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Postado por
Rafael Oliveira Reis
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Direção: Paul Schrader Roteiro: Paul Schrader Elenco: Ethan Hawke, Amanda Seyfried, Cedric the Entertainer, entre outros Origem: EUA Ano: 2017 |
Eu amo filmes que colocam em análise a natureza de nossa existência e as emoções individuais perante a sociedade. Fé Corrompida (First Reformed) detalha calculadamente e sem pressa nenhuma, estágios e conflitos conturbados que podem resultar em alguma modificação positiva ou negativa.
Paul Schrader (Cães Selvagens), reverenciado por seus roteiros em Taxi Driver (1976) e Touro Indomável (1980), analisa as perspectivas do homem contra o meio, e o reflexo de suas características em seu bem estar. Em seus trabalhos como diretor, especialmente em O Dono da Noite (1992) e Gigolô Americano (1980), Schrader revela em seus atos finais a realidade promíscua de seus protagonistas, que necessitam sempre de uma divindade que os acolha e cuidem de si, o que talvez pode ser encarada também em No Coração da Escuridão, apesar do desfecho que dá margem para reflexão.
Paul Schrader (Cães Selvagens), reverenciado por seus roteiros em Taxi Driver (1976) e Touro Indomável (1980), analisa as perspectivas do homem contra o meio, e o reflexo de suas características em seu bem estar. Em seus trabalhos como diretor, especialmente em O Dono da Noite (1992) e Gigolô Americano (1980), Schrader revela em seus atos finais a realidade promíscua de seus protagonistas, que necessitam sempre de uma divindade que os acolha e cuidem de si, o que talvez pode ser encarada também em No Coração da Escuridão, apesar do desfecho que dá margem para reflexão.
A obra acompanha o reverendo Toller (Ethan Hawke), um pastor que cuida da igreja mais antiga da região, a primeira restaurada, que intitula o longa. De início, acompanhamos um personagem calmo e realizado com suas percepções religiosas. Até certo ponto, não se conhece o passado do reverendo, até que o mesmo passa a ter conversas particulares com o casal Mary (Amanda Seyfried) e Michael (Philip Ettinger), que assa por problemas. A mulher se mostra preocupada com os pensamentos extremistas do marido, principalmente agora que está gravida. Em suas conversas, o reverendo descobre que Michael é um ativista que luta contra o impacto das grandes corporações no meio ambiente, se deixando levar pelas questões levantadas pelo rapaz, algo que o deixa confuso com a natureza de sua religiosidade.
Killer Films |
O mais interessante aqui é a maneira com que o diretor desenvolve a narrativa sem pular estágios. Percebe-se que, independentemente de razão ou circunstância, os métodos do reverendo poderiam causar conflitos, mas tudo é trabalhado de forma vagarosa e com questionamentos que revisam os dois lados da moeda, até que inevitavelmente tudo venha a calhar. Mesmo sem saber o resultado de tudo aquilo, a preparação fixa o espectador em tela, algo essencial em um trabalho como esse.
No que diz respeito a aspectos técnicos, é preciso destacar a trilha sonora, que aparece pontualmente durante o longa, apenas em momentos em que ocorrem quebra de paradigmas e mudanças nos conceitos do reverendo, tudo propagado pela consciência de sua mente. O fato da obra ser narrada em primeira pessoa desencadeia ainda mais essa reflexão que o protagonista passa.
Michael, com sua fé e esperança em processo de destruição, acaba se tornando o "objeto de estudo” do reverendo, que tenta de todas as formas encontrar um caminho para que o rapaz possa seguir. O que dificulta todo o processo é que o próprio reverendo encontra-se perdido em seus dilemas pessoais, talvez por tentar se colocar em uma zona de conforto quase inatingível. O abalo de sua rotina se torna uma ruptura gigantesca, fazendo com que a culpa de fantasmas do passado sejam jogadas em suas costas. Michael então passa a ser o temor de um peso futuro.
O filme é hábil em mostrar como nenhuma realidade é perfeita, e que nem mesmo a ciência pode explicar certos acontecimentos que desencadeiam em nossas vidas. E, nesse ponto, a confusão mental do protagonista é retratada de forma eficiente com a câmera rente a sua face, exemplificando a prisão em que se encontra.
Killer Films |
Evidentemente não darei mais detalhes para não estragar eventuais "surpresas", mas o ato final é um show a parte, reunindo todos os temas discutidos ao longo da projeção em um desfecho impactante. É confortante de certa maneira? Talvez. Pode um homem mudar o percirso da realidade? Talvez. A espiritualidade está em análise? Sempre. E é assim que Fé Corrompida coloca a filosofia de nossa existência em confronto com nossos ideais.
"Irá Deus nos perdoar?"
Excelente |
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