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Rafael da Fonte de Hires
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Ah. Homem-Aranha. Lá se vão 55 anos de sua existência. Nascido e criado em agosto de 1962, por seus 2 papais Stanley Martin Leiber (hoje conhecido apenas pelo codinome Stan “The Man” Lee) e Steve Ditko, respectivamente roteirista e desenhista do "teioso", ele foi um grande nome na Era de Prata dos Quadrinhos, junto com seus queridos amigos criados por seu papai Stan e pelo grande parceiro dele Jacob Kurtzberg (hoje conhecido como Jack “The King” Kirby) na Timely Comics (mais tarde chamada de Atlas Comics e hoje atende pelo nome de Marvel Comics).
Durante 55 anos, muitas foram as fases pelo qual o cabeça de teia passou até nos anos 90 acabar virando quase um mascote da empresa, já que houveram muitos desenhos animados pelo qual Peter e companhia passaram, ficando pau a pau com os X-Men (outro grande nome da empresa antes da modinha dos Vingadores bombarem como nunca). E, justamente, no início dos anos 2000, com filmes de herói ganhando espaço no cinema blockbuster.
Em 2002, Parker e sua turma são adaptados pelo cineasta Sam Raimi, que já havia dirigido Uma Noite Alucinante ou como é chamado hoje em dia, A Morte do Demônio (Evil Dead). Raimi foi chamado e logo o teioso caiunas mãos da Sony e de Ari Arad, já que a editora nos anos 1990 andava muito mal das pernas e precisava conseguir de alguma maneira arranjar dinheiro, mesmo que tivesse que vender seus personagens, para não correr o risco de ser absorvida pela sua maior rival, a DC Comics.
Foto: Sony Pictures / Marvel Studios |
O primeiro filme do amigão da vizinhança fez tanto sucesso que acabou conquistando a atenção do público, garantindo duas sequências, uma boa e outra nem tanto. E como a Sony estava sob um contrato que exigia que fizessem um novo filme em pouco tempo, foi nessa pressa que lançaram os 2 piores filmes do Aranha: O Espetacular Homem-Aranha 1 e 2.
Depois do enxame de críticas negativas a sequência do reboot feito em 2014, a equipe que administrava o Aranha mudou e o CEO do Marvel Studios, Kevin Feige entra na jogada para ajudar o pessoal do amigão da vizinhança a não deixar o seu nome ainda mais sujo na praça. E é dessa empreitada que nasceu o filme que dá título a essa crítica.
Apesar do longa não ter nada a ver com o arco de história que dá nome ao filme, Homem-Aranha: De Volta ao Lar é tudo aquilo que alguns de seus predecessores tentaram ser, mas falharam miseravelmente.
Pré estabelecido no filme Capitão América: Guerra Civil, Peter Parker (Tom Holland) virou uma espécie de Vingador honorário. Apesar de não estar lidando com uma grande briga de heróis com lados antagônicos bem definidos, Parker tem algo muito maior para lidar: a vida normal de um adolescente de 15 anos.
Enquanto ele se desdobra tendo de ser um gênio na escola, estar presente em eventos onde sua presença é necessária, tentar conseguir impressionar sua "crush", lidar com colegas malas e ser um amigo legal, ele ainda tem de salvar Nova York (mais especificante, o Queens) de bandidos e o que mais aparecer.
Foto: Sony Pictures / Marvel Studios |
Mas as coisas ficam piores, já que terá de lidar com Adrian Toomes (Michael Keaton), ex-chefe responsável por fazer a limpeza dos destroços ocorridos na batalha de Nova York com os Vingadores, recém demitido pela empresa de controle de danos. Agora, Toomes usa os destroços aliens descobertos entre os escombros e os usa para poder sobreviver, criando armas e um novo traje aéreo, criando dois personagens: o Abutre (ele mesmo) e o Shocker, um cara que usa luvas de choque para atordoar pessoas, mas que logo é morto e substituído por outro.
O filme, ao mesmo tempo em que é super original, ainda traz elementos clássicos, fazendo uma espécie de super colcha de retalhos formadas por outros filmes e, falando isso, não apenas falo dos filmes do Aranha, mas dos filmes do Marvel Studios, além de referências a filmes de John Hughes, Ela, Star Wars e referência aos quadrinhos clássicos do personagem, já que existem elementos que remetem a fase do desenhista John Romita que assumiu o personagem nos anos 70 e 80.
O novo amigão não precisa fazer de novo a velha história de recontar a origem, já que foi previamente estabelecida. Contar novamente a morte de tio Ben seria redundante e nocivo ao filme. Por ser mais jovem que suas contrapartes anteriores, é possível que o público ache mais verossímil e mais simpatizante a nova versão, já que ele alterna facilmente entre momentos galhofa e momentos tensos, coisa que os longas anteriores não conseguiam fazer com tanta facilidade.
A fotografia é bastante saturada, com as cores vívidas, dando o ar de inocência que o filme tem. A direção de arte caprichou no visual do uniforme, que recebeu mais algumas mudanças, assim como na nova armadura de Tony Stark (Robert Downey Jr.), além de mostrar uma versão nova e com mais retoques do traje anterior do teioso.
A trilha sonora é bem eclética, abrangendo canções populares como Blitzkreig Bop, do Ramones, "Can't You Hear Me Knocking", dos Rolling Stones e desconhecidas como "Space Age Love Song", de A Flock of Seaguls e "Goin' Up the Country", da banda Canned Meat. Ou seja, musicas variadas para não por defeito.
Foto: Sony Pictures / Marvel Studios |
O 3D, infelizmente não será bem apreciado se for visto em telas convencionais, por isso, é imprescindível que tente achar em sua cidade, se houver disponível, uma sala IMAX que, na opinião deste critico, é a melhor maneira de poder apreciar as cenas com uso de profundidade que o filme tem.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar, apesar de ter tropeços, ainda sim é uma obra com resultado final deveras positivo. Se só com os trailers o povo já o considerou como a versão definitiva do herói nos cinemas, agora com o filme ficarão ainda mais impressionados com as façanhas feitas por ele.
É um longa para aqueles que estavam sedentos por algo digno do herói e que, tenho certeza, se conseguir se manter no caminho certo, Holland será a versão do herói mais lembrada e que farão os próximos fãs nem se lembrarem de Tobey Maguire, uma vez que Andrew Garfield já foi colocado no lixo.
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