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Postado por
Eduardo Fernandes
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O estilo de narrativa em que o protagonista revive o mesmo dia inúmeras vezes foi popularizado por Bill Murray (Zumbilândia) em Feitiço do Tempo (1993). O famoso "Dia da Marmota", foi inúmeras vezes adaptado para a televisão e para o cinema. Sendo assim, ao escolher sua temática, Boneca Russa não traz necessariamente elementos inovadores à mesa, mas sabe utilizar das ferramentas que tem para entregar bom entretenimento. Ainda que peque (muito) em seu desfecho.
Algo bastante positivo na produção da Netflix é o fato de ela não se limitar ao formato pré-concebido. Ser mais uma comédia no catálogo da gigante do streaming soa como isca para um mergulho em assuntos mais delicados, como drogas, alcoolismo e suicídio. Muitos desses temas estão enraizados em Nadia Vulvokov (Natasha Lyonne), personagem central dessa viagem maluca.
Como uma espécie de bomba-relógio, a programadora de games é viciada em drogas e álcool, e passa a ver o dia do seu aniversário se repetir sem fim, após sofrer um acidente que a leva a morte. A série então funciona como uma espécie de monólogo. O que faz com que Boneca Russa se divida em duas partes: antes e depois de Alan (Charlie Barnett). E se você já assistiu a produção, sabe bem do que estou falando.
Como uma espécie de bomba-relógio, a programadora de games é viciada em drogas e álcool, e passa a ver o dia do seu aniversário se repetir sem fim, após sofrer um acidente que a leva a morte. A série então funciona como uma espécie de monólogo. O que faz com que Boneca Russa se divida em duas partes: antes e depois de Alan (Charlie Barnett). E se você já assistiu a produção, sabe bem do que estou falando.
Foto: Netflix |
A partir da revelação de Alan, a produção se transforma e passa a buscar um aprofundamento em sua própria mitologia. A semântica da moralidade, o ponto de equilíbrio entre cada ação e até onde elas são fatores modificadores na vida do outro. Boneca Russa nos faz refletir sobre diversas fases da vida e de como, as vezes, não sabemos direcionar nossa atenção ao que realmente importa.
Natasha Lyonne (Orange is the New Black) não está muito diferente do que estamos acostumados, mas o elenco de apoio é ótimo, rendendo ótimos diálogos e questionamentos dramáticos. Vale destacar as ótimas Rebecca Henderson (Westworld) e Greta Lee (New Girl), que vivem as melhores amigas da protagonista, além da adorável Elizabeth Ashley (Oito Mulheres e um Segredo), que interpreta a terapeuta e amiga da família.
Por fim, em meio a essa corrida louca de questionamentos, ao avistar o ponto final da temporada, a série me perdeu. A solução encontrada para os desdobramentos de ambos os personagens é preguiçoso e deveras decepcionante. Ao subir dos créditos finais, o que me vinha à cabeça era parte de um texto do Fábio Porchat, em uma das esquetes do Porta dos Fundos: “…de repente, ele só viveu”. É, vai ver foi só isso mesmo.
Eduardo Fernandes é jornalista e, realmente, queria ter gostado mais do final.
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Russian Doll
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