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Postado por
Cesar Augusto Mota
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Direção: George Clooney
Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen, Grant Heslov e George Clooney
Elenco: Matt Damon, Julianne Moore, Oscar Isaac, entre outros
Origem: Reino Unido / EUA
Ano: 2017
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Um filme de época, que se passa na década de 1950 e que retrata o modo de vida norte-americano (American Way of Life) e seus ideais implícitos, como o da terra da liberdade e da oportunidade. Tudo parece perfeito até o advento de novos vizinhos em um bairro aparentemente tranquilo, forçando a sociedade local da época a mostrar suas garras e suas verdadeiras personalidades.
Em Suburbicon: Bem-vindos ao Paraíso, nos deparamos com uma bela comunidade, com suas casas bem estruturadas, espaços delimitados, além de vizinhos cordiais e gentis. Com o surgimento da família Myers, composta por negros, toda a paz que reinava se transforma em um verdadeiro campo de guerra, com muita gritaria, hostilidade e uso de meios ardis e cruéis para expulsar a todo custo aquele núcleo familiar.
Paralelamente a esse conflito, há outro, na casa dos Lodgers, onde poder, ambição e cobiça são predominantes, e toda essa família vai sendo regada a sangue após uma invasão, e aos poucos se desintegrando. Com uma pitada de humor negro e com a valiosa colaboração dos irmãos Joel e Ethan Coen (Inside Llewyn Davis: Balada de um Homem Comum), o bem sucedido ator e diretor George Clooney (Tudo Pelo Poder) nos apresenta seu sexto filme, que promete causar muito arrepio e desconforto no público durante seus 105 minutos de projeção.
A partir do uso de planos fechados, com a câmera próxima aos rostos dos personagens e acompanhando seus movimentos, grandes revelações são feitas e segredos aos poucos desvendados na medida em que as ações vão se desencadeando, aguçando a atenção do espectador. Para cada interação, uma surpresa, uma decepção, uma exaltação, não há espaço para o previsível. Tudo isso aliado a uma montagem precisa e bem sincronizada com a trilha-sonora assinada por Alexandre Desplat (O Grande Hotel Budapeste), deixando no ar que algo obscuro está prestes a acontecer e que as coisas, que já estão ruins, podem vir a piorar.
O elenco é composto de grandes estrelas, com atuações acima da média, como a de Julianne Moore (Para Sempre Alice), em papel duplo. Primeiro, como a debilitada e amorosa Rose, depois como a inicialmente inofensiva e posteriormente maquiavélica tia Maggie. Além dela, Matt Damon (Perdido em Marte) também arrebenta e quebra o longa com seu personagem canastrão e manipulado, Gardner. Você antes constata um homem que aceita tudo e realiza diversas atrocidades sem pestanejar, depois alguém fora de si e disposto a tomar as rédeas da situação, sem se importar com as consequências. Moore e Damon emplacam uma perfeita dupla, composta por um mau caráter com disposição a passar por cima de tudo e todos para conseguir o que quer, e uma assistente das maldades do chefe da família.
Não podemos esquecer do garoto Noah Jupe (Extraordinário), como o pequeno Nick, um jovem introvertido e com personalidade oposta a de sua família, que preza pelos valores morais e respeito ao próximo, e Glenn Fleshler (Blue Jasmine), o gângster Ira, que não deixará a família Lodger em paz até resolver todas as pendências existentes entre eles. Sem dúvida outro grande conflito para deixar o público com os cabelos em pé.
Não podemos esquecer do garoto Noah Jupe (Extraordinário), como o pequeno Nick, um jovem introvertido e com personalidade oposta a de sua família, que preza pelos valores morais e respeito ao próximo, e Glenn Fleshler (Blue Jasmine), o gângster Ira, que não deixará a família Lodger em paz até resolver todas as pendências existentes entre eles. Sem dúvida outro grande conflito para deixar o público com os cabelos em pé.
Apesar do ótimo elenco, o longa possui um roteiro irregular, que não aprofunda o dia a dia da família Myers, pouco ilustrada na trama, além de dar mais espaço para o que acontece com os Lodgers, que seria inicialmente uma subtrama, mas que acabou por tomar conta da obra. A questão racial, utilizada inicialmente para ilustrar a realidade da época e mostrar que se trata de algo ainda presente nos dias de hoje também é escanteado da narrativa, o que acaba por fazer a trama perder um pouco de sua consistência.
Um enredo complexo, intrigante e que atinge bem o público, mas com um roteiro heterogêneo e que perde a mão ao longo da projeção. Assim é Suburbicon: Bem-vindos ao Paraíso, que vem com boas proposições, mas com sérios problemas de execução e com identidade imprecisa. Não se entende como drama ou terror psicológico. Vale pelo elenco, montagem e por se tratar de uma obra dos irmãos Cohen sob a batuta de George Clooney, que se mostra cada dia mais promissor na cadeira de diretor.
Alexandre Desplat
Cesar Augusto Mota
Críticas
Ethan Coen
George Clooney
Joel Coen
Julianne Moore
Matt Damon
Oscar Isaac
Suburbicon
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