CRÍTICA | Amityville: O Despertar

Direção: Franck Khalfoun
Roteiro: Franck Khalfoun
Elenco: Bella Thorne, Jennifer Jason Leigh, Cameron Monaghan, Jennifer Morrison, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2017


Amityville. Uma casa misteriosa que causou bastante intrigas, já que acabou sendo palco de um dos mais perturbadores casos paranormais da história. A família Defeo, composta por 7 pessoas se muda para uma casa no condado de Amityville, Nova York. Os membros da família eram Ronald Defeo (43 anos), o pai; Louise (42), a mãe; e os cinco filhos do casal, Ronald "Butch" Defeo Jr. (23), Dawn (18), Allison (13), Marc (12) e o jovem John Mathew (9). Até aí, tudo normal, mas agora é que a coisa fica tensa. Na madrugada do 13 de novembro de 1974, por volta das 3:15 da manhã, Butch chega num bar local, pedindo ajuda. O rapaz e um pequeno grupo de pessoas vão até a casa e constatam que a família Defeo havia sido executada, de forma brutal, em suas camas. Todos tinham sido baleados por um rifle calibre 35. Os pais tinham sido baleados duas vezes, enquanto as crianças tinham sido mortas com um tiro apenas.

Segundo relatos de Butch, uma voz lhe acordava todas as noites dizendo para que ele matasse a família. E depois de tentar ignora-la diversas vezes, acabou perdendo a paciência e decidiu fazer o que a voz pedia. O rapaz então é levado a julgamento, declarado culpado e condenado a 6 penas de 25 anos de prisão. Mas a casa ainda reservaria novas e macabras surpresas.

Apenas alguns meses após o brutal assassinato, a família Lutz se muda para o mesmo endereço em Amityville. Os Lutz, sabendo do passado da casa, chamaram um padre para benzer o local, mas já aí, sinais paranormais começaram a assombrá-los. Revoadas de moscas aparecendo de repente, assombrações e aparições em diversos lugares, portas batendo, luzes piscando, paredes derramando sangue. Isso num curto período de 28 dias. Enfim, há quem diga que essa segunda história é puro marketing, mas seja qual for a explicação, os casos envolvendo a tal casa em Amityville ficaram famosas, gerando posteriormente o livro escrito por Jay Anson e diversas versões cinematográficas.

Crédito: Paris Filmes

Em Amityville: O Despertar, após mais de 40 anos dos fatos ocorridos, Belle (Bella Thorne) se muda com sua mãe (Jennifer Jason Leigh), sua irmã (Mckenna Grace) e seu irmão (Cameron Monaghan) - que está em coma - para a tal casa. Belle também esconde um passado misterioso, mas adianto que é infundado e completamente anti-climático.

O filme parece uma adaptação da MTV para os casos vividos em Amityville. Por que uma adaptação MTV? A resposta é simples: não há suspense, não há nenhum jump scare, não há clima de terror e o desfecho é o mais genérico possível. Os atores parecem ter saído de um comercial de margarina e mesmo que a caracterização do personagem de Cameron Monaghan (Gotham) tenha sido apresentada de forma interessante, ainda soa falsa, parecendo que sua doença não é tão grave. Bella Thorne (No Ritmo) infelizmente não convence como protagonista. A atriz tenta alcançar um ápice dramático, mas sem sucesso. Falta carisma a ela e aos demais personagens.

A casa, por sua vez, tem personalidade, parecendo estar impregnada de "forças sobrenaturais" que, misteriosamente, podem fazer cegos enxergarem, surdos ouvirem, deficientes físicos andarem e moribundos voltarem a vida. O absurdo elevado a décima potência, beirando o ridículo. A montagem é apática, já que nenhum susto é bem apresentado, já a fotografia é tediosa, não ajudando a construir o clima que o filme necessita. Os efeitos visuais evidenciam a falta de orçamento, principalmente nas visões da Belle, onde o irmão vira uma espécie de Gollum do capeta, mas sem presença.

Crédito: Paris Filmes

O longa faz referencias a outros filmes da "saga" e ao próprio livro, numa última tentativa de soar interessante, mas acaba soando forçado e mal feito. O único destaque vai para a cena de abertura, que de forma interessante relata o caso com recortes de jornais da época.

Num balanço final, Amityville: O Despertar parece uma tentativa frustrada de reviver uma franquia que já havia ficado malfadada com o remake de 2005, estrelado por Ryan Reynolds (Deadpool) e a pequena Chlöe Grace Moretz (Kick-Ass). É como o próprio filme debocha dizendo que "remakes são uma bosta". Eu diria melhor, sequência de um remake que ninguém pediu, com uma história ruim, personagens desinteressantes e sem criatividade é que são uma porcaria. E tenho dito.

Ruim

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