CRÍTICA | Abraços Partidos

Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Penélope Cruz, Lluís Homar, Blanca Portillo, entre outros
Origem: Espanha
Ano: 2009

Se o cinema é a arte de contar grandes histórias, então Pedro Almodóvar (Carne Trêmula) é realmente um de seus maiores representantes. Em Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos), o cineasta espanhol reafirma mais uma vez a sua vocação ao contar uma bela história sobre paixões intensas, perdas dolorosas e bastidores cinematográficos.

O roteiro é simples. Harry Craine (Lluís Homar), antes conhecido como Mateo Blanco, é um cineasta cego que vive sob os cuidados da sua amiga e diretora de produção, Judit (Blanca Portillo). Ao ser procurado pelo filho de um empresário falecido, Harry começa a relembrar acontecimentos do passado, quando se apaixonou por Lena (Penélope Cruz), protagonista de um de seus filmes e esposa do então empresário.

Como podemos perceber pela sinopse, a recordação de um passado nostálgico e de sentimentos transformadores é o principal motor de Abraços Partidos. Isso se dá por meio de flashbacks que tomam boa parte do filme e nos inserem nos anos 1990, época da gravação do filme de Mateo Blanco e da paixão dos protagonistas.

É interessante pensar que se levarmos em conta a extensa filmografia de Almodóvar, percebemos que tais temáticas são caras ao cineasta e também aparecem em outros de seus longas-metragens, como Má Educação (2004) e Volver (2006).

Universal Pictures

Nesta que é sua quarta parceria com a atriz Penélope Cruz (Dor e Glória), Almodóvar retoma aspectos do gênero melodramático, explorando cenas levemente exageradas e que nos lembram telenovelas da Espanha. Ele também faz uso de um design de produção que destaca o uso de cores fortes e contrastantes, o que já se tornou uma de suas marcas registradas.

Da mesma forma, a metalinguagem também é explorada, já que acompanhamos os bastidores de "Garotas e Malas", o filme dentro do filme, que faz referência direta a Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1998). Além disso, Abraços Partidos homenageia o cinema como um todo ao apresentar elementos e referências de Alfred Hitchcock, Marilyn Monroe e Audrey Hepburn.

Abraços Partidos concorreu aos mais importantes prêmios da indústria cinematográfica como a Palma de Ouro de Cannes e Goya, no entanto, para além das premiações, é uma ótima pedida para introduzir o público ao universo de Pedro Almodóvar, abraçando seus principais pilares: a paixão, a beleza e a arte de fazer cinema.

Ótimo

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