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Postado por
Lívia Campos de Menezes
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Representações criativas da realidade, os documentários nos fazem refletir sobre os mais diversos assuntos. Todavia, muito embora tomemos o filme documentário como imparcial, é preciso lembrarmos que toda obra tem assinatura. O que vemos na tela é sempre a visão de um diretor e um editor que, após horas de pesquisas e entrevistas, costuram uma história. Não quero dizer com isso que não há verdade nos documentários, mas que é sempre importante levarmos em conta quem assina e qual a função social da obra.
O cinema brasileiro é celeiro de grandes documentaristas, muitos deles mundialmente reconhecidos. Pensando na variedade de estilos e estéticas de se fazer documentários, selecionei 5 produções tupiniquins do gênero que, para mim, são indispensáveis:
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Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho
Em 1964, devido ao golpe militar, Eduardo Coutinho (Edifício Master) teve que abandonar as filmagens do documentário sobre o assassinato do líder camponês João Pedro Texeira. Quase 20 anos depois, o cineasta retoma as investigações para promover um debate que estava até então adormecido.
Eduardo Coutinho é um dos mais importantes documentaristas brasileiros e Cabra Marcado para Morrer é considerada uma obra-prima. Ouso dizer que esse filme figura toda e qualquer lista sobre documentários brasileiros indispensáveis.
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Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado
É bem provável que você já tenha assistido ao filme em alguma aula de geografia ou redação. O curta-metragem é um clássico nacional dos documentários. Nele, Jorge Furtado (O Homem Que Copiava) faz uma crítica ferrenha à economia capitalista e sua capacidade de gerar desigualdades sociais.
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Santiago (2007), de João Moreira Salles
Nesse filme, o cineasta utiliza as memórias do antigo mordomo de sua casa, Santiago, para refletir sobre a formação de sua própria identidade.
O longa foi muito elogiado na época de seu lançamento e é um belíssimo ensaio do diretor; quase uma autobiografia de João Moreira Salles (Notícias de uma Guerra Particular).
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Elena (2012), de Petra Costa
Esse documentário é um ensaio em primeira pessoa, em que a cineasta estreante Petra Costa (Olmo e a Gaivota) revisita suas memórias para entender como os atos de sua irmã, Elena, influenciaram sua vida.
A diretora mescla gravações atuais com cenas de vídeos familiares, o que cria um tom melancólico e ajuda o espectador a entender o drama vivido por Costa.
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Branco Sai, Preto Fica (2014), de Adirley Queirós
Nada convencional, alguns puristas dizem que o filme não deveria ser tratado como documentário. Certamente, esta é a obra mais experimental da lista.
O filme de Adirley Queirós (Era Uma Vez Brasília) revisita a história de uma batida policial a um baile funk em Brasília e as consequências daquele dia na vida de dois homens. Traz ainda uma personagem extraterrestre que revisita os acontecimentos para entender o papel da sociedade repressora no caso.
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Lívia Campos de Menezes é apaixonada por filmes, séries e boa música (leia-se rock'n'roll). Adora ler e viajar. Desde 2015 mora nos Estados Unidos, onde faz MFA em Cinema na UNC School of the Arts.
Branco Sai Preto Fica
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