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Postado por
Cibele Pixinine
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Se a primeira vista Outlander pode ser confundida com uma simples história romântica, não é preciso muito para que essa imagem comece a mudar. Reunindo em uma só narrativa, aventura, romance e viagem no tempo, a primeira temporada da produção estreou em 2014, tendo como base o primeiro livro da série literária de mesmo nome, da autora norte-americana Diana Gabaldon. Estrelada por Caitriona Balfe (Jogo do Dinheiro) e Sam Heughan (O Príncipe e Eu), o seriado já está com sua quinta temporada garantida para 2019.
A narrativa é centrada na personagem Claire Beauchamp (Balfe), uma enfermeira da 2º Guerra Mundial que vai passar as férias ao lado do marido na Escócia. O que ela não imaginava é que seria obrigada a deixar sua vida para trás ao viajar no tempo, indo parar em 1743. Caindo de paraquedas em meio às revoltas jacobinas da época, a protagonista parece ter encontrado o seu grande amor, no entanto, terá que aprender a se impor em uma sociedade que é totalmente diferente da que estava acostumada.
Ao longo da primeira temporada, conhecemos a Escócia através dos olhos de Claire, uma forasteira (em gaélico, Sassenach), tanto em relação ao local quanto ao tempo histórico. Essa perspectiva permitiu que nós nos surpreendêssemos com a beleza e a cultura do país, mas também nos chocássemos com as enormes diferenças, especialmente com relação ao tratamento das mulheres. A personagem, aos poucos, aceita seu novo destino e começa a se inteirar dos costumes da comunidade da qual se tornou “refém” e depois “agregada”.
O maior acerto da série foi mostrar como uma mulher independente e forte, como Claire, não iria apenas abaixar a cabeça para as situações que encontra. Ela impõe pequenas, mas significativas mudanças ao seu redor, e isso faz toda a diferença.
Foto: Starz |
O maior acerto da série foi mostrar como uma mulher independente e forte, como Claire, não iria apenas abaixar a cabeça para as situações que encontra. Ela impõe pequenas, mas significativas mudanças ao seu redor, e isso faz toda a diferença.
Dividindo espaço, no quesito protagonismo feminino, temos Geillis Duncan (Lotte Verbeek), uma mulher à frente de seu tempo (não literalmente dessa vez), que cultivou má fama de bruxa por vender poções e indicar ervas medicinais. É ela que estrela um dos arcos mais trágicos e impressionantes dessa primeira temporada. Desde os primeiros momentos, a suspeita de bruxaria paira ao redor de Geillis. Sua afinidade com o wiccanismo, o desejo que desperta nos homens e a inveja nas mulheres resultam no ápice de sua trajetória, quando é condenada à fogueira e se sacrifica pela amiga Claire.
Outlander, é bom dizer, não romantiza a caça às bruxas, tratando tudo de forma bastante cruel e real, mostrando até que ponto o medo e a ignorância podem influenciar de maneira trágica uma sociedade extremamente religiosa.
Outlander, é bom dizer, não romantiza a caça às bruxas, tratando tudo de forma bastante cruel e real, mostrando até que ponto o medo e a ignorância podem influenciar de maneira trágica uma sociedade extremamente religiosa.
O cuidado em criar personagens complexos, humanos em seus defeitos e virtudes, também aparece no desenvolvimento do antagonista, Black Jack Randall (Tobias Menzies), antepassado do marido de Claire. Aliás, o trabalho feito do ator merece destaque, pois entrega uma atuação marcante, especialmente quando percebemos que é impossível não odeiar o personagem até o fim da temporada. No episodio "Wentworth Prison", um desse primeiro ano, testemunhamos o nível de sadismo e crueldade do personagem, representando ali a quebra de um enorme tabu.
Outlander preza pela fotografia, traz locações e paisagens maravilhosas que mesclam a natureza e as grandiosas construções escocesas, em paralelo com sequências desenvolvidas em ambientes mais claustrofóbicos. O uso de flashback é feito de forma certeira, pois cada um ajuda a construir a personalidade da protagonista. Aliás, a perspectiva mais centrada na protagonista não impede que a história explore outros pontos de vistas e brechas do roteiro, o que é sempre muito bom.
No mais, é só esperar o texto da segunda temporada, que estará em breve aqui no Cinéfilo em Série. Até lá.
Foto: Starz |
Outlander preza pela fotografia, traz locações e paisagens maravilhosas que mesclam a natureza e as grandiosas construções escocesas, em paralelo com sequências desenvolvidas em ambientes mais claustrofóbicos. O uso de flashback é feito de forma certeira, pois cada um ajuda a construir a personalidade da protagonista. Aliás, a perspectiva mais centrada na protagonista não impede que a história explore outros pontos de vistas e brechas do roteiro, o que é sempre muito bom.
No mais, é só esperar o texto da segunda temporada, que estará em breve aqui no Cinéfilo em Série. Até lá.
Ótimo |
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