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Postado por
Daniel Oliveira
em
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Direção: Robert Lorenz
Roteiro: Randy Brown
Elenco: Clint Eastwood, Amy Adams, Justin Timberlake, John Goodman, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2012
|
Curvas da Vida (Trouble with the curve) marca o retorno de Clint Eastwood ao protagonismo de um longa-metragem. Há quatro anos, em 2008 com Gran Torino, o ator havia declarado aposentadoria da função, dedicando-se apenas a produção e direção de seus filmes. No entanto, de forma a prestigiar o estreante diretor Robert Lorenz (que foi seu assistente de direção em diversas de suas obras, entre elas as consagradas Sobre Meninos e Lobos e Menina de Ouro), o astro topou regressar, em grande estilo – como sempre – e acompanhado de grande elenco.
O
roteiro, do também estreante Randy Brown, narra a história de Gus (Eastwood),
um veterano olheiro de baseball que
está começando a ficar cego, e enfrenta problemas para aceitar as limitações
impostas pela idade. Simultaneamente acompanhamos a trajetória de Mickey (Amy
Adams), sua filha, que busca o sucesso na vida profissional como advogada, e
também em sua relação com o pai.
A
direção de Lorentz agrada em diversos aspectos, em especial quando estabelece
rimas visuais com o título original do filme (problema com a curva) e ao realizar
ao menos um notável raccord sonoro,
numa elegante cena de transição. Além disso, utiliza de seu conhecimento
técnico para retratar o dilema vivido pela personagem de Amy Adams. Mickey vive
a expectativa de alcançar um bom cargo no escritório de advocacia em que
trabalha, ainda que tente dissolver a paixão pelo esporte que o pai tanto
domina. Esse conflito é visível na fotografia empregada, ao estabelecer um tom
azulado, com cores neutras, nas cenas passadas no escritório (retratando a
frieza daquele ambiente), que causam conflito direto aos momentos em que a
atriz está no lugar em que se sente, de fato, em casa, onde observamos uma
fotografia calorosa, valorizando a luz do sol, representando um ambiente
agradável.
É
uma pena, no entanto, que o diretor acabe pecando na condução das subtramas do
enredo. A história nos reserva ao menos duas surpresas impactantes em seu 3º
ato, mas, ainda que tenham sido “telegrafadas” no início do filme (o espectador
observador facilmente imagina o desfecho das situações), acabam esquecidas no
decorrer da trama, o que diminui o impacto pretendido. O mesmo acontece com o personagem
de Justin Timberlake (o interesse amoroso de Mickey) que tem um bom
desenvolvimento de personagem, mas que possui um desfecho decepcionante.
O
destaque da obra, no entanto, deve ser dado ao elenco. Eastwood volta a
encarnar o tipo ranzinza e cabeça dura (mas de bom coração), que tem seu mau
humor visto sempre de forma amável pelo espectador. Sua relação pouco íntima
com a filha, aliada ao luto de anos, proveniente da morte da esposa, rende
ótimos momentos na atuação desse grande ícone que, aos 82 anos, ainda apresenta
excelente vigor em tela. E que bom ainda poder conferi-lo na tela grande do
Cinema.
Amy
Adams (O Vencedor) nunca esteve tão
bela em cena como em Curvas da Vida,
além de desfilar seu habitual talento como atriz. Sua personagem é a que
possui o melhor arco da narrativa, evoluindo ao longo das quase duas horas de
filme. Não menos importante é o papel de Justin Timberlake (A Rede Social), que vem se firmando
cada vez mais na indústria cinematográfica e mostrando ser um ator versátil, de
grande carisma. Completando o estelar elenco de coadjuvantes temos John Goodman
(Argo), Robert Patrick (Johnny e June), Bob Gunton (Argo) e Matthew Lillard (Os Decendentes), desempenhando seus
papéis com a competência de costume. O longa-metragem ainda conta com a breve
participação de Scott Eastwood, filho de Clint, que interpreta um jogador de baseball em crise.
Por fim, se o retorno de Eastwood ao protagonismo já valeria de incentivo para
conferir a Curvas da Vida, o
resultado final mostra-se uma grata surpresa, por nos apresentar uma história
de fácil identificação com a vida de qualquer um, e nos presentear com ótimas
atuações. Que novos trabalhos do ator/diretor/produtor cheguem logo às telas.
Ótimo |
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