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Postado por
Lívia Campos de Menezes
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Eu demorei muito tempo para começar a assistir Mozart in the Jungle. Apenas no final do ano passado, quando a Amazon Prime já havia lançado a terceira temporada da série, resolvi dar ouvidos a todos os amigos que me disseram que o show era imperdível.
Se estou hoje escrevendo sobre a quarta temporada, lançada no último dia 16 de fevereiro, você já deve imaginar o que aconteceu. Eu simplesmente AMEI a série!
Inspirada no livro de Blair Tindall, Mozart na Selva: Sexo, Drogas e Música Clássica, a produção foi adaptada para a plataforma digital, em 2014, pelos criadores Jason Schwartzman (Viagem para Darjeeling), Roman Coppola (Moonrise Kingdom), Paul Weitz (Em Boa Companhia) e o estreante Alex Timbers.
Uma comédia dramática, Mozart in the Jungle conta a estória de amor entre Hailey Rutlege (Lola Kirke), uma oboísta que sonha em entrar para a Orquestra Filarmônica de Nova York, e Rodrigo de Sousa (Gael García Bernal), o brilhante e pouco convencional maestro daquela orquestra. No entanto, a trama vai muito além do romance entre os dois músicos; ela explora o universo da música clássica e a excentricidade daqueles que vivem dela. Ainda, trata das dificuldades, não apenas financeiras, de se viver de música.
E são essas dificuldades – as não financeiras – que acompanhamos na quarta temporada. Embora Gloria (Bernadette Peters) continue sua via crúcis para arrecadar fundos para a orquestra, são os inúmeros obstáculos que os músicos enfrentam para seguir ou reinventar-se na carreira o foco desse novo ano.
Como estabelecido anterioriormente, Hailey e Rodrigo são, oficialmente, um casal. Mas é a nova ambição musical da primeira o elo entre as personagens. Agora, ela não é mais aspirante a oboísta, ela é maestra de uma orquestra de câmara. Convidada a participar de um concurso no Japão, Hailey destaca-se não somente por ser brilhante, mas por ser a única mulher a chegar à final da competição (assim como muitas no universo artístico, essa ainda é uma profissão majoritariamente masculina). A decisão de transformar a personagem em uma maestra é, portanto, mais do que mera escolha de roteiro, é opção acertada dos criadores.
Outro desenvolvimento interessante nessa temporada é o de Thomas (Malcolm McDowell). Além de se tornar mentor de Hailey, o respeitado maestro abandona o conselho da Filarmônica de Nova York para assumir a regência de uma orquestra mambembe. Música clássica e contemporânea fundem-se num tipo de ensaio que talvez seja experimental até demais, mas que emociona porque prova como a música serve para agregar gerações.
Quanto ao protagonista, essa temporada é repleta de encontros e desencontros. Seja através do desaparecimento de seu mestre inspirador ou de sua inépcia em lidar com Hailey, Rodrigo cresce à medida que perde aqueles que ama. São essas perdas, todavia, que o fazem se reencontrar com a música. Assim como acontece com as demais personagens, nessa temporada, Rodrigo descobre que, às vezes, é necessário perder-se para encontrar-se.
Mozart in the Jungle é uma série não convencional, que dificilmente seria produzida por outra plataforma. Aclamada pela crítica, ela não é pensada para o público geral, mas para um nicho de mercado. E por manter-se fiel ao seu público e não cair na tentação de agradar a todos, a produção segue original e inovadora. Caso haja uma quinta temporada, torçamos para que os executivos continuem mais interessados em agradar aos fãs vigentes do que em aumentar a audiência.
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