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Postado por
Daniel Oliveira
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Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Alfonso Cuarón e Jonás Cuarón
Elenco: Sandra Bullock, George Clooney e Ed Harris
Origem: Reino Unido / EUA
Ano: 2013
|
Três
astronautas estão em uma missão perto da órbita terrestre, aparentemente realizando
reparos externos em uma estação espacial norte-americana. Eles acabam surpreendidos
por uma chuva de destroços, causada por uma inesperada destruição de um
satélite russo nas proximidades. Devido ao acidente, um dos astronautas, a Dra.
Ryan Stone (Sandra Bullock), acaba
ficando a deriva no espaço e terá que fazer o possível para manter-se viva.
Essa é a sinopse de Gravidade (Gravity, 2013), e é exatamente o que
acompanhamos ao longo de 90 minutos de longa-metragem. A realização, no
entanto, transforma uma premissa simples em algo grandioso.
Desde os primeiros minutos a obra de
Alfonso Cuarón (Harry Potter e o
Prisioneiro de Azkaban, 2004) tira o fôlego do espectador na sala de cinema
(e esse é o tipo de filme que merece ser visto na grande tela, se possível em
IMAX) com um plano-sequência de fazer cair o queixo, nos apresentando todos os
elementos que veríamos na projeção. Cada movimento de câmera parece
milimetricamente projetado para entregar um enquadramento perfeito, valorizando
a estupenda fotografia do mexicano Emmanuel
Lubezki, que certamente será indicada ao Oscar.
E falando
na premiação da Academia, algumas indicações devem vir para a obra, e é muito provável
que Cuarón seja lembrado. Seu trabalho, que nunca foi comum, se destaca em
Gravidade. Seja num simples movimento de câmera que nos coloca na visão dos
protagonistas – aumentando a intensidade do que ali está se passando - ou na
coragem de abordar a temática da forma mais realista possível. No espaço, por
exemplo, não há som e, portanto, não o ouvimos em momento algum. Seja uma
ferramenta funcionando ou uma explosão de grande porte, nada se escuta a não
ser a comunicação dos astronautas e a competente trilha de Steven Price, que
ditam o ritmo da emoção. A ausência do som diegético, aliás, aumenta a tensão
de forma surpreendente.
Num
filme em que, na maior parte do tempo, acompanhamos apenas um ou dois
personagens, um bom roteiro se faz necessário, e aqui Cuarón acerta novamente. Em
pouquíssimo tempo é possível traçar a personalidade de cada um dos astronautas
apenas através dos diálogos, o que é importantíssimo, visto que os atores estão
cobertos pela vestimenta espacial e nada enxergamos a não ser seus rostos. O
diretor/roteirista também teve a oportunidade de se render a clichês
recorrentes nesse tipo de obra, mas não o faz, criando soluções criativas e que
ajudam a elevar a qualidade do filme.
Sandra
Bullock (Um Sonho Possível) e George Clooney (Os Decendentes) são dois nomes de
peso para um projeto audacioso e que funcionaram muito bem. O segundo emprega
seu enorme carisma ao astronauta Matt Kowalsky, tornando-se uma figura marcante
e de enorme importância para a trama. Bullock, por sua vez, entrega o que
acredito ser a melhor interpretação de sua carreira (superando inclusive aquela
que lhe rendeu o Oscar). Sua Dra. Stone é uma figura “frágil” no espaço, muito
em função do pouco tempo de experiência da mesma na função que exerce. E se de
início a percebemos levemente orgulhosa em sua insegurança, aos poucos vamos
conhecendo sua história, fazendo com que invariavelmente nos importemos com a
protagonista. Há dois momentos da atriz que realmente me marcaram durante a
projeção, e só termine de ler esse parágrafo se você não teme spoilers. O
primeiro, quando a vemos “renascer” após quase morrer por asfixia, num belíssimo
plano em que a observamos em posição fetal, em silêncio, respirando. Em outro momento,
esse ainda mais emotivo, quando a vemos conversar a esmo com o radio, aceitando
sua morte após tanto lutar pela vida, deixando as lagrimas escorrerem por seu
rosto. Lagrimas que depois flutuam pela falta de gravidade.
Havendo
ainda tempo para referências a obras como 2001:
Uma Odisseia no Espaço e O Planeta
dos Macacos, Gravidade é uma experiência cinematográfica como poucas nos
últimos anos. Daquelas que te prendem na cadeira sem perceber o tempo passar,
nos fazendo pensar no que vimos por longos minutos após o fim da sessão de cinema. Se
isso não é o indicio de uma obra-prima, não sei dizer o que seria.
Excelente |
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Comentários
#gravity
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