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Postado por
Bárbara Peres
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Se a regra do cinema é causar empatia, nada melhor do que usar personagens infantis para cumprir essa tarefa. É quase impossível não se identificar ou ser tomado pelo sentimento de nostalgia quando os protagonistas de um filme são crianças ou adultos em desenvolvimento, passando por experiências que o espectador mais velho, por vezes, já viveu na pele. A narrativa infantil possibilita falar de assuntos sérios de uma maneira mais simples, apresentadas por um ponto de vista mais "puro".
Além da identificação quase imediata, é muito difícil um personagem infantil bem elaborado não cativar o público. Tomemos como exemplo o elenco mirim de Stranger Things. Logo nos primeiros minutos da série, onde os 4 meninos estão entretidos em um jogo de RPG, o espectador já sente o coração aquecido com a cena, seja quem viveu a época retratada ou aqueles que lembraram da simplicidade de ser criança. No decorrer da trama, os personagens nos conquistam cada vez mais, não somente pela inocência em lidar com as situações, mas também por não desistirem de procurar pelo amigo desaparecido. Com sua visão menos adulta do mundo, conseguem desvendar o mistério mais rápido do que o núcleo teoricamente mais inteligente.
Aproveitando o lançamento de It: A Coisa e a chegada da segunda temporada de Stranger Things, listei 5 filmes protagonizados por crianças que conseguem derreter – e destruir – o coração de qualquer adulto.
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Os Batutinhas (The Little Rascals, 1994)
Os Batutinhas é um grande clássico da Sessão da Tarde. A trama acompanha um grupo de meninos que despreza meninas pelo simples fato de que "garotos não convivem com garotas". Tudo parece dar errado quando um deles, Alfalfa (Bug Hall) se apaixona por Darla (Brittany Ashton Holmes). O longa, dirigido por Penelope Spheeris (Quanto Mais Idiota Melhor) retrata de maneira leve e divertida o primeiro amor. Sem muito drama e abusando do nível cômico de seus personagens. O público alvo certamente é o infantil, mas o obra também conquista o coração dos adultos.
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ABC do Amor (Little Manhattan, 2005)
Outro filme com cara de Sessão da Tarde é ABC do Amor. Josh Hutcherson (Jogos Vorazes) dá vida a Gabe, um menino que vive visceralmente sua primeira paixão, caracterizada como uma dor não desejada nem para seu pior inimigo. O roteiro bem elaborado – principalmente em relação ao divórcio dos pais do protagonista – a montagem e a trilha sonora combinam para um retrato fiel da infância. Assim como Os Batutinhas, o longa de Mark Levin e Jennifer Flackett (Encantada) consegue transportar o espectador para dentro daquela história sobre descobertas e desilusões, algo comum a todos que já se apaixonaram um dia.
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O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pyjamas, 2008)
Apesar de brutal, O Menino do Pijama Listrado já demonstra a ingenuidade de seus protagonistas logo no título. Bruno (Asa Buterfield) é um garoto que se muda de Berlim quando seu pai (David Tewlis), um oficial nazista, assume um cargo importante em um campo de concentração. Ao explorar o local, ele faz amizade com Shmuel (Jack Scanlon), um garoto preso atrás de uma cerca elétrica e que está sempre usando suas vestes listradas. A cumplicidade entre os garotos aumenta e Bruno passa a visitar cada vez mais o novo amigo sem perceber o perigo desta relação.
Com muita sensibilidade, Mark Herman (Um Toque de Esperança) dirige e roteiriza o longa baseado na obra de John Boyne, apresentando um recorte inusitado do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial levado até nós através de uma perspectiva infantil.
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Super 8 (idem, 2011)
Dirigido por J.J. Abrams (Star Wars: O Despertar da Força), Super 8 fica na zona de conforto do pupilo de Steven Spielberg – o produtor do filme. A trama acompanha a história de Joe Lamb (Joel Courtney), um menino que recentemente perdeu a mãe e é apaixonado por cinema. Para participar de uma competição local para jovens cineastas, Joe reúne os amigos e sua outra paixão Alice Dainard (Elle Fanning) para o elenco. Ao filmarem uma cena na estação ferroviária da cidade, o grupo de jovens é surpreendido por uma caminhonete se chocando com o trem. Não demora para que o local seja cercado pelo exército, que parece a procura de algo que estava dentro dos vagões.
Com a temática bem similar a de Stranger Things, o grupo de amigos é levado a desvendar os desaparecimentos de motores de carros e pessoas. Apesar da narrativa leve e cuidadosa, retratando os protagonistas com um cuidado infantil, o filme traz muito suspense e ficção científica, uma das marcas registradas de Spielberg e reverenciada por Abrams.
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Moonrise Kingdom (idem, 2012)
Fechando com chave de ouro, deixo aqui esta obra de Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste). Situada nos anos 60, a trama conta história de Sam (Jared Gilman) e Suzy (Kara Hayward), dois jovens moradores de uma pequena ilha que se apaixonam e decidem fugir de suas realidades sufocantes. O pequeno delito é logo notado pelos pais da garota (Bill Murray e Frances McDormand), pelo capitão Sharp (Bruce Willis) e pelo escoteiro-chefe Ward (Edward Norton).
Apesar do elenco de peso, o destaque é todo do casal mirim, que protagoniza cenas aparentemente “chocantes”, mas que são compreensíveis, uma vez que conhecemos melhor a personalidade de cada um. Repleto de críticas sociais e com a paleta de cores e simetria habitual de Anderson, Moonrise Kingdom é um filme profundo, que causa reflexão no espectador mais velho.
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