CRÍTICA | A Melhor Escolha

Direção: Richard Linklater
Roteiro: Richard Linklater e Darryl Ponicsan
Elenco: Steve Carrell, Bryan Cranston, Laurence Fishburne, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2017


A Melhor Escolha (Last Flag Flying) é inspirado na obra do autor Darryl Ponicsan e é uma continuação de A Última Missão (The Last Detail), filme de 1973 dirigido por Hal Ashby (Amargo Regresso) e estrelado por Jack Nicholson (Chinatown). Agora, a batuta está sob o comando de Richard Linklater (Antes da Meia-Noite), que tem responsabilidade de dirigir a sequência, 30 anos depois e com um trio de atores consagrados.

A trama acompanha três ex-oficiais da marinha norte-americana, agora em caminhos diferentes. Sal (Bryan Cranston) se tornou empresário e é dono de um bar, Mueller (Lawrence Fishburne) seguiu a vida religiosa e é pastor, já Larry (Steve Carell) trabalha com estoque, nas Forças Armadas. Suas vidas voltam a se cruzar após a morte do filho de Larry, que era fuzileiro naval e estava em ação no Iraque. Bastante abalado, Larry procura seus colegas em busca de apoio, na difícil tarefa de enterrar o jovem soldado, com todas as homenagens. 

O longa aposta na formula clichê de reunir velhos amigos para uma última jornada emocionante. Inicialmente nos deparamos com um drama melancólico, de ar fúnebre, porém, conforme a narrativa desenrola, percebemos a revelação de um humor ácido, belas tiradas cômicas, além de críticas veladas à condução da política internacional pelos Estados Unidos, bem como o constante envolvimento do país em guerras ao redor do mundo. Um roteiro batido, mas bem empregado e que funciona, comovendo o público em determinados momentos.

Crédito: Imagem Filmes

Pra quem gosta de uma boa "dramédia", saber que Bryan Cranston (Breaking Bad) e Steve Carrell (The Office) estão no elenco é um prato cheio. Ambos valorizam cada diálogo, além de se mostrarem confortáveis em tela, se saindo bem até nos momentos mais difíceis da trama. Lawrence Fishburne (Matrix), por sua vez, apresenta uma atuação mais contida, visto se tratar do papel de um sacerdote, mas aos poucos é desconstruído, deixando-se levar pela parceria de seus amigos.

A fotografia valoriza as locações nas ruas de Boston e Nova York. Esta última é o palco perfeito para o desenvolvimento dos momentos mais engraçados do filme, além da inserção de símbolos que dizem respeito ao patriotismo e ao modo de vida norte-americano. Há muito comédia na obra, há momentos para risadas, ainda que haja espaço para abordagens mais sérias, como a questão da segurança pública e a onda de terrorismo que assola o mundo.

A Melhor Escolha cativa o público e o instigante, sendo capaz de proporcionar momentos divertidos e memoráveis. É discutido um passado ainda muito vivo na mente das pessoas, abaladas pelo terror, utilizando o humor como válvula de escape. Tudo na medida certa.

Ótimo

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