- Gerar link
- Outros aplicativos
Postado por
Daniel Oliveira
em
- Gerar link
- Outros aplicativos
Direção: Stephen Chbosky
Roteiro: Stephen Chbosky
Elenco: Logan Lerman, Emma Watson, Ezra Miller, Paul Rudd, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2012
|
O
quanto pode ser dura, ou maravilhosa, a vida de um adolescente do highschool norte-americano da década de
90? Essa é apenas uma das varias e importantes questões levantadas por As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower), filme
que marca a estreia de Stephen Chbosky na direção da adaptação do livro
homônimo, que também foi escrito pelo mesmo. Uma obra de cunho absolutamente
pessoal e intimista, tamanha a liberdade que Chbosky teve para com seu trabalho
(o roteiro também é dele), e que funciona de forma interessante e competente,
especialmente por se tratar de um estreante na direção.
Charlie
(Logan Lerman) é um calouro do ensino
médio norte-americano que tem dificuldade em se destacar e se relacionar com
outros alunos, fruto da timidez e insegurança causada por traumas passados,
entre eles, o suicídio de seu melhor amigo. Certa noite, durante uma partida do
time de futebol americano do colégio, ele conhece Sam (Emma Watson) e Patrick (Ezra
Miller), e desde então passa a conhecer um novo mundo, em que vivencia a
beleza das amizades, do primeiro amor e das inúmeras descobertas que a
adolescência traz.
E
que forma melhor de começar a falar desse filme que não por sua direção.
Estabelecendo uma fotografia escura, por vezes soturna, Chbosky valoriza as
luzes de forma bela e conveniente a história contada, bem como as emoções
vividas pelo protagonista, intensificando seu brilho em momentos marcantes e
importantes para a trama. Cenas como a do passeio pelo túnel, ou quando Charlie
vê Sam pela primeira vez são bons exemplos. O diretor ainda utiliza de
simbolismos bem colocados, associando a paixão que Charlie sente por Sam às
estrelas. Isso pode ser percebido em momentos de grande apelo em que vemos o
“casal” junto, seja observando o céu estrelado ou mesmo no quarto da garota
(repleto de pequenas luzes ao fundo). Não por acaso, Sam utiliza um colar com
uma estrela dourada durante grande parte da obra.
A
destreza que Chbosky demonstra em seu trabalho como diretor também pode ser
percebida no roteiro, que modifica alguns pontos menos importantes do livro de
forma a beneficiar a narrativa do longa-metragem (interessante que o filme em
determinado momento mostre os personagens utilizando LSD, mas nunca com um
cigarro a boca, fato corriqueiro na obra literária), sem nunca perder sua
mensagem e dilemas principais, como toda boa adaptação. Temas como preconceito,
bullying, homossexualismo, amizade e
amor, entre tantos outros, são tratados de forma natural e semelhante à
realidade de todos nós (norte-americanos ou não) que já fomos adolescentes um
dia, ou que ainda o são. Os que viveram esse período durante a década de 90 talvez se identifiquem
ainda mais, pois o retrato da época é muito bem feito (celulares não existem,
já walkman e fitas-cassetes são a
febre musical entre os jovens).
Após tentativas frustradas de alçar bons voos como ator (Percy Jackson e Os Três Mosqueteiros não me deixam mentir), Logan Lerman enfim pôde mostrar desenvoltura no papel de Charlie. Vivendo o protagonista de forma comedida e de poucas palavras, Lerman diz muito através do olhar e da expressão corporal, destacando-se especialmente durante o terceiro ato da narrativa, que exige grande carga dramática do mesmo. Emma Watson, por sua vez, consegue se desprender de sua Hermione da saga Harry Potter, vivendo Sam de maneira apaixonante e imperfeita (mesmo que aos olhos de Charlie ela assemelhe-se a perfeição). Destaca-se também Ezra Miller (Precisamos Falar Sobre Kevin) que vem se mostrando um ator promissor, interpretando Patrick de forma intensa e emocional, seja nos momentos de alegria ou tristeza, servindo como um contraponto quase que perfeito ao protagonista.
Contando
ainda com um ótimo elenco de apoio encabeçado por Paul Rudd (Ligeiramente Grávidos) e seu grande
carisma, além de uma excelente trilha sonora (que vai de The Smiths a David
Bowie), e que aqui exerce papel fundamental, As Vantagens de Ser Invisível mostra-se uma obra coesa, marcante,
bem escrita e dirigida de forma apaixonada. Um filme que te faz refletir por bons
minutos após assisti-lo e que eterniza algumas frases marcantes como “Nós
aceitamos o amor que acreditamos merecer”. A soma de todos esses
fatores não poderia resultar em uma obra menos admirável, ainda que dura, em
sua essência.
Excelente |
As Vantagens de Ser Invisível
Críticas
Daniel Oliveira
Emma Watson
Ezra Miller
Logan Lerman
Paul Rudd
Stephen Chbosky
- Gerar link
- Outros aplicativos
Comentários
#theperksofbeingawallflower
ResponderExcluir