CRÍTICA | Depois Daquela Montanha

Direção: Hany Abu-Assad
Roteiro: Chris Weitz e J. Mills Goodloe
Elenco: Kate Winslet, Idris Elba, Beau Bridges, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2017


Após deixar Jack Dawson morrer de frio por “não ter espaço na porta”, o carma perseguiu Kate Winslet (Titanic) 20 anos depois. Mesmo sobrevivendo ao naufrágio mais famoso de todos os tempos, ela agora enfrenta um novo drama de sobrevivência.

Baseado no best-seller de 2010, escrito por Charles Martin, Depois Daquela Montanha (The Mountain Between Us) acompanha Alex (Kate Winslet), uma jornalista que está viajando para preparar seu casamento, e Ben (Idris Elba), um doutor voltando de uma conferência médica. Ambos iriam embarcar no mesmo avião, que teve o voo cancelado e, para não perderem a viagem, devidem fretar um jatinho juntos. Durante a viagem, o piloto sofre um ataque cardíaco e o avião cai em uma região montanhosa tomada por neve, deixando o casal de desconhecidos (e um cachorro labrador) à deriva.

Quando percebem que a ajuda não vem, eles embarcam em uma terrível jornada através de centenas de quilômetros de neve, buscando encontrar forças para sobreviver e utilizando de tudo que possuem para contornar as adversidades da natureza, como ferimentos, a falta de comida, os penhascos, os rios congelados, o próprio frio e até mesmo pumas. Dessa situação limite acaba surgindo uma atração entre eles.

Crédito: Fox Film do Brasil

O interessante de Depois Daquela Montanha é a forma como o relacionamento entre os dois personagens ocorre naturalmente, partindo principalmente de suas diferenças. Ele com sua lógica e ela com sua emoção. Existem muitas explicações psicológicas para a conexão entre duas pessoas e o surgimento de sentimentos como a paixão em situações extremas como essa. Alguns podem pensar que está relacionada com a vontade de ambos de sobreviver. Eu, no entanto, considero um acaso do destino, que nos prega peças nas situações mais inusitadas, fazendo um novo amor surgir em nossas vidas. 

Trata-se de um filme de entretenimento à moda antiga, de um estilo bem “sessão da tarde”, ainda que todos os obstáculos enfrentados pelos protagonistas sejam perfeitamente plausíveis dentro da realidade apresentada. O roteiro de J. Mills Goodloe (A Incrível História de Adaline) em parceria com Chris Weitz (Rogue One: Uma História Star Wars), cria bons momentos emocionais e diálogos interessantes.

O cineasta israelense Hany Abu-Assad (Paradise Now) entrega um romance de sobrevivência dinâmico, que não perde tempo, nos situando de imediato na ação. Trata-se de uma narrativa dinâmica, sem muito espaço para o suspense. O destaque, porém, é de Winslet e Elba, que sustentam e dão credibilidade a obra (junto do labrador, é claro), fazendo com que o público torça pelo bem estar de ambos a todo momento.

Bom

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