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Postado por
Rafael da Fonte de Hires
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Luke Cage. Um herói de pele impenetrável que não se resume a ser mero peão nas ruas do Harlem. Esse cara é barra pesada quando o assunto é defender seu povo. Porém, antes de prosseguirmos, acho válido falarmos brevemente sobre sua origem.
Nascido Carl Lucas, ele apareceu pela primeira vez na revista "Luke Cage, Hero for Hire (Herói de Aluguel) #1", em junho de 1972, criado pro George Tuska, Archie Goodwin e John Romita, onde se tornou o primeiro super-herói negro a ter uma revista própria. O personagem está no âmbito dos heróis mais cotidianos da Marvel, atuando no próprio bairro, como acontece com Demolidor, Punho de Ferro e o Justiceiro, por exemplo. Seus inimigos não são grandes ameaças globais, mas sim gangues, chefões locais, entre outros. Grande parte de sua inspiração vem do blaxploitation, movimento cinematográfico dos anos 70 que ganhou popularidade ao apresentar ao público filmes dirigidos e atuados majoritariamente por artistas negros.
Na trama dessa primeira temporada, vemos Luke Cage (Mike Colter) trabalhando na barbearia mais popular do Harlem, cujo dono, Henry "Pop" Hunter (Frank Faison) é um ex-gangster. Durante a noite ele faz bico de lavador de louças no Harlem's Paradise, casa noturna do chefão do crime local, Cornell "Boca de Algodão" Stokes (Mahershala Ali). Porém, nem tudo serão flores para nosso herói quase indestrutível, já que Maria Dillard (Alfre Woodard), irmã do Boca de Algodão, é vereadora da cidade e utiliza de dinheiro público para a manutenção da casa, uma vez que o negócio serve de fachada para o tráfico de drogas e de armas. De forma a combater tal ameaça, Cage acaba se envolvendo com Misty Knight (Simone Missick), uma detetive de forte caráter moral que acha ilegítima as ações do herói, que age por conta própria sem prestar esclarecimentos a polícia.
O roteiro de Luke Cage segue o mesmo padrão mostrado nas demais séries da parceria Marvel/Netflix, como Jessica Jones, Demolidor, ou mesmo Punho de Ferro, que estreou depois. Ou seja, temos um vilão que o herói terá de enfrentar em algum momento, no entanto, a tentativa constante de subverter as expectativas do público acaba criando novas subtramas pouco interessantes. Isso sem mencionar a imensa quantidade de personagens que surgem magicamente, a fim de resolver os problemas estabelecidos.
Um bom exemplo da quebra de expectativa frustrada é o "vilão" Boca de Algodão. Mahershala Ali (Moonlight: Sob a Luz do Luar) vinha em uma crescente promissora durante a temporada, construindo uma persona cheia de nuances interessantes, mas que acabam sendo jogadas no lixo quando o personagem se mostra descartável pelo roteiro.
Um bom exemplo da quebra de expectativa frustrada é o "vilão" Boca de Algodão. Mahershala Ali (Moonlight: Sob a Luz do Luar) vinha em uma crescente promissora durante a temporada, construindo uma persona cheia de nuances interessantes, mas que acabam sendo jogadas no lixo quando o personagem se mostra descartável pelo roteiro.
Ainda sobre as atuações, Mike Colter (A Hora Mais Escura) é eficiente ao transmitir o passado cheio de dor e sofrimento de Luke com um olhar, mesmo sendo um homem de poucas palavras. Não se trata de um ator de grande talento, mas ele cumpre bem o seu papel de protagonista. Simone Missick (Jinn) traz a imponência necessária para sua Misty Knight, assim como Rosario Dawson (Paixão Obsessiva), que mesmo sem muito espaço traz a credibilidade necessária para Claire Temple.
Por outro lado, Erik LaRey Harvey (Boardwalk Empire) como Willis "Cascavel" Stryker, introduzido tardiamente na história para ser a pedra no sapato de Cage, acaba soando caricato demais, destoando da ideia estabelecida pela série até ali.
Outro aspecto negativo são as cenas de ação, que não parecem bem coreografadas, ou mesmo filmadas. O posicionamento de câmera acaba por não proporcionar o impacto visual que algumas cenas mereciam, algo que é percebido principalmente no embate final entre Luke Cage e Cascavel. Além disso, o traje utilizado pelo vilão aqui, reforça a ideia de que as escolhas para tal personagem foram bastante equivocadas.
Imagem: Netflix |
Outro aspecto negativo são as cenas de ação, que não parecem bem coreografadas, ou mesmo filmadas. O posicionamento de câmera acaba por não proporcionar o impacto visual que algumas cenas mereciam, algo que é percebido principalmente no embate final entre Luke Cage e Cascavel. Além disso, o traje utilizado pelo vilão aqui, reforça a ideia de que as escolhas para tal personagem foram bastante equivocadas.
Um ponto a se destacar é a ótima trilha sonora composta por ritmos em R&B, soul, jazz, rap, ou mesmo pop. A série aproveita que um de seus principais cenários é uma casa noturna para trazer identidade através da música, casando perfeitamente com as origens do blaxploitation, trazidas pelo personagem.
Luke Cage evidentemente não é a pior série da história, porém, devido ao subaproveitamento de bons atores, a apresentação tardia de um vilão caricato e a quantidade de tramas paralelas pouco relevantes, a produção acaba se tornando pouco memorável, ainda que traga momentos interessantes, especialmente quando o passado do protagonista é abordado através de flashbacks.
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