CRÍTICA | Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro


Direção: Fabrício Bittar
Roteiro: Fabrício Bittar, Danilo Gentili e Andre Catarinacho
Elenco: Danilo Gentili, Dani Calabresa, Murilo Couto, Léo Lins, entre outros
Origem: Brasil
Ano: 2018


Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro, dirigido por Fabrício Vittar (Como se Tornar o Pior Aluno da Escola) e que repete sua parceria com o comediante Danilo Gentili (Politicamente Incorreto) como um dos protagonistas, é a nova aposta do cinema brasileiro no que diz respeito a comédia de gênero. Um filme de humor trash, com atuações nonsense e pitadas de terror.

Um grupo de quatro amigos, denominado "Caçadores de Assombrações", é composto por Jack (Gentili), Fred (Léo Lins), Túlio (Murilo Couto) e Caroline (Dani Calabresa). Eles possuem um canal no YouTube no qual postam vídeos de explorações de locais mal-assombrados e encenações de sustos, na tentativa de ganhar views, likes e muita fama.

Certo dia, eles são convocados por um colégio onde supostamente alguns alunos conseguiram convocar a famosa Loira do Banheiro (Pietra Quintela). O que poderia ser a oportunidade para faturar uma boa grana e acalmar ânimos exaltados, acaba se transformando em um pesadelo, quando descobrem que a loira não apenas é real, mas está sedenta por sangue.

Foto: Clube Filmes

O mote da produção, que partiu de uma ideia do próprio Gentili, é a de fugir do lugar comum e apresentar uma narrativa diferente do convencional, algo no qual a obra é bem sucedida. Tudo o que gira em torno da famosa lenda urbana é bem explorado, com piadas escatológicas e referências a atrações de televisão e filmes famosos. O diferencial aqui é o espaço destinado ao terror, explorando recursos muito utilizados em produções consagradas como Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (1981), Alien, o Oitavo Passageiro (1979), O Exorcista (1973), entre outras. Quem conhece tais filmes, certamente vai perceber as referências, que se estendem até a menções a atrações do SBT, como a novela Carrossel, por exemplo.

Bem diferente de outros filmes nacionais, com piadas batidas e o exagerado teor novelesco, Exterminadores do Além consegue abordar temas recorrentes, como a anarquia escolar, o comportamento desidioso de alunos e a negligência de professores para com a ordem e o ambiente de aprendizado, além de brincar com situações que beiram ao bizarro, como o fetiche por professoras jovens. Há críticas singelas, e também muitas risadas. Na dúvida, é melhor rir do que chorar, não é mesmo?

Apesar de usar e abusar dos clichês do gênero terror, a obra ainda consegue pegar o público desprevenido vez ou outra, com um ou outro susto. Além disso, a caracterização dos personagens, em especial a loira do banheiro, é impressionante para os padrões das produções nacionais, já que é totalmente crível.

Foto: Clube Filmes

No que diz respeito as atuações, Léo Lins (O Riso dos Outros) e Murilo Couto (Malhação) se destacam. O primeiro na pele de um personagem caricato, o líder do grupo; o segundo é o rapaz certinho e que não é levado a sério. Dani Calabresa (Desculpe o Transtorno), por sua vez, funciona mais como uma peça decorativa no enredo, a beldade que enfeita a telinha e logo some, provavelmente escalada para atrair o público aos cinemas. Lamentavelmente, a talentosa atriz é subutilizada na trama e seu valor humorístico não é devidamente levado em conta. Já Danilo Gentili não funciona quando está sozinho em cena, pois não consegue sustentar as cenas, precisando muito do elenco de apoio.

No fim, Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro vai agradar quem procura algo diferente dos padrões das comédias nacionais, especialmente os fãs do gênero terror. Vale pelo politicamente incorreto e as homenagens aos clássicos, sem dúvida.

Bom

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