CRÍTICA | Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer

Direção: John Moore
Roteiro: Skip Woods
Elenco: Bruce Willis, Jail Courtney, Sebastian Koch, Yuliya Snigir, Mary Elizabeth Winstead, entre ourtos
Origem: EUA
Ano: 2013 


25 anos se passaram desde a estreia do primeiro Duro de Matar, em 1988, até o atual filme da franquia, o quinto, Duro de Matar: Um Bom dia Para Morrer. E quanta coisa mudou de lá pra cá. Mudanças que afetaram não só a indústria cinematográfica como um todo, mas que modificaram a própria saga de John McClane, bem como a composição do icônico personagem ao longo do tempo. Naquela época Bruce Willis era pouco conhecido, chegou a ser preterido do pôster de divulgação da obra (fato que mais tarde foi corrigido devido ao estrondoso sucesso). Hoje o ator é um astro incontestável, e esse talvez seja o único motivo plausível que encontro para que essa sequência chegue às salas de Cinema, quando merecia ser lançada direto para home video. E estou tentando ser positivo, como fã.

Na trama, McClane (Willis) é designado para uma missão na Rússia, onde terá que resgatar seu filho Jack (Jai Courtney) que estaria preso no país. Uma vez em território russo, o mesmo descobre que há muito mais por trás dessa premissa e, juntos, pai e filho terão que enfrentar um perigoso líder local, que se mostra uma ameaça para a paz global, além de lidar com seus problemas de relacionamento. Afinal, aprendemos com a série LOST que “all the best cowboys have daddy issues” (todos os melhores cowboys tem problemas a resolver com os pais).

O filme mostra-se muito abaixo da média desde a sua fraca premissa que não traz nenhuma novidade à franquia, a não ser o fato de o herói estar fora do seu país de origem. E se essa adversidade deveria render boas piadas, o roteiro de Skip Woods (Esquadrão Classe A) falha miseravelmente na proposta que, no máximo, faz o espectador rir timidamente em duas ou três oportunidades, muito em função do carisma de Bruce Willis que permanece inabalável, embora dessa vez não seja suficiente para que a obra funcione. Até a famosa frase que é marca registrada do protagonista, o “Yippee Ki-Way Motherfucker”, soa forçada e desinteressante no momento em que é pronunciada, fazendo uma cena que todo fã espera ir por água abaixo.

Ainda que prejudicado pelo roteiro, Willis (Moonrise Kingdom) segue ótimo como John McClane e ainda apresenta vigor invejável para as cenas de ação. É uma pena que o restante do elenco seja inexpressivo, especialmente Jai Courtney (Jack Reacher – O Último Tiro), que ao contrário do “pai”, não possui nenhum carisma. Seu personagem soa desinteressante a todo o momento, assim como os demais coadjuvantes, fazendo com que o espectador não crie expectativa, ou mesmo curiosidade com seu destino. E se levarmos em conta que o ator é co-protagonista do filme, temos então um enorme problema.

Utilizando de ininterruptos e excessivos closes que fariam Tom Hooper (Os Miseráveis) sentir inveja, o diretor John Moore (Max Payne) também se mostra uma escolha equivocada para a função. Suas cenas de ação geram pouca tensão e não levam a lugar algum, apenas preocupando-se em causar o maior número de explosões possíveis. Tudo soa muito falso, mesmo tratando-se de Duro de Matar, com abusivo uso de efeitos digitais e fundo verde (nem sempre bem feitos). É difícil até de entender o que acontece em certos momentos, tamanha a quantidade de cortes por cena, o que evidencia a falta de técnica do cineasta.

E é assim que Um Bom Dia Para Morrer se apresenta a plateia, mostrando-se um filme absolutamente desnecessário, ao ponto de tomarmos certas homenagens à franquia como uma afronta (cito em especial a morte do vilão). Talvez tivesse sido, de fato, um bom dia para John McClane morrer, assim seríamos poupados de uma vindoura sequência que, não duvido, pode acontecer a qualquer momento. Sem dúvida alguma uma pena, pois trata-se de uma franquia que, até sua quarta parte, tinha entregue filmes dignos e divertidos aos fãs e espectadores.


Ruim

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