CRÍTICA | Rambo: Até o Fim


Direção: Adrian Grunberg
Roteiro: Sylvester Stallone e Matthew Cirulnick
Elenco: Sylvester Stallone, Paz Vega, Yvette Monreal, Louis Mandylor, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2019


John Rambo, ou simplesmente Rambo, uma lenda cinematográfica. Após quatro filmes, milhões de dólares arrecadados e uma saga bem-sucedida, Sylvester Stallone (Creed II) retorna ao seu icônico personagem uma última vez. Rambo: Até o Fim (Rambo: Last Blood), com direção de Adrian Grunberg (Plano de Fuga), chega com a promessa de dar um fim digno ao protagonista. A questão é se a obra é bem sucedida em sua proposta.

Agora veterano e desfrutando da paz que buscava nos longas anteriores, Rambo (Stallone) vive recluso em um rancho e cuida de Gabriela (Yvette Monreal), a quem se refere como algo mais próximo de uma família que já teve. Sua rotina muda bruscamente quando a garota é sequestrada por um poderoso cartel mexicano, fazendo com que o ex-soldado entre em uma fúria incontrolável. A partir daí, Rambo passa a confrontar seu passado, revivendo suas habilidades como combatente para confrontar e eliminar seus inimigos. Uma busca que se transforma em luta por justiça.

O roteiro de Stallone e Matthew Cirulnick (Ouro Branco) é eficiente, especialmente em seu primeiro ato, onde apresenta rápidas inserções de momentos marcantes dos filmes anteriores, fazendo referência às poderosas armas utilizadas por Rambo e viajando pela mente de um homem que se mostra solitário, frio, carente de carinho. Aos poucos, no entanto, a trama excede no melodrama, principalmente quando a subtrama de Gabriela com seu pai vem à toda, sempre tratada de forma rasa, com personagens pouco empáticos e que tampouco despertam algum tipo de preocupação por parte do espectador. Ainda que Rambo seja o foco das atenções, se os personagens que motivam suas ações não conversam com o público, o problema fica evidente.

Foto: Imagem Filmes e California Filmes

Se o sequestro de Gabriela não é capaz de provocar frenesi, as ações de Rambo fazem com que o filme ganhe aspectos nostálgicos e empolgantes. O personagem está mais contido, ressentido e preso as memórias e traumas do passado, mas nem mesmo a idade avançada de Stallone é impedimento para o que se passa a seguir. 

O filme resgata elementos de sua primeira produção, Rambo: Programado Para Matar (1982), trazendo a tona o lado estrategista do protagonista, criando armadilhas e utilizando de armas já consagradas na franquia. A invasão à sua fazenda (algo revelado pelos trailers) dá início a um enorme massacre, com matanças do nível de Rambo IV (2008), leia-se: muitos tiros, membros decepados, sangue e muitas vísceras à mostra.

Distante de ser mais do mesmo, ainda que resgate elementos que farão os fãs vibrarem, Rambo: Até o Fim presta uma bela homenagem à seu personagem título. Soma-se a isso algumas boas cenas de ação e atuações eficientes que compensam os problemas de roteiro, e temos uma despedida honesta para John Rambo.

Foto: Imagem Filmes e California Filmes


Bom

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