CRÍTICA | O Passageiro

Direção: Jaume Collet-Serra
Roteiro: Byron Willinger, Philip de Blasi e Ryan Engle
Elenco: Liam Neeson, Vera Farmiga, Patrick Wilson, Jonathan Banks, Sam Neill, Letitia Wright, entre outros
Origem: Reino Unido / França / EUA
Ano: 2018


Versátil, talentoso e imponente, não faltam adjetivos para atribuir ao irlandês Liam Neeson (Silêncio). O ator, que já protagonizou filmes antológicos como A Lista de Schindler (1993), ultimamente tem se dedicado aos thrillers de ação, como Busca Implacável (2008) ou Caçada Mortal (2014), tendência que se repete nesse O Passageiro (The Commuter), um suspense repleto de explosões, tiros e perseguições.

Dirigido pelo espanhol Jaume Collet-Serra (A Órfã), o longa ilustra a trajetória do vendedor de seguros Michael MacCauley (Neeson), desde o momento em que acorda, nutrindo uma relação saudável com a esposa e o filho, até o momento em que pega o mesmo trem diariamente para ir ao trabalho. Tudo vai bem até ele ser demitido. Desesperado e sem coragem de revelar o ocorrido para a família, ele se aconselha com amigos, buscando uma forma de contornar a situação, até que acaba surpreendido por Johanna (Vera Farmiga) em seu habitual vagão de trem.

A mulher misteriosa oferece a ele US$ 100 mil, contanto que ele identifique um passageiro que não deveria estar no trem, reavendo um item que fora roubado. Sem perceber o protagonista entra em uma cilada, um caminho sem volta que o fará lutar pela própria vida e a de todos os passageiros do trem.

Foto: Imagem Filmes

O roteiro traz premissas inquietantes ao espectador. O terror psicológico, a batalha contra o tempo, os telefonemas ameaçadores que Michael recebe durante o percurso, todos elementos que sustentam a trama, proporcionando uma importante guinada em seus atos derradeiros. A fórmula do ambiente limitado, apesar de batido, funciona muito bem. A sensação de claustrofobia é angustiante, possibilitando que a obra encontre o certeiro equilíbrio entre terror psicológico e ação.

Apesar de abusar de alguns clichês narrativos, O Passageiro apresenta uma direção eficiente, especialmente no que diz respeito aos belos planos-sequência em que somos inseridos. Além disso, conta com uma trilha sonora vibrante e instigante, que dita as emoções do público e nos faz ficar na ponta da poltrona. 

Liam Neeson mais uma vez mostra porque é um ator completo, se adaptando a todo tipo de situação e conduzindo muito bem a história, com diálogos vibrantes e palavras fortes. O elenco secundário, por sua vez, permite que a obra tenha consistência. O destaque vai para Vera Farmiga (Invocação do Mal), que mesmo com poucos minutos em cena, apresenta uma personagem importantíssima para os eventos que se seguirão.

Foto: Imagem Filmes

Para encerrar, é seguro dizer que O Passageiro é um prato cheio para quem é fã de um bom suspense com cenas de ação. Não é o tipo de filme que "inventa a roda", mas é um ótimo exemplar do que de melhor Liam Neeson vem fazendo no cinema nos últimos anos. Totalmente recomendável.

Ótimo

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