Coletiva | Entre Irmãs


Na última quinta-feira, 12 de outubro, estreou Entre Irmãs, o novo longa do diretor brasileiro Breno Silveira (Gonzaga: De Pai Para Filho), que inclusive já tem crítica no Cinéfilo em Série e você conferir ler clicando AQUI. E como parte da divulgação do filme, o diretor, elenco e roteiristas estiveram presentes para atender a imprensa e conversar sobre o processo de criação da obra. Estive presente nessa coletiva a convite da Conspiração Filmes e H2O Films.

Com oito participantes, incluindo o próprio diretor Breno Silveira, as protagonistas e a própria escritora Frances de Pontes Peebles, que escreveu o livro no qual o filme é baseado, sentaram para responder perguntas sobre as locações, a fotografia, processo criativo, adaptação de roteiro e química entre os atores.

A primeira pergunta foi direcionada a autora, que contou como foi o processo criativo de seu livro, “A Costureira e o Cangaceiro”que conta a história das irmãs Emília e Luzia vivendo na aridez do sertão. Frances comentou que foi a campo pesquisar sobre o sertão, conversando com moradores locais, em sua maioria idosos, com historias mais antigas para contar e consequentemente que sofreram mais com a rigidez do local. Ela pesquisou seus cotidianos metódicos, a vida nas cidades pequenas e o própria espiritualidade do sertão.



As atrizes Marjorie Estiano (As Boas Maneiras) e Nanda Costa (Infância) puderam contar como foi o entrosamento de suas personagens e a criação do vínculo afetivo necessário para que as duas irmãs tivessem uma relação que transcendesse a distância que elas enfrentaram. Confira esse trecho da coletiva na qual as atrizes falam sobre seus papeis e o diretor completa a conversa falando sobre a fotografia do filme:



Um momento marcante da coletiva foi quando os atores Letícia Colin (Ponte Aérea) e Rômulo Estrela (Depois de Tudo) falaram sobre seus papeis. Ambos vivem personagens que precisaram, de uma forma ou outra, lidar com o estigma que a sociedade criou sobre a comunidade LGBT. Tendo em vista que o filme se passa no Brasil dos anos 30, os atores reforçaram a ironia que a temática tem com a nossa atualidade. Falaram também do recente descaso com os gays, que assim como no filme, têm a sua homossexualidade encarada pela família como uma doença a ser tratada, ou mesmo como a personagem Lindalva, que apesar de segura de sua sexualidade, precisava manter isso em segredo. Colin ressalta que Entre Irmãs é um filme sobre o amor e suas muitas faces.


O filme mostra bastante o sertão e os cangaceiros, o que inevitavelmente nos faz lembrar do Lampião e a Maria Bonita. O ator Julio Machado (Hoje Eu Quero Voltar Sozinho), que vive o personagem Carcará, respondeu sobre a comparação com essa figura marcante da historia brasileira, dizendo que usou muito da ambientação do sertão, e do histórico das guerras no cangaço que ali aconteceram, para criar o personagem. Ele diz há semelhança com as histórias que conhecemos sobre Lampião, mas que trata-se de um personagem original, que tem seu próprio coração.

Por fim o diretor Breno Silveira comentou sobre a atuação dos atores envolvidos:

“Minha paixão principal é a interpretação dessas pessoas aqui. Eu não consigo entender como eles conseguem dar uma alma tão forte (aos personagens), que até hoje eu me assusto quando vejo.”


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