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Postado por
Verônica Martucci
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Em meio a vários lançamentos de fim do ano no catálogo da Netflix, um deles foi a segunda temporada da série Easy. Para dar continuidade à proposta do criador Joe Swanberg (que continua a frente da direção e roteiro da série), temos novamente oito episódios, com aproximadamente 30 minutos cada, e mais histórias envolvendo a dinâmica do cotidiano de pessoas tão diferentes na cidade de Chicago.
Na primeira temporada, ainda não sabíamos tão bem até que ponto aqueles personagens seriam explorados e se haveria alguma continuidade para suas histórias. Porém, Swanberg escolheu alguns núcleos para continuar desenvolvendo, ao mesmo tempo que também traz novos personagens para sua antologia e homenageia brevemente alguns que já tiveram seu ciclo encerrado na temporada de estreia.
O foco da série continua sendo a análise comportamental de seus personagens dentro de relações e situações identificáveis ao público, e das mais diversas formas. No entanto, é notável que houve um amadurecimento nas abordagens do criador, que desta vez trouxe temas mais abrangentes e soube trabalhar melhor com o moralismo que permeia os conflitos interpessoais e individuais de seus variados protagonistas.
O primeiro episódio é um bom exemplo dessa expansão. Em "Package Thief", somos apresentados a um núcleo novo, caracterizado por uma vizinhança bastante harmônica e com bastante união entre seus moradores. Mas logo estas pessoas descobrem que um rapaz de fora daquela comunidade está roubando as encomendas feitas pela internet e deixadas na porta de cada casa. Juntos, os moradores decidem criar manifestações de ameaça ao rapaz, porém uma das vizinhas discorda desse tipo de reação. O roteiro é perspicaz em mostrar a paranoia daquela comunidade, ao mesmo tempo que também cria o questionamento em relação a nossa própria atitude, se fôssemos atingidos diretamente pelo furto.
Outro episódio muito bem escrito é "Lady Cha Cha". Aqui, revisitamos o casal Jo (Jacqueline Toboni) e Chase (Kiersey Clemons), que conhecemos no segundo episódio do primeiro ano da série. Morando juntas, as mulheres já estão numa relação estável e dando rumo às suas vidas. A novidade é que Chase está fazendo aulas de dança burlesca, enquanto Jo continua com seus projetos de incentivo e apoio às causas feministas. O relacionamento acaba sofrendo um golpe duro, quando Jo é confrontada com seu ciúme e possessividade, relacionados a uma apresentação de dança que sua companheira fará em alguns dias. O conflito interno da personagem é o centro da discussão, e o episódio soube mostrar a dificuldade que é colocarmos em prática aquilo que acreditamos quando somos testados por alguma situação adversa.
Com um ótimo elenco dando vida a personagens complexos e cativantes, Easy alcança um patamar de qualidade bastante estável e cai muito bem como aquela "comfort serie" que a gente sempre precisa ter guardada para relaxar e assistir sem compromisso, apenas pelo divertimento e boas reflexões.
Foto: Netflix |
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Verônica, 24 anos, também conhecida como a louca das séries/filmes. Adoro indicações, ainda mais acompanhadas de um bom café.
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