Top 5: Woody Allen na Europa


Woody Allen é conhecido por rodar grande parte de sua vasta filmografia em Nova York. Tal escolha é motivada pela paixão que o diretor/roteirista/ator nutre por sua cidade natal (Allen nasceu no bairro do Brooklyn), ainda que tenha se aventurado por outras cidades norte-americanas. Seu próximo longa-metragem, por exemplo, será ambientado em São Francisco e com lançamento programado ainda para 2013, intitulado Blue Jasmine (ainda sem título nacional).

No entanto, na década passada e nos dois últimos anos, Allen resolveu se aventurar pela Europa, filmando suas obras em países como Inglaterra (Londres), França (Paris), Espanha (Barcelona) e Itália (Roma), retratando e homenageando, a seu modo, os estilos e costumes de cada cidade, sem deixar de lado suas temáticas e roteiros variados. A ideia desse Top 5 é listar as melhores obras dessa fase europeia do diretor, bem como deixar tais filmes como indicação para quem ainda não os assistiu. Seja você conhecedor ou não da filmografia de Woody Allen, esses filmes podem servir como um bom cartão de visitas, ou como uma brisa refrescante, pra quem queria ver o mesmo se “reinventar”. Lembrando que essa é a opinião deste que vos escreve, podendo facilmente divergir da sua. Portanto opine, comente. Compartilhar ideias é sempre bem-vindo.

Para Roma, Com Amor (To Rome with Love, 2012)

Nessa obra acompanhamos diversas histórias paralelas, de personagens que vivem ou estão de passagem por Roma. Romances, fantasias, aventuras. Basicamente uma junção de vários esquetes, que não necessariamente precisam se entrelaçar no final. O grande destaque do filme, a meu ver, é o retorno de Woody Allen como ator, algo que não acontecia desde 2006, quando contracenou com Scarlett Johansson em Scoop – O Grande Furo (outra de suas boas obras ambientadas na Europa, mas que ficou de fora desse Top 5). E como é bom vê-lo em tela, com suas paranoias, sacadas e comicidade habitual. Também merece menção a personagem de Penélope Cruz, que está hilariantemente linda em tela.


O Sonho de Cassandra (Cassandra's Dream, 2007)

Dois irmãos vivem em Londres. Um deles é Terry (Colin Farrell), um jogador degenerado, viciado em apostas, o outro é Ian (Ewan McGregor), bom sonhador, que se apaixona por uma bela atriz. Os dois tentam a seus modos vencer na vida, mas sempre acabam sabotados por eles próprios, em seus erros e cumplicidades. Quando Terry adquire uma dívida alta por causa da jogatina, os irmãos pedem ajuda a um tio milionário, que assume a dívida em troca de um favor: os dois precisam matar um homem, que ameaça arruinar seus negócios. O Sonho de Cassandra se destaca por sua história, que surpreende o espectador a todo momento em suas situações. A direção de Allen é competente como de costume e agrada, especialmente pelo clima do filme, que é diferente do que estamos acostumados a assistir em sua filmografia.


Ponto Final - Match Point (Match Point, 2005)

Aqui Woody Allen exercita sua veia para o suspense de forma arrebatadora. O filme narra a história de Chris Wilton, um ex-tenista que se casa com uma moça que faz parte de uma tradicional, e rica, família inglesa. Além do casamento, os sogros lhe arranjam um ótimo emprego e um bom lugar na alta sociedade britânica. Tudo parece perfeito, até que Chris se apaixona pela ex-noiva de seu cunhado, Nola, interpretada por Scarlett Johansson. Quando o desejo se torna incontrolável, os dois se rendem a paixão, e os problemas começam a aparecer. Match Point tem um ritmo ótimo e levanta questões interessantes sobre relacionamento, amor e paixão. O grande destaque são as surpresas que o ato final reserva ao espectador, absolutamente inesperadas, ao menos para mim, quando o assisti pela primeira vez.


Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris, 2011)

Acreditem se quiserem, mas esse foi o primeiro filme que assisti do diretor. O fascínio que a obra me proporcionou foi o que me incentivou a buscar tantos outros trabalhos do cineasta, e por isso, sou grato. Owen Wilson interpreta Gil, um homem de personalidade e características muito semelhantes aos encarnados pelo próprio Woody Allen em quase todos os filmes em que protagonizou. Seu personagem é um apaixonado por Paris. Hospedado lá à trabalho, o homem resolve fazer algumas caminhadas noturnas pelas ruas da "Cidade Luz" em busca de inspiração, e é surpreendido por uma "viagem no tempo", onde passa a encontrar com grandes personalidades do passado da literatura francesa e europeia, além de quebrar paradigmas de que uma época diferente da sua é sempre melhor.


Vicky Cristina Barcelona (Vicky Cristina Barcelona, 2008)

Vicky Cristina Barcelona me cativou já nos créditos iniciais, com uma bela e animada canção tema, e que embala a obra em diversos momentos. O filme conta a história de duas jovens americanas, amigas, que visitam Barcelona à turismo. Na viagem, Vicky (Rebecca Hall), que está noiva, e Cristina (Scarlett Johansson) solteira aventureira, conhecem Juan Antonio (Javier Bardem), um pintor local, um sedutor. Ambas acabam se vento atraídas pelo artista, que não nega seus desejos. A situação se torna ainda mais enrolada quando surge em cena Maria Elena a geniosa ex-mulher de Juan, numa ótima e engraçada interpretação de Penélope Cruz. Todo elenco se destaca, diga-se de passagem, e Woody Allen conduz a narrativa de uma forma cativante e gostosa de se assistir. A obra lida com temas como paixão, romance, desejo, ciúmes e suas tantas vertentes, de maneira leve e descompromissada, se tornando, ao meu ver, um dos melhores trabalhos já feitos pelo cineasta.

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