CRÍTICA | Star Wars: A Ameaça Fantasma

Direção: George Lucas
Roteiro: George Lucas
Elenco: Liam Neeson, Ewan McGregor, Natalie Portman, Jake Lloyd, Ian McDiarmid, entre outros
Origem: EUA
Ano: 1999


A Ameaça Fantasma, sem dúvida, é o filme mais odiado de toda a saga Star Wars, talvez até mais do que o bizarro especial com os Ewoks. Depois do "último" filme em 1983, o mundo havia ficado órfão da franquia nos cinemas. Desde então, os fãs mais aficionados estavam escrevendo obras a fim de rechear o universo de George Lucas e, obviamente, muitas empresas tentaram ganhar cascalho vendendo todo o tipo de coisas relacionadas, aprovadas ou não pelo criador da marca.

Conforme via a popularidade crescer nos anos 90, Lucas decidiu voltar e expandir seu universo, mas desta vez, o enfoque seria no jovem Anakin Skywalker (Jake Lloyd), já que ele mesmo havia dito que pretendia contar a história de Darth Vader. E vendo que a computação gráfica estava dando passos gigantescos em pouco tempo, enxergou no Episódio I uma grande oportunidade, embora o primeiro trailer tenha sido lançado em 1998, uma época onde a internet banda larga nem imaginava existir.

O Chanceler Valorum, líder da Republica Galáctica, envia dois Jedis, Qui-Gon Jinn (Liam Neeson) e Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) para negociar com a Federação do Comércio para cessar o bloqueio de comércio com o planeta Naboo. Enquanto isso, Darth Sidious (Ian McDiarmid) pede para que o vice-rei Nute Gunray mate os Jedi e comece uma invasão. Os Jedi fogem e Qui-Gon salva um Gungan chamado de Jar Jar Binks. Em débito com os Jedi, Jar Jar os leva para sua cidade submersa. Eles tentam convencer o chefe a ajudar Naboo. O resultado é infrutífero, mas eles parte m com a Princesa Padmé Amidala (Natalie Portman).

Foto: Lucasfilm

O roteiro do primeiro filme tem como objetivo introduzir Anakin, que será a força motriz de toda a trilogia. Nele estão inseridos vários elementos como os tais midi-chlorians, uma espécie de mensura do poder da Força, embora esse mesmo conceito seja descartado nos filme seguintes, anulando sua importância. Isso sem mencionar o maior inconveniente da trilogia: Jar Jar Binks. Se tirássemos todas as cenas onde ele está, a obra ganharia e muito.

A direção de arte é bem feita. Os cenários são grandiosos, mas quase todos originados de computação gráfica, o que, se analisarmos friamente, soa falso e datado em alguns momentos. As cenas de batalha, por sua vez, soam impressionantes se comparadas aos longas originais, mas encontram outro problema advindo do roteiro: a má utilização de Darth Maul (Ray Park). Quando um vilão é revelado com uma aparência demoníaca, logo se especulou que seria um dos grandes personagens da trilogia, no entanto, acaba sendo morto da pior maneira possível e de forma pouco impactante.

A fotografia é bastante saturada, as cores são bastante vibrantes, em especial a paletas de cores dos planetas, sempre muito diferentes uns dos outros. Trata-se de uma característica marcante da saga, assim como a trilha sonora de John Williams (Tubarão) que cumpre muito bem seu papel, atingindo o tom épico que a trama precisava. A faixa mais memorável é "Duel of Fates", onde a luta entre Darth Maul e os Jedi acontecem.

Foto: Lucasfilm

Outro ponto negativo é que, apesar de todo o refinamento das técnicas de computação gráfica, optaram por utilizar um Yoda de marionete, como no original. Porém, diferente dos filmes clássicos, o boneco soou bastante bizarro e irreal, contrastando em sentido com o que é apresentado.

A Ameaça Fantasma é um filme estranho. Tenta emular o clima de Star Wars e é feliz em alguns quesitos, mas o roteiro e a forma como algumas cenas de ação foram executadas não fazem sentido e não acrescentam em nada a saga. Lucas tentou fazer sua franquia expandir mais que qualquer outra até então e, apesar da qualidade duvidosa do filme, não podemos dizer que ele falhou.

Foto: Lucasfilm

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