CRÍTICA | Missão: Marte

Direção: Brian De Palma
Roteiro: Jim Thomas, John Thomas e Graham Yost
Elenco: Tim Robbins, Gary Sinise, Don Cheadle, Connie Nielsen, Jerry O'Connell, entre outros
Origem: EUA / Canadá / França
Ano: 2000

Um dos grandes trunfos do cinema é dar vida ao inalcançável. Muitas vezes, o que a autocentrada lógica humana julga como impossível ganha espaço na grande tela permitindo que nossa mente vagueie pelos mais diversos cenários. O cinema é a memória do mundo, mas esta não é somente constituída de imagens óbvias e concretas. Também é a história da nossa capacidade de imaginar outros mundos que não este.

Missão: Marte (Mission to Mars), dirigido por Brian De Palma (Olhos de Serpente), é um desses filmes, que nos faz viajar para outro planeta e para o inconcebível.

Em 2020, a primeira nave tripulada é enviada a Marte. No entanto, uma inesperada tempestade de areia assola os astronautas e, diante disso, uma missão de resgate é traçada para buscar sobreviventes. Porém, o que era para ser um salvamento torna-se uma das mais importantes descobertas da humanidade acerca da origem da vida. Pois exposta na terra vermelha está uma espécie de face gigante de pedra, o que evidencia a possibilidade de existência de outro tipo de ser vivo no universo.

A trama, quando vista num todo, é interessante e prende a atenção durante as quase duas horas de duração, mas talvez seja justamente as várias direções que o obra parece tomar que diminuem seu potencial. É difícil apontar sua temática principal, visto que o roteiro caminha para diferentes pontos sem os desenvolver por inteiro. Temos a primeira missão, o resgate, um encontro alienígena e, por mais intrigantes que sejam tais cenas, quando postas juntas perdem um pouco o sentido.

Touchstone Pictures

Apesar disso, é preciso elogiar a destreza dos planos filmados por De Palma, assim como a veracidade dos efeitos visuais e a ótima fotografia de Stephen H. Burum (Pecados de Guerra) que, em conjunto, criam imagens de tirar o fôlego, como o interior da face de pedra e o próprio planeta Marte.

Vale destacar também a trilha sonora de Ennio Morricone (Os Intocáveis), que dá o tom perfeito à narrativa, ora conduzindo a história, ora a complementando.

Como muitos filmes de ficção científica no espaço, a referência a 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968) está bem presente, como, por exemplo, pela presença da face de pedra que poderia muito bem aludir ao monólito. Seu final aproxima-se, felizmente ou infelizmente, do fantasioso, ao nos dar uma resposta clara e até romântica para uma das questões mais importantes da humanidade. Uma escolha ousada, mas que aqui combina com a atmosfera sonhadora e idealista proposta por Missão: Marte.

Bom

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