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Bárbara Peres
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Longe das mãos de Guillermo del Toro (A Forma da Água), que dessa vez retorna apenas na produção, a sequência de Círculo de Fogo (Pacific Rim, 2013) sofre em diversos contextos. Dez anos após o fechamento da fenda, o filho do marechal Stacker Pentecost (Idris Elba) foge a todo custo do legado do pai, se jogando no tráfico de peças dos grandes robôs abandonados. A caminhada criminosa de Jake (John Boyega), em determinado momento, se cruza com a da jovem Amara (Cailee Spaeny) e, após ser preso, é obrigado a retornar a academia de pilotos Jaegar.
De volta para o cenário de treinamento, o nunca mencionado – ou sequer justificado na obra original – filho de Stacker tenta a todo custo fazer o público acreditar em sua independência ideológica e acaba parecendo apenas uma criança birrenta que não suporta ficar na sombra do sucesso do pai. Apesar de todo o carisma de John Boyega (Star Wars: Os Últimos Jedi) estar presente, é muito difícil se conectar com o personagem, o que acaba se mostrando uma problemática grave do longa-metragem.
A órfã Amara, por sua vez, divide o protagonismo com Jake, mas também sofre com a carência de fundamento. Assim como já visto em outros filmes do gênero, a garota representa a fã dos robôs gigantes. Sabendo todos os nomes de cor, ela é a responsável por reconhecê-los para o espectador. A estratégia, apesar de óbvia, não funciona como deveria, fazendo com que a mitologia desse universo, ainda não tão bem consolidado, não cause o entusiasmo necessário no público após 5 anos do lançamento do primeiro filme.
Ainda no que diz respeito aos novos personagens, falta aprofundamento e empatia em todos eles. As motivações dos cadetes não convencem o espectador e enfraquecem um contexto que poderia ser melhor aproveitado. Nesse ponto, o roteiro falha ao não causar uma conexão emocional com o público. Jules Reyes (Adria Arjona), por exemplo, não tem peso algum na trama e só serve para acentuar a rivalidade de Jake e Nate Lambert (Scott Eastwood), sem qualquer necessidade. Tanto Jake quanto Nate sofrem com suas próprias arrogâncias e não conseguem vender sua amizade deturpada de uma forma agradável para quem assiste, fazendo com que a relação entre eles soe forçada e entediante.
Quando não temos personagens interessantes, a produção como um todo acaba sofrendo. A empolgação, algo tão palpável no primeiro longa, se perde aqui. Além disso, é difícil lidar com a ausência não justificada de Raleigh (Charlie Hunnam), ainda mais quando um dos eventos do longa exigia uma manifestação do antigo piloto de Gipsy, o que, infelizmente, não acontece.
Frustrante em seu roteiro e com um plot twist previsível, o Círculo de Fogo: A Revolta ao menos apresenta efeitos visuais competentes, mantendo a qualidade já conhecida na concepção de Jaegars e Kaijus. As cenas de ação continuam grandiosas e acabam responsáveis pelos raros momentos de adrenalina na trama, que merecia ser melhor desenvolvida. É uma pena, pois a sensação que fica é de imenso potencial desperdiçado.
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Bárbara Peres
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