CRÍTICA | Velozes e Furiosos 6

Direção: Justin Lin
Roteiro: Chris Morgan
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez, Tyrese Gibson, Sung Kang, Gal Gadot, Ludacris, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2013


Doze anos e cinco filmes depois, chegamos a sexta parte da franquia Fast & Furious. E se lá no longínquo ano de 2001 a série fora apresentada como um bom exemplar do gênero ação (ditando a moda de diversas obras lançadas posteriormente), Velozes e Furiosos 6 limita-se a ser uma piada de si mesmo, gerando risos no espectador enquanto tenta se levar a sério, neste que certamente é o pior exemplar da franquia. O que não impedirá, claro, que a Universal Pictures arrecade milhões de dólares com sua exibição, visto que o público (e aqui me incluo) gosta bastante da marca cultivada ao longo dos anos.

Após o grande golpe aplicado no Rio de Janeiro, Dominic Toretto (Vin Diesel) e sua equipe estão espalhados pelo mundo, curtindo suas vidas, cada um a sua maneira. A calmaria acaba quando o agente Hobbs (Dwayne “The Rock” Johnson) convoca Dom para uma missão pela Europa: capturar uma quadrilha de ladrões motorizados, comandados por Owen Shaw (Luke Evans), em troca de perdão presidencial e o reencontro com Letty (Michelle Rodriguez), que na verdade está viva.

Começando pelo roteiro (que roteiro?), chega a ser impressionante a quantidade de furos e diálogos risíveis aos quais os personagens são submetidos. Não que eu estivesse aguardando um grande texto para um filme do gênero, mas esperava ao menos que ele não atrapalhasse a experiência. Chris Morgan chega ao cúmulo de desenvolver toda uma subtrama para o personagem de Paul Walker, que não leva a narrativa a lugar algum, sendo absolutamente descartável até pelo próprio Vin Diesel em cena, em um dos melhores diálogos apresentados. Isso talvez fosse facilmente perdoado se tal subtrama tivesse gerado boas cenas de ação, mas não foi o caso, pelo contrário, trata-se de um momento em que a narrativa soa extremamente arrastada, causando a sensação de que a obra foi mais longa, em metragem, do que o necessário.

Também não haveria problema que o filme se assumisse como uma paródia de si mesmo, se o roteiro e a direção não andassem na contramão, tentando trazer seriedade e nexo, traçando eixos de ligação para todos os exemplares anteriores da franquia. Quando Velozes e Furiosos 6 foca nos carros, lutas e perseguições, consegue ser excelente (a ideia do “carro rampa” é genial), porém, até certo ponto. Justin Lin perdeu a mão aqui, visto que trata seus personagens como verdadeiros super-heróis. Toretto e Hobbs, literalmente, alçam voo em mais de uma cena de combate. E me parece que lançar os inimigos a metros de distância e altura, no braço, é a coisa mais fácil e comum de se fazer. O personagem de Toretto, aliás, realiza um salvamento que deixaria Superman com inveja. Não à toa o roteiro (novamente ele) faz insistentes referências a heróis de quadrinhos, citando ao menos três Vingadores (Hulk, Capitão América e Thor). Mas posso ter perdido a conta em meio à tamanha criatividade de Morgan.

No fim, em meio a muitos problemas, Velozes e Furiosos 6 consegue divertir o suficiente para nos manter na franquia, aguardando (ainda que sem grandes expectativas) a sua provável ultima sequência. Há uma cena pós-créditos bem bacana que confirma a realização da sétima parte. Se os realizadores não resolverem apelar novamente, poderá render bons frutos.

Regular

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