CRÍTICA | Sobrenatural: A Última Chave

Direção: Adam Robitel
Roteiro: Leigh Whannell
Elenco: Lin Shaye, Leigh Whannell, Angus Sampson, Kirk Acevedo, entre outros
Origem: EUA / Canadá
Ano: 2018


Não é novidade para ninguém o fato de franquias de terror lançarem várias sequências, e essa é a vez de Sobrenatural: A Última Chave, o quarto filme da “saga” Insidious (título original), que dessa vez chega aos cinemas aprofundando um pouco mais da história da protagonista Elise Rainier (Lin Shaye).

Neste longa, Elise é chamada para atender um caso no Novo México, exatamente na casa em que passou boa parte de sua infância e adolescência e onde, anos atrás, ocorreram fatos que marcaram sua vida de forma maligna. Um deles é o motivo central para que ela aceite voltar ao local e ajudar Ted Garza (Kirk Acevedo), enfrentando um de seus maiores desafios até então.


O longa conta com a direção de Adam Robitel (Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma) e produção de James Wan (Invocação do Mal) – sim, olha ele aí de novo –, mas infelizmente se mostra tão decepcionante quanto o último filme da franquia, Sobrenatural: A Origem (2015), que apresentou mudanças que causaram estranheza ao público que apreciou aos dois primeiros longas. Tais "estranhezas" permanecem nessa nova obra.

Foto: Sony Pictures

Quem acompanhou os dois primeiros longas, principalmente o original, sabe que Sobrenatural foi um alento para os fãs de terror, já que fazia um longo tempo que um bom filme desse segmento não era lançado. Com uma estética diferenciada, apostando em uma roupagem mais clássica, e uma paleta de cores sombria, pouco vívida, os filmes conseguiram arrepiar as espinhas de muitos espectadores com o demônio de rosto vermelho. Isso bastou para que os produtores e o estúdio percebessem o potencial de uma franquia em mãos. Receita que levaria às sequências a se perderem em seu enredo.

Em A Última Chave, Sobrenatural abandona a estética que um dia foi seu diferencial para se tornar apenas mais um filme de sustos. Em sua grande maioria bem previsíveis, inclusive. Até mesmo a edição e mixagem de som são deixadas de lado para se renderem aos jumpscares, fórmula comercial e nem um pouco impactante. Não há inovação em qualquer quesito, e o longa sofre inclusive com problemas de roteiro, que apresenta diversos furos na narrativa e deixa questões sem resposta. Não irei detalhar o que mais me incomodou, pois estaria dando spoilers, mas vocês compreenderão ao assistir.

Por mais que exista a clara intenção de amarrar as histórias dos quatro filmes através da protagonista Elise, ainda assim não existe o que de fato interligaria uma obra à outra: o sentimento. Como assim? Ao assistir ao filme não temos a sensação de que estamos vendo uma continuação, pois, exceto por Elise, nada ali remete aos anteriores, o que é uma uma falha significativa em termos de franquia.

Foto: Sony Pictures

O fato é que temos aqui um longa fraco, sem apelo. O famoso sem sal e sem açúcar, sabe? Além disso, dessa vez o longa dá espaço para muito alívio cômico. Não que isso seja algo ruim, afinal, obras como A Morte Te Dá Parabéns (2017) sabem utilizar desse recurso muito bem. O problema é que humor não encaixa com a proposta de Sobrenatural.

Talvez se James Wan não estivesse tão ocupado com seus novos projetos e retornasse para a direção da franquia, teríamos o longa que esperávamos. Enfim, vamos torcer para que os mesmos erros não sejam cometidos em obras como Invocação do Mal, por exemplo, algo que está próximo de acontecer com a quantidade de spin-offs que estão sendo anunciados.

Bom

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