HQ | Homenagem a Len Wein


Neste post homenagearemos Len Wein, que foi um dos escritores e editores mais importantes do mercado mainstream de quadrinhos. Sua morte, aos 69 anos, foi revelada no Twitter de Brian Michael Bendis, que postou:

“Len Wein, co-criador do Wolverine e do Monstro do Pântano & responsável pelos X-Men que você ama mais do você imagina. Obrigado #RIP”

“Len criou muita coisa e ainda por cima era uma das pessoas mais amadas da história, muito à frente de seu tempo”.

Outro que perdemos este ano foi Bernie Wrightson, um desenhista famoso por publicações de terror ao estilo contos da cripta, além de ter colaborado com Wein na criação do amado Monstro do Pântano, uma de suas maiores criações. Portanto, vamos aproveitar e relembrar dos dois ao mesmo tempo com este combo de três análises de HQs que estiveram nas bancas este ano, há pouco tempo, podendo ser encontradas sem muita dificuldade.


Lendas do Universo DC: Darkseid

"A Terra destruirá seus heróis porque eles são, afinal de contas, humanos... E a humanidade jamais tolerou quaisquer falhas naqueles que decidiu adorar!"

Foi um dos primeiros super-eventos envolvendo vários dos personagens da DC após a Crise nas Infinitas Terras. O destaque na capa é o desenhista John Byrne, mas Len Wein roteirizou junto ao John Ostrander. Darkseid, deus maligno do planeta Apokolips, quer destruir os heróis da Terra por meio do "plano humilhação", que consiste em colocar a opinião pública contra eles por meio do Glorioso Godfrey, um reacionário que tem conseguido espaço na TV para disseminar ódio contra os integrantes da Liga da Justiça e dos Novos Titãs. A história é competente em entrelaçar vários personagens da editora, desde os mais famosos até o Nuclear e o Esquadrão Suicida. Hoje existe muito material com a mesma ideia que supera esse arco, como a Guerra Civil da Marvel, mas um fã da DC ainda pode se divertir com a ideia, além da estratégia populista do vilão ser muito interessante de acompanhar com a situação política que nos encontramos atualmente tanto no Brasil quanto no mundo. Mesmo o final tendo uma solução clichê, as questões abordadas são interessantes.



Monstro do Pântano: Raízes - Volume 1

"Alec Holland tinha todas as respostas... Ele era um homem inteligente! Mas o Dr. Holland morreu... e em seu lugar só resta um... Monstro do Pântano!"

A primeira história do personagem foi publicada na HQ "House of Secrets", onde a DC publicava aventuras de horror. É uma história curtinha e bem triste onde o trágico personagem observa sua antiga amada se perder nas mãos de um novo parceiro rico e abusivo. É nessa que vem pela primeira vez a frase "Se pudessem lágrimas vir... Elas viriam!". Logo depois vem a primeira mensal do personagem, onde mudam seu contexto e origem, envolvendo o acidente armado que leva à morte da mulher do cientista Alec Holland e sua transformação no horrível Monstro do Pântano. Mantendo a consciência de seus tempos como homem, o monstro sai para buscar justiça (ou seria vingança?) contra os criminosos que querem colocar as mãos na sua fórmula biorrestauradora que pode fazer surgir flora quase que de qualquer lugar. Nesse mesmo volume você confere os primeiros encontros com o agente Cable, o vilão Arcane (ainda muito diferente de como viria a ficar) e toda sua família que parece ter saído de algum clássico de terror, como o Homem-Remendado e a mocinha Abigail, que se torna coadjuvante fixa do personagem. Há várias aventuras com teor de terror e drama, "A Última das Bruxas Ravenwind" e "A Mecânica do Terror" são muito boas!



Monstro do Pântano: Raízes - Volume 2

"Quem rasga uma porta de aço com as mãos nuas... Deve ser o pai de todos os monstros!"

Em "A Noite do Morcego", o Monstro do Pântano vai à Gotham City, onde encontra com o Batman pela primeira vez. Em "O Terror do Túnel 13" há uma aventura em homenagem ao H.P. Lovecraft. "A Ameaça Sideral" deve ser a melhor dessa divisão, refletindo sobre a condição humana em uma história onde o monstro conhece um alienígena e questiona os comportamentos que as pessoas tomam perante o desconhecido. Em "O Homem Que Não Queria Morrer" o anti-herói descobre que Arcane ainda deve voltar várias vezes. Há outras aventuras com teor de ficção, uma referente à Edgar Allan Poe, "Vermes Conquistadores" e por fim o autor se despede, mesmo sem fechar a vida do personagem, deixando um tom bem conclusivo para a sua passagem em "A Conspiração Leviatã".


Sendo a fase do Alan Moore com o personagem a mais famosa, é muito comum as pessoas suporem que muito do estilo dele foi herança do britânico. Realmente foi, mas também há várias características que perduram até hoje e foram introduzidas pelo Len Wein junto ao Bernie Wrightson e outros desenhistas. Todo o estilo poético, gótico e até reflexivo estava sendo colocado nas fundações do personagem pelo seu autor original. São poucas coisas que parecem ultrapassadas nessas duas publicações, continuam sendo uma ótima pedida para fãs de aventura e terror.


1948 - 2017

1948 - 2017

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