CRÍTICA | Moonrise Kingdom

Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson e Roman Coppola
Elenco: Jared Gilman, Kara Hayward, Bill Murray, Bruce Willis, Frances McDormand, Jason Schwartzman, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2012


Em 2012, segundo teorias apocalípticas, o mundo acabaria. Mas para o aclamado cineasta Wes Anderson (Viagem a Darjeeling) isso parecia longe de acontecer. Trata-se do ano de lançamento do seu sétimo longa-metragem, Moonrise Kingdom, aclamado por muitos como um dos melhores trabalhos do seu panteão simétrico.

Com um roteiro escrito pelo próprio Anderson em parceria com Roman Copolla (Ilha dos Cachorros), filho do lendário diretor Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão), a trama trata de um garoto, Sam (Jared Gilman), e uma garota, Suzy (Kara Hayward), moradores de uma pequena ilha, que fogem dos adultos para se refugiar nas florestas e cultivar algo que começa a nascer dentro deles.

A direção é algo que sempre faz os olhos brilharem quando falamos de Wes Anderson e sua simetria. Seus longos planos-sequência e sua habilidade em controlar tudo isso de forma coesa e divertida. Além disso a maneira como o diretor caminha entre gêneros e brinca com os clichês de cada um, é nada menos que genial. Temos aqui romance, drama, ação, suspense, cinema mudo, tudo representado de maneira leve. Isso sem contar uma ótima referência ao mestre Alfred Hitchcock e sua grande obra, Um Corpo Que Cai (1958). 

Foto: American Empirical Pictures

O tom da obra brinca com a maneira com que os personagens se comportam, sendo um tanto quanto apáticos. Uma das grandes sacadas do roteiro é inverter as posições entre adultos e crianças, nos fazendo ver o quão perdidos estão os primeiros perante os segundos, que sabem bem o que querem.

O elenco estelar é um dos pontos altos. Bruce Willis (Vidro), Edward Norton (Brooklyn Sem Pai Nem Mãe), Bill Murray (Os Excêntricos Tenenbaums), Frances McDormand (Três Anúncios Para um Crime), Tilda Swinton (Okja), Jason Schwartzman (Três é Demais), entre outros. É um privilégio ver todos esses nomes atuando em conjunto, ainda que nos dê uma sensação de que o tamanho do filme não precisava de tantos nomes impactantes.

A saga de Sam e Suzy aos poucos se torna apaixonante em sua ingenuidade e conduz o espectador a torcer pelos dois. A maioria dos personagens são aprofundados de maneira rápida, embora se sinta falta de conhecer um pouco mais de alguns.

A trilha sonora é outro ponto alto que precisa ser mencionado, já que carrega o espectador pela jornada fantasiosa de maneira muito eficiente, juntamente com o design de produção impecável e a montagem criativa.

Foto: American Empirical Pictures

Moonrise Kingdom é uma obra singular, assim como boa parte das obras de Wes Anderson. Trata-se de um conto de fadas contemporâneo, produzido com o estilo singular de seu diretor, que parece não cansar de entregar grandes longas para os cinéfilos de todo mundo.

Ótimo

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