Primeiras Impressões | Star Trek: Discovery


Após muita espera, finalmente Star Trek está de volta ao mundo das séries. A última produção da franquia no formato havia sido Star Trek: Enterprise, cujo último episódio foi ao ar há 12 anos. Durante esse hiato, Jornada nas Estrelas foi readaptado para os cinemas em três filmes (Star Trek, Além da Escuridão: Star Trek e Star Trek: Sem Fronteiras), trazendo de volta os personagens originais, porém, como o cerne da saga sempre foi o seriado, os fãs estavam ansiosos por essa volta. 

Produzida pela CBS e distribuída no Brasil pela Netflix, Star Trek: Discovery foi criada por Bryan Fuller (Hannibal, American Gods) e Alex Kurtzman (Sleepy Holow, Hawaii Five-O). A série conta a história da primeira oficial Michael (Sonequa Martin-Green, The Walking Dead) e da tripulação da USS Discovery, em um possível confronto contra os maiores inimigos da Federação, os Klingons. Os eventos aqui se passam em torno de 10 anos antes da série original, protagonizada por Kirk e Spock.

A produção inicia com os Klingons, já mostrando um visual modificado e modernizado nos vilões. Toda uma mitologia muito interessante é introduzida, mostrando um cuidado especial na construção dos antagonistas, que têm em T'kuvma (Chris Obi, Doctor Who) um representante de peso. Em seguida, somos apresentados a primeira oficial Michael e a capitã Han Bo (Michelle Yeoh), cuja dinâmica e envolvimento gera empatia dos espectadores, pois acreditamos que há amizade entre elas. Saru (Doug Jones) também merece destaque, um personagem engraçado, que carrega forte carga dramática.

Crédito: Jan Thijs / CBS

A série usa e abusa dos flashbacks, gerando uma curiosidade interessante sobre alguns personagens que, aos poucos, vão sendo sanadas pelo roteiro. Os efeitos especiais são sensacionais, não perdendo em nada para grandes produções cinematográficas. A utilização de planos longos pelo diretor gera uma sensação de unidade do grupo, possibilitando imersão do público com a tripulação. O roteiro, por sua vez, utiliza de agudo suspense narrativo, culminando em um desfecho gigantesco. 

Batalhas incríveis de naves,vulcanos, inteligência narrativa, a federação estelar, Klingons, velocidade de dobra, negociações entre naves, teletransporte, fasers, quase tudo que um fã de Star Trek gosta está aqui. A única ressalva que tenho é, que aqui, temos uma história contada de maneira inteligente, mas não muito complexa ou instigante como fora a série original. Espero que os roteiros sci-fi estejam guardados para os próximos episódios. Faz sentido começar com menos complexidade, afinal, estão buscando apresentar a franquia para um novo público. Não por menos, essa é a primeira versão totalmente sequenciada, visto que todas as outras séries da franquia eram produzidas com os famosos “episódios da semana”. 

Star Trek: Discovery chega com os dois pés na porta no mundo das séries. Uma produção bem feita, corajosa, com personagens interessantes e que coloca toda a fantástica mitologia de Star Trek em um contexto atual, visando assim não apenas agradar os trekkers, mas expandir horizontes com novos públicos.

Crédito: Jan Thijs / CBS

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