CRÍTICA | Sicario: Terra de Ninguém

Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Taylor Sheridan
Elenco: Emily Blunt, Benicio Del Toro, Josh Brolin, Daniel Kaluuya, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2015


Sicário, segundo a definição israelense, era um grupo de fanáticos judeus que perseguiram os romanos, quando estes mesmos invadiram Jerusalém. Nos dias atuais, significa alguém sedento por sangue, facínora, cruel ou um matador de aluguel. E é exatamente essa a realidade que encontramos no filme de Denis Villeneuve (Blade Runner 2049).

Um time da SWAT entra na casa onde se suspeita que pessoas estão sendo mantidas reféns pelo líder do cartel mexicano Sinaloa. Kate Mercer (Emily Blunt), uma agente do FBI da divisão de sequestros, e Reggie Wayne (Daniel Kaluuya) entram na casa e capturam alguns suspeitos para, em seguida, o time de analises forenses descobrir vários corpos em diversos estágios de decomposição. A operação segue e uma bomba explode, matando diversos oficiais no local.

Matt Graver (Josh Brolin) está a cargo da operação para capturar o responsável pelo atentado e Kate é convidada a se juntar a equipe como assessora. Já na ação, ela acaba conhecendo um misterioso homem que se intitula como Alejandro (Benicio Del Toro) e parece conhecer bem o perigo que enfrentarão dali em diante.

Foto: Lionsgate

O roteiro de Taylor Sheridan (Terra Selvagem) é hábil em apostar em subtramas que se desenvolvem de forma bem amarrada e convergem em um ponto futuro que se mostra essencial para o desfecho da trama. A dualidade de quase todos os personagens causa uma inquietação constante no espectador, abrindo espaço também para o trabalho do ótimo elenco.

Vale destacar as atuações de Josh Brolin (Deadpool 2), que vive um sujeito irônico, mal encarado, debochado e sem escrúpulos; e Benicio Del Toro (Guardiões da Galáxia), que encarna aqui, provavelmente, um de seus papéis mais interessantes, com um contexto interessante que não merece ser mencionado para evitarmos spoilers. Emily Blunt (Um Lugar Silencioso), por sua vez, acaba soando como coadjuvante de seu próprio filme. Sua personagem é o fio condutor da história, os olhos do espectador conhecendo aquele mundo, mas soa menos interessante que os demais envolvidos, infelizmente.

A fotografia opta por uma paleta de cores que alterna entre tons pasteis, quando estamos nas cenas externas no deserto, e em tons extremamente escuros quando os personagens estão enfrentando perigo iminente. Trata-se de uma identidade visual importante para a construção de Villeneuve, que abre mão de grandes cenas de ação para apostar na construção gradativa da tensão. E, nesse ponto, o uso da trilha sonora mostra-se essencial, visto que o tema principal causa desconforto constante no espectador.

Foto: Lionsgate

Sicario: Terra de Ninguém é um filme acima da média, com um roteiro que não entrega respostas  e traz dilemas interessantes para o espectador refletir após o término da projeção. Além disso, é tenso até dizer chega, imergindo o espectador em uma realidade crua e cruel da guerra entre os cartéis de droga e as forças dispostas a tentar acabar com os planos dessa gente. Uma obra importante dentro da filmografia de Denis Villeneuve e que certamente merece ser conferido.


Bom

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