que todo profissional da área deveria estar presente anualmente.
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